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sexta-feira, dezembro 31, 2004

Votos jazzísticos para 2005 

Aqui ficam alguns votos jazzísticos do "Improvisos Ao Sul" para o ano que está aí mesmo a chegar:

Manutenção do bom nível de produção discográfica nacional
Mais jazz na TV
Que a “All Jazz” consiga sobreviver
Consolidação e alargamento da blogosfera jazzística
Mais e melhores concertos de jazz por terras alentejanas
Um novo Primeiro-Ministro com swing! (esta é perfeitamente utópica… dadas as perspectivas, parece vir a ser completamente impossível!)


Acima de tudo que estejamos todos cá para o ano para continuar a falar destas coisas!

Feliz Ano Novo.


quinta-feira, dezembro 30, 2004

Melhores 2004 - Internacional 

Relativamente aos discos e concertos de músicos internacionais em 2004, o "Improvisos Ao Sul" destaca:

[Melhores discos - Internacional]

Dave Douglas – "Strange Liberation" (Bluebird/RCA, 2004)
Spring Heel Jack – "The Sweetness Of The Water" (Thirsty Ear, 2004)
Joel Frahm & Brad Mehldau – Don´t Explain" (Palmetto, 2004)
Jan Garbarek - "In Praise Of Dreams" (ECM, 2004)

Joe Lovano – "I´m All For You" (Blue Note, 2004)
Keith Jarrett Trio "The Out-Of-Towners" (ECM, 2004)

[Melhores concertos - Internacional]

Jan Garbarek (CCB / Lisboa / Maio)
Gerry Hemingway (Portalegre JazzFest / Portalegre / Fevereiro)
Tripleplay (Teatro Maria Matos / Lisboa / Março)
Now Orchestra (Jazz Em Agosto / Lisboa / Agosto)
Clayton-Hamilton Jazz Orchestra (Estoril Jazz / Cascais / Julho)


quarta-feira, dezembro 29, 2004

Melhores 2004 - Nacional 

Final do ano, hora de balanço.

De tudo aquilo que viu e ouviu ao longo de 2004 no panorama nacional, o "Improvisos Ao Sul" destaca:

[Melhores discos - Nacional]

Bernardo Sassetti – "Indigo" (Clean Feed, 2004)
Zé Eduardo Unit – "A Jazzar No Zeca" (Clean Feed, 2004)
TGB – "TubaGuitarra&Bateria" (Clean Feed, 2004)
Afonso Pais – "Terranova" (Clean Feed, 2004)
Rodrigo Gonçalves – "Tribology" (Capella, 2004)
Laurent Filipe – "A Luz" (Clean Feed, 2004)


[Melhores concertos - Nacional]

Zé Eduardo Unit + Jack Walrath (Festa do Avante / Seixal / Setembro)
Carlos Bica "Azul" (2ª Festa de Jazz no São Luiz / Lisboa / Abril)
Contra3aixos (Tavira / Agosto)
Quinteto de Rodrigo Gonçalves (Jazzmin/ Aljustrel / Setembro)
TGB (Lagos Jazz / Agosto)

Mário Laginha + Bernardo Sassetti (Festa do Avante / Seixal / Setembro)

terça-feira, dezembro 28, 2004

The Way Up 


Pat Metheny (retirada de: www.patmethenygroup.com)

Está para breve a edição do novo disco do Pat Metheny Group, intitulado "The Way Up".

Com saída prevista para o próximo mês de Janeiro (não foi especificada pela editora nenhuma data concreta) o novo disco será editado pela Nonesuch Records e é o primeiro disco de Metheny após o solo absoluto acústico caseiro de "One Quiet Night" editado no ano passado.

Após a edição do novo disco, Metheny & Cia (o pianista Lyle Mays, o baixista Steve Rodby, o trompetista Cuong Vu, o baterista Antonio Sanchez e Gregoire Maret na harmónica) partirão em digressão em meados de Fevereiro.

O concerto agendado mais próximo do nosso país é em Paris (a 3 de Junho).

Mais informações em www.patmethenygroup.com


Jazz na Culturgest Jan-Mar05 

O "Improvisos Ao Sul" soube pelo "Jazz no País do Improviso!" que o programa da Culturgest para o primeiro trimestre de 2005 inclui uma interessante actividade jazzística, com concertos e um Ciclo de Conferências.

As conferências serão proferidas por Manuel Jorge Veloso, um dos principais divulgadores do jazz no nosso país, e terão lugar em Fevereiro e Março. O tema geral destas conferências será: "Dois Injustos Esquecidos do Jazz Moderno: Lennie Tristano e Eric Dolphy".

O plano de conferências é o que se segue:

16 de Fevereiro (Quarta-feira - 18h30 - entrada livre)
"A paisagem musical do jazz nas décadas de 40 a 60 do século XX"

23 de Fevereiro (Quarta-feira - 18h30 - entrada livre)
"A estética de Lennie Tristano como alternativa reformista ao bebop"

2 de Março (Quarta-feira - 18h30 - entrada livre)
"Lennie Tristano, a sua escola, os seus alunos"

9 de Março (Quarta-feira - 18h30 - entrada livre)
"Eric Dolphy: uma voz diversa na revolução do free jazz"

16 de Março (Quarta-feira - 18h30 - entrada livre)
"Eric Dolphy e os seu contemporâneos"

Neste primeiro trimestre de 2005, a Culturgest tem igualmente previstos os concertos do quinteto do trompetista italiano Enrico Rava e do quinteto de Chano Dominguez.

28 de Janeiro (21h30)
Quinteto de Enrico Rava
Enrico Rava (trompete e fliscorne), Gianluca Petrella (trombone), Andrea Pozza (piano), Ares Tavolazzi (contrabaixo) e Roberto Gatto (bateria).

18 de Março (21h30)
Quinteto de Chano Dominguez

Contactos Culturgest: Morada: Edifício Caixa Geral de Depósitos, Rua Arco do Cego, Lisboa; telefone: 217 905 155; sítio internet: www.culturgest.pt; e-mail: culturgest@cgd.pt.


segunda-feira, dezembro 27, 2004

Full of Bunk 


Bunk Johnson (retirada de www.redhotjazz.com)

Passadas as festividades natalícias, o “Improvisos Ao Sul”, ainda imbuído no espírito da quadra, mergulhou nostalgicamente no baú das velharias do jazz.

E descobriu que o mítico cornetista e trompetista de Nova Orleães, Bunk Johnson nasceu faz hoje 115 anos (Nova Orleães, 27 de Dezembro de 1889).

Bunk Johnson foi um dos pioneiros do jazz. Tocou em bandas lideradas por Buddy Bolden, outro dos nomes míticos do jazz de Nova Orleães, na Eagle Band de Frankie Dusen, na The Superior Orchestra e com Clarence Williams.

Saiu de Nova Orleães em 1915, tendo tocado em minstrel shows, orquestras de teatro e em bandas de circo.

Em 1930, quando tocava na Black Eagle Band, o outro trompetista desta orquestra, Evan Thomas, foi apunhalado até à morte em pleno palco. Na luta que se seguiu o trompete de Johnson ficou seriamente danificado. Depois deste incidente Bunk continuou a tocar esporadicamente, com trompetes emprestados. Por esta altura, começou igualmente a ter problemas dentários.

Retirou-se da cena musical em 1931. Trabalhou então como camionista, operário fabril e como professor de clarinete.

O nome de Bunk Johnson aparece em entrevistas a históricos do jazz (como Louis Armstrong) recorrentemente referido como grande influência.

Em 1938, Bill Russell e Fredric Ramsey começaram a escrever o célebre livro "Jazzmen". Entrevistam Johnson em New Iberia (no estado da Louisianna). Mentiu sobre muitas coisas, incluindo sobre a sua verdadeira data de nascimento, de modo a parecer que tinha sido um dos primeiros músicos de jazz.

As suas histórias contribuíram de tal forma para o sucesso do livro que os seus autores fizeram uma colecta entre um grupo de músicos e coleccionadores de discos para lhe comprar uma nova dentadura e um novo trompete!

Bunk Johnson só efectuou as suas primeiras gravações em 1942, ganhando finalmente popularidade com a onda de revivalismo dixieland que se viveu nos anos 40 do século passado.

Morreu em 1949.

A verdadeira história, essa, só mais tarde veio a ser convenientemente escrita...


sábado, dezembro 25, 2004

Feliz Natal 

O "Improvisos Ao Sul" deseja a todos os amigos e a todos aqueles que tenham a amabilidade de por aqui passar um Feliz Natal!

quinta-feira, dezembro 23, 2004

JazzList 

O "Improvisos Ao Sul" dá as boas vindas a mais um espaço que acaba de ser criado na blogosfera dedicado à reflexão e discussão sobre o jazz.

O blogue chama-se "JazzList - SetLists contra a corrente" e está em http://jazzlist.blogspot.com/.

Prendas Natal04 



Ho! Ho! Ho! Aqui ficam algumas prendinhas de Natal para "personalidades" da nossa praça, fineza do “Improvisos Ao Sul”:

Jorge Sampaio – Horace Silver "Further Explanations"
Santana Lopes – Dave Brubeck "Time Out"
Souto Moura – Charles Lloyd & Billy Higgins "Which Way Is East"
Bagão Félix – Wadada Leo Smith "Go In Numbers"
José Sócrates – Ornette Coleman "The Shape Of Jazz To Come"
Alberto João Jardim – Tim Berne "Mutant Variations"
Mota Amaral – James Emery "Standing On A Whale"
Paulo & Miguel Portas – Hamid Drake & Sabir Mateen "Brothers Together"
Francisco Louçã – John Coltrane "Ascension"
Jerónimo de Sousa – Nat Adderley "Work Song"
Carvalho da Silva – Vinny Golia & Ken Filiano "The Art Of Negociation"
Carmona Rodrigues – J. Paulo / P. Curado / B.Pedroso "As Sete Ilhas de Lisboa"
Luís Filipe Menezes – Eddie Harris "A Tale Of Two Cities"
Manuela Ferreira Leite – Ebehard Weber "Her Wild Ways"
Mário Soares – Roy Haynes "Fountain Of Youth"
António Guterres – John Ellis "One Foot In The Swamp"
Álvaro Cunhal – Bill Bruford "One Of A Kind"
Luís Delgado – Carla Bley Big Band "Looking For America"
Manoel de Oliveira – John Zorn "Filmworks II"
Dias da Cunha – Bill Laswell "Sacred System"
Sporting C. P. - Keith Jarrett "It´s All In The Game"
Pinto da Costa – Sun Ra Arkestra "Reflections In Blue"
Pauleta – Dexter Gordon "Our Man In Paris"
Octávio Machado – Jean-Luc Ponty "Enigmatic Ocean"
EDAB – Ken Vandermark "Airport For Light"
Carreira Marques – Jan Garbarek "Conversations With A Stone"
D. António Vitalino Dantas – Bill Frisell "Have A Little Faith"
António Saleiro – Medeski, Martin & Wood "Combustication"
Prof. Galopim de Carvalho – Joe Carter "Jurassic Classics"
Avelino Ferreira Torres – Steve Turre "TNT"
José Castelo Branco – Paul Bley "Nothing To Declare"
Marisa Cruz – Eliane Elias "Kissed By Nation"
Belmiro de Azevedo – Duke Ellington "Money Jungle"
José Rodrigues dos Santos – Miles Davis "Sketches Of Spain"
Maria José Morgado – Cecil Taylor "Nefertiti"
Rex – Quinteto de André Fernandes "O Osso"


Espero que todos fiquem satisfeitos... Feliz Natal!

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Acontece 


Keith Jarrett (© Jacky Lepage)

"Jazz is there and gone. It happens. You have to be present for it. That simple." (Keith Jarrett)


Cafés com Jazz e o Jazz do Pai Natal 



A Câmara Municipal de Matosinhos leva a cabo, nesta época natalícia, as iniciativas "Jazz do Pai Natal" e "Cafés com Jazz", que irão animar alguns espaços da cidade.

Ora vejamos:

Cafés com Jazz

21 de Dezembro (22h30) - Lais de Guia
23 de Dezembro (22h30) - Café Niko
26 de Dezembro (18h00) - Black Coffee
29 de Dezembro (22h30) - Cafetaria 17 - Nova Centralidade

Jazz do Pai Natal (23 de Dezembro)

10h30 - Mercado de Matosinhos
11h30 - Rua Brito Capelo
12h30 - Estação de Metro da Senhora da Hora
15h00 - Rua Brito Capelo
16h30 - Paço da Boa Nova

Segundo os promotores das iniciativas, "a música continua a ser a melhor forma de aproximar as pessoas e de estas exprimirem as suas emoções e de se interligarem culturalmente”.

Nos cafés e ruas de Matosinhos.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Sugestões pré-natalícias 


Kurt Rosenwinkle - "The Next Step"
[Verve, 2001]

Kurt Rosenwinkle (guitarras, piano), Mark Turner (sax tenor), Ben Street (contrabaixo) e Jeff Ballard (bateria).


Dave Douglas - "One Thousand Evenings"
[Bluebird/RCA, 2000]

Dave Douglas (trompete), Guy Klucevsek (acordeão), Mark Feldman (violino) e Greg Cohen (contrabaixo).


LCJO@Palmetto 


Lincoln Center Jazz Orchestra

A editora Palmetto assinou recentemente um contrato discográfico com o
Jazz At Lincoln Center para lançar no mercado gravações em estúdio da Lincoln Center Jazz Orchestra, dirigida por Wynton Marsalis.

A primeira das edições é um arranjo para big band (da autoria de Marsalis) de “A Love Supreme”, de John Coltrane, e verá a luz do dia já no próximo mês de Janeiro.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Concerto de apresentação de "Terranova" 



Não tendo tido oportunidade para assistir no passado sábado, no Seixal, ao concerto de apresentação do disco "Terranova", do guitarrista Afonso Pais, com Carlos Barretto e Alexandre Frazão, o "Improvisos Ao Sul", transcreve, com a devida vénia, a crítica ao concerto publicada hoje pelo Eduardo Chagas no seu blogue Jazz e Arredores:


"Pouco público a assistir à estreia mundial (dito assim tem outro peso e compensa o desconforto de ver uma sala tão vazia) do primeiro disco do jovem guitarrista Afonso Pais. Pena foi, porque a música e o talento do músico português merecem a atenção por inteiro das gentes que se interessam pelo jazz.Segundo a breve notícia biográfica que é conhecida, Afonso Pais estudou na escola de Jazz do Hot Club de Portugal, posto o que resolveu prosseguir a sua formação jazzística no estrangeiro, primeiro na prestigiada Berklee College of Music, de Boston, depois na New School University / Mannes College of Music, de Nova Iorque, tendo obtido a licenciatura no curso de Performance, em Dezembro de 2000. Nada mau, como formação. Chegado o ano de 2004, formado e rodado em muitas actuações ao vivo, Afonso Pais gravou recentemente o seu primeiro CD para a editora Clean Feed, Terranova.No caminho para o Fórum Cultural da Câmara Municipal do Seixal, na noite de sábado, 18 de Dezembro, ouvi boa parte do disco, que me impressionou muito favoravelmente. A confirmação dessa impressão tive-a logo depois, ao vivo. Afonso Pais em disco e em performance revela-se um guitarrista muito interessante, seguro de si e do seu talento de instrumentista e compositor. Assinale-se o bom gosto, a originalidade das composições e a execução; o domínio absoluto da guitarra, lugar onde convivem influências de vários léxicos do instrumento. We See, de Thelonious Monk, tema que abre Terranova, ganhou nova vida, atestando quer a perenidade das criações do compositor, quer a influência e o fascínio que mestre Monk exerce sobre o guitarrista.Ao longo da apresentação do disco, Afonso Pais soube ser sóbrio e criativo, evitando incorrer na tentação de apresentar um mostruário de marcas alheias, ou de encher demasiado o discurso, sem contudo perder a fluência e a capacidade de improvisar com inventividade e emoção.A acompanhá-lo na actuação, estiveram Carlos Barretto e Alexandre Frazão, dois músicos consagrados do jazz feito em Portugal. Em Barretto, Afonso Pais teve um comparticipante de grande nível, mercê do saber e experiência (e musicalidade!) que o contrabaixista possui e pôs ao serviço da criação em trio. Aparte o acompanhamento irrepreensível (releve‑se o ligeiro desacerto temporal no chorinho Domo da Metazona, o tema que apresenta maiores riscos e desafios) e a boa marcação, Carlos Barretto realizou um par de solos de belo efeito, confirmando a qualidade geral do seu trabalho e bom momento criativo em que se encontra. Na bateria, Alexandre Frazão confirmou o muito que sabe do ofício. Mais do que simplesmente partilhar com Barretto as responsabilidades de garantir a regular marcação do tempo, Frazão solou bem e preencheu os espaços com a cor, a imaginação e o bom gosto do costume.Nada de novo e tudo de novo, se assim posso dizer, na actuação de um trio de que se espera ainda mais ousadia, sendo certo que o que se viu e ouviu não foi pouco, ao nível da invenção, solidez e dinâmica colectivas. Uma estreia auspiciosa para novos concertos e gravações.
Terranova - Afonso Pais, guitarra; Carlos Barretto, contrabaixo; e Alexandre Frazão, bateria.Fórum Cultural da Câmara Municipal do Seixal, sábado, 18.12.2004."

(texto de Eduardo Chagas, in Jazz e Arredores, 20.12.2004)

69 Readers Poll 69 

O "Improvisos Ao Sul" entende que todas as classificações têm o valor que têm. De qualquer forma, aqui fica a lista completa dos premiados na 69ª edição do "Readers Poll" (escolha dos leitores) da revista norte-americana "Downbeat":

Hall of Fame – McCoy Tyner
Artista de Jazz – Dave Holland
Álbum de Jazz – Dave Holland Quintet – "Extended Play – Live at Birdland" (ECM, 2004)
Grupo acústico – Dave Holland Quintet
Big Band – Dave Holland Big Band
Baixo acústico – Dave Holland
Reedição de Jazz – Miles Davis "The Complete Jack Johnson Sessions" (Columbia/Legacy, 2004)
Editora – Blue Note
Grupo eléctrico – John Scofield Band
Saxofone soprano – Wayne Shorter
Saxofone alto – Phil Woods
Saxofone tenor – Joe Lovano
Saxofone barítono – James Carter
Clarinete – Don Byron
Flauta – James Moody
Trompete – Dave Douglas
Trombone – Steve Turre
Piano acústico – Brad Mehldau
Teclados/sintetizadores – Joe Zawinul
Órgão – Jimmy Smith
Guitarra – Pat Martino
Baixo eléctrico – Steve Swallow
Bateria – Roy Haynes
Percussão – Airto Moreira
Vibrafone – Bobby Hutcherson
Miscelânea – Toots Thielemans (harmónica)
Vocalista (masculino) – Kurt Elling
Vocalista (feminino) – Diana Krall
Grupo vocal – Take 6
Arranjador – Maria Schneider
Compositor – Wayne Shorter
Músico/grupo de blues – B. B. King
Álbum de blues – Eric Clapton – "Me & Mr. Johnson" (Reprise, 2004)
Músico/grupo não jazz (beyond) – Norah Jones
Álbum não jazz (beyond) – Norah Jones – "Feels Like Home" (Blue Note, 2004)

domingo, dezembro 19, 2004

Downbeat Dez04 

O número de Dezembro da revista norte-americana "Downbeat" traz na capa a fotografia de uma sorridente Jane Monheit, apelidada de "The It Girl", que dá cara a artigos mais desenvolvidos nas páginas interiores, em que se aborda não só a carreira da cantora ("My whole world changed", diz ela) e também a nova explosão de vozes femininas no jazz ("Young Women´s Club"), de entre as quais são mencionadas Ann Hampton Callaway, Rebecca Martin, Erin Bode, Renee Olstead e Madeleine Peyroux, entre outras.

A propósito da maior visibilidade histórica das cantoras face aos instrumentistas, escreve o articulista Dan Ouelette, citando o patrão da Blue Note, Bruce Lundvall: "I don´t think, it´s that much dfferent today than it was in the past. I would guess that in the 50´s, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan and Dinah Washington outsold the instrumentalists of the day like Monk and Miles".

Motivo de reflexão é igualmente a nova cena soul, que conhece uma fase de maior visibilidade, quer por parte da crítica quer do grande público, com nomes como os dos veteranos Al Green e Mavis Staples, ou dos mais novos, como Joss Stone.

Na secção "Players" os destaques vão para o saxofonista Tim Berne e para o guitarrista japonês Otomo Yoshide, que esteve em Portugal no Verão passado para participar no "Jazz em Agosto 2004".

A secção "Backstage With..." traz-nos a cantora Patricia Barber, que lançou há algumas semanas o disco "Live: A Fortnight in France" (Blue Note, 2004).

"What´s in your iPod?" é a pergunta do mês. Respondem o guitarrista Charlie Hunter, o baterista Allison Miller, o pianista Marcus Johnson e o saxofonista Bob Belden.

Outros dos grandes destaques desta edição vai para o sempre aguardado "Readers Poll", na sua 69ª edição, em que os leitores da revista exprimem as suas preferências nas diversas categorias. Depois de há alguns meses ter sido a vez dos críticos, agora foi a vez dos leitores (o "Improvisos Ao Sul" também enviou o seu votozinho...). O vencedor da categoria "Hall Of Fame" (uma espécie de prémio carreira) foi o pianista McCoy Tyner. Quem no entanto arrecadou mais galardões foi o contrabaixista Dave Holland que venceu nas categorias "Jazz Artist", "Jazz Album" (Dave Hollan Quintet - "Extended Play - Live At Birdland" (ECM, 2004)), "Accoustic Group", "Big Band" e Accoustic Bassist Of The Year".

O clarinetista Don Byron é o desafiado do mês para o "Blindfold Test": "Does everyone here hate jazz clarinet as much as I do?".

Na secção "Reviews" os discos que merecem atenção especial na "Hot Box" são “The Truth: Heard Live At The Blue Note", da Elvin Jones Jazz Machine, "And Now..." do The Revolutionary Ensemble, "Walking In The Shadows Of Life", dos Neville Brothers e "Diaspora Hollywood", de Steven Bernstein. Motivo de recensão é também (finalmente!) "In Praise Of Dreams", do saxofonista norueguês Jan Garbarek.

Quem ainda estiver com dúvidas sobre as presentes a oferecer neste Natal pode procurar ajuda no caderno especial "Holiday Gift Guide".

Notícias variadas, as habituais secções como "Chords and Dischords", "Vinyl Freak", "The Archives", "The Audio Files" e "Jazz on Campus" completam este número.

sábado, dezembro 18, 2004

Fletcher Henderson - n.18.12.1897 


Orquestra de Fletcher Henderson (retirada de www.redhotjazz.com)

Carlos Martins no HCP 


Carlos Martins (© José Manuel, retirada de www.jazzportugal.net)

Depois dos concertos de ontem e anteontem, no Hot Clube de Portugal (Praça da Alegria, 39), o quinteto do saxofonista Carlos Martins regressa hoje, 18 de Dezembro, à mítica sala lisboeta, às 23h00 e 00h30.

Em palco estarão Carlos Martins (sax tenor), Jesse Chandler (piano), Nuno Ferreira (guitarra), Nelson Cascais (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria).

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Em busca da Terra Nova 


Afonso Pais (retirada de www.jazzportugal.net)

As edições de músicos portugueses vão de vento em popa. Desta vez a novidade vem mais uma vez da Clean Feed/Trem Azul, que acaba de editar o disco de estreia do projecto “Terranova”, liderado pelo jovem e talentoso guitarrista Afonso Pais, com os consagrados Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

O primeiro instrumento que adoptou foi o piano. Ingressou em 1995 na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, onde estudou durante três anos. Fez parte da big band e representou a escola no 8º Encontro da “International Association of Schools of Jazz”, em Itália.

Foi premiado com uma bolsa de estudos completa pela “Berklee College of Music”, em Boston, mas optou pela “New School University/Mannes College of Music”, em Nova Iorque, onde se licenciou em “Performance”, do programa de “Jazz and Contemporary Music”.

Durante a sua experiência americana estudou e tocou com músicos como Joe Chambers, Andrew Cyrille, Hal Galper, Peter Bernstein, Kurt Rosenwinkel ou Dr. Lonnie Smith.

Tem desenvolvido os projectos "Experimentália", nos domínios da world music em colaboração com a cantora
Joana Machado, e “Terranova”, em trio, às vezes alargado para quarteto. O projecto “Terranova” tem contado com a participação de nomes importantes como os de Perico Sambeat, Peter Bernstein, Marc Miralta, Albert Sanz e Alexis Cuadrado, entre outros.

Afonso Pais lecciona na ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo), no Porto, no Conservatório de Música da Madeira e na Escola Luís Villas Boas do Hot Clube de Portugal.

Sobre o lançamento do seu novo disco, aqui fica uma pequena entrevista que Afonso Pais concedeu em exclusivo ao “Improvisos Ao Sul”:

Improvisos Ao Sul (IAS): Começou pelo piano. Porquê a guitarra?

Afonso Pais (AP): Comecei pelo piano, fui descobrindo a correspondência entre a tecla e o som que esta produzia, a noção de tonalidade, por aí fora. Sei hoje que foi uma boa primeira abordagem à música. Escolhi a guitarra pela versatilidade. Posso expor melodias com a intenção de um sopro (trompete ou saxofone), acompanhar uma cantora com a envolvência de um piano, ou ainda reunir as duas anteriores e acompanhar o meu próprio improviso.

(IAS): Divide-se entre Nova Iorque e Lisboa. O que há de "portugalidade" na sua música?

(AP): Desde Janeiro voltei definitivamente para Portugal. Acho que apesar da falta de interesse \ investimento por parte das entidades contratadoras e excessiva promoção da música dita "descartável", temos nas nossas raízes culturais uma fonte inesgotável de inspiração artística. Tudo desde a gastronomia, paisagens, clima, simpatia para com o ilustre desconhecido, curiosidade, incita à criatividade. Gosto de viver em Lisboa e ainda alimento a ilusão de que posso melhorar algo à minha volta.

(IAS): Gravou este disco com Carlos Barretto e Alexandre Frazão. Como foi a experiência?

(AP): Carlos Barreto e Alexandre Frazão são músicos que dispensam apresentações. A sua musicalidade vai muito além da competência na interpretação dos meus temas no disco "Terranova". São duas vozes originais que falam simultaneamente sem interferir no discurso uma da outra, enquanto secção rítmica. A gravação do disco foi fácil e prazerosa, e os temas são quase todos primeiros ou segundos takes. Creio ter conseguido passar alguma da espontaneidade que existiu na sessão de estúdio.

(IAS): Como vê a emergência de uma nova cena jazz em Portugal?

(AP): A geração mais jovem de músicos de Jazz guarda (por pouco tempo, espero) várias surpresas. Músicos com licenciaturas completadas no estrangeiro (Amesterdão, Roterdão, Barcelona, Boston, Nova Iorque no meu caso) trazem experiências, contactos e convivências impagáveis que são uma mais valia no nosso panorama cultural. Passo a citar alguns nomes: Joana Machado (com quem trabalho regularmente), Mafalda Nogueira, André Fernandes, André Matos, Rui Caetano, Filipe Melo, Nuno Ferreira, entre outros.

(IAS): Uma palavra para definir "jazz".

(AP): Para mim Jazz é em primeiro lugar improviso, mas uma palavra é muito pouco para definir uma forma de expressão artística.

O disco do projecto “Terranova” será apresentado no próximo sábado, 18 de Dezembro, pelas 21h30, no Auditório Municipal - Fórum Cultural do Seixal.


Um concerto a não perder.

Para os descrentes no jazz nacional aqui está (mais uma) prova de vitalidade e sucesso.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Stan “west coast” Kenton 


Stan Kenton

Se fosse vivo, o pianista e arranjador Stan Kenton completaria hoje 93 anos de idade.

Nascido em Los Angeles em 1911, cresceu e encontrou o seu primeiro emprego sob o sol da Califórnia. A sua primeira gravação foi efectuada para a editora Brunswick, em 1937, ao lado de uma orquestra de hotel dirigida por Gus Arnheim.

O seu nome ficou indissociavelmente ligado à cena west coast a partir dos anos 40.

Ao longo da sua carreira esteve à frente de muitas orquestras, cada uma com a sua personalidade e estilo próprios.

Com o advento do be-bop, assistiu-se a um certo declínio das big bands na década de 40. Como resposta, Stan Kenton remou contra a maré criando orquestras vom uma sonoridade cada vez mais ambiciosa e complexa.

Os temas "Taboo" e "Adios", da primeira sessão de gravação para a Decca, tornaram-no conhecido. "Eager Beaver" fez grande sucesso durante a guerra. "And Her Tears Flowed Like Wine" e "Tampico" tornaram-se outros grandes sucessos comerciais com a assinatura da máquina de swing de Kenton durante a década de 40.

A chegada, em 1944, do arranjador Pete Rugolo, o "Strayhorn"de Kenton, de Stan Getz e da cantora Anita O'Day veio dar um novo impulso à orquestra de Kenton.

Por volta de 1947-1948, Kenton gerou alguma controvérsia à sua volta, ao anunciar a retirada da cena musical. Regressou em força com a "Innovations Orchestra," a qual, contra toda a lógica económica, era constituída por 40 elementos.

No início dos anos 50 os célebres arranjadores Bill Holman e Bill Russo ajudaram Kenton a encontrar de novo o seu lugar na ribalta do jazz, com o melhor conjunto de músicos de que Kenton alguma vez dispôs, que incluía nomes como os de Conte Candoli, Lee Konitz, Zoot Sims, Frank Rosolino, Stan Levy, entre outros.

No início dos anos 60,e nos anos 70, quando a fórmula já parecia esgotada, Kenton abriu novos horizontes para o formato big band, através do universo académico, os programas universitários e workshops.

Em 1977 sofreu danos cerebrais após uma queda. Nunca recuperou totalmente. Não mais voltou à actividade. Morreu a 25 de Agosto de 1979.

Disse um dia: "Whenever you play dance music, it serves a function. It becomes a utility; you have to worry about the tempos and what you’re going to play for people. But when you’re playing for listening, you’re free."

Uma boa forma de o recordar é escutar:





terça-feira, dezembro 14, 2004

Lua madrasta 



O "Improvisos Ao Sul" tem andado à conta deste disco a vaguear pelos desertos norte-americanos…

Pat Metheny & Charlie Haden – “Beyond The Missoury Sky (Short Stories)”
[Verve, 1997]

Pat Metheny (guitarras e outros instrumentos) e Charlie Haden (contrabaixo).

Music is in the air 


Eric Dolphy

"When you hear music, after it's over, it's gone, in the air. You can never capture it again." (Eric Dolphy)


segunda-feira, dezembro 13, 2004

Solo Pictórico no CCB 

"O que há de comum entre o gesto do pintor e uma arcada de contrabaixo?"


O contrabaixista Carlos Barretto expõe os seus quadros (a pintura é outra das suas paixões) no Centro Cultural de Belém, no próximo dia 21 de Janeiro, pelas 19h00.

A acompanhar a pintura, o som único do seu contrabaixo, em solo absoluto.

O "Improvisos Ao Sul" já teve oportunidade de assistir, por terras alentejanas, a este espectáculo. Um "Solo Pictórico" a não perder.

Miles Davis 

A música Miles
é uma planície de neve

só a neve se vislumbra

e o frio atiça
a capacidade de amar

tu ensinas o amor

e a planície
estendida
desvirginada
em patas de sangue vivo
clama amor negado



O "Improvisos Ao Sul" sugere vivamente que a leitura deste poema seja acompanhada pela audição de "Kind Of Blue"...

[poema de Levi Condinho, incluído no livro "Poezz - Jazz na Poesia em Língua Portuguesa", compilação de José Duarte e Ricardo António Alves, Almedina, 2004]

sábado, dezembro 11, 2004

Suomi Jazz 



Nem só de arenque, florestas, do Pai Natal e das renas vive a Finlândia.

O jazz também se dá bem nestas paragens frias.

Reza a história que o jazz chegou à Finlândia levado por músicos norte-americanos em meados da década de 20 do século passado.

A primeira geração de músicos finlandeses conhecidos internacionalmente emergiu apenas na década de 60. De então para cá o panorama jazz finlandês tem vindo a crescer e a afirmar-se na cena internacional, através de músicos com nomes impronunciáveis, como o multi -instrumentista Seppo ‘Baron’ Paakkunainen, o pianista Heikki Sarmanto, os saxofonistas Juhani Aaltonen e Eero Koivistoinen, o percussionista Edward Wesala, ou a UMO Jazz Orchestra.

Para conhecer um pouco melhor o panorama do jazz na Finlândia, o "Improvisos Ao Sul" ugere uma visita ao sítio Suomi Jazz. Lá poderá encontrar (em inglês) muita informação sobre artistas, discos, concertos, festivais, escolas, organizações, livros, etc. deste país do norte da Europa.

Suomijazz - kotimainen jazz internetissä.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Good fellow 


Steve Lacy (© Laurence Svirchev)

O que é um músico de jazz?

Responde Steve Lacy:

"A jazz musician is a combination orator, dialectician, mathematician, athlete, entertainer, poet, singer, dancer, diplomat, educator, student, comedian, artist, seducer, public masturbator, and general all-round good fellow."

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Takase & Waller 



Passei boa parte da manhã a escutar este disco.

A pianista japonesa Aki Takase resolveu homenagear a música do pianista/comediante/entertainer Fats Waller, gravando um disco que junta a originais do próprio Waller peças da sua autoria, num todo muito diversificado.

Acompanhada por Eugene Chadbourne (voz, banjo, guitarra), Rudi Mahall (clarinete baixo), Nils Wogram (trombone), Thomas Heberer (trompete) e Paul Lovens (bateria), a pianista serve-nos uma proposta aliciante de junção de elementos do jazz clássico a improvisação livre.

Destaque para as leituras de "Lookin´ good, but feelin bad", "Vipers Drag" e "Handful of Keys", temas de Waller, e "Do you know what it means to miss New Orleans", de Louis Alter.

Dos ambientes evocativos dos anos 20/30 à desconstrução free tudo tem lugar neste extraordinário disco: instrumentos dos primórdios, riqueza tímbrica, solos clássicos, swing, energia. Um mimo.


Old Blues Band amanhã em Castro Verde 

É já amanhã, 10 de Dezembro, à noite, que a Old Blues Band se desloca a Castro Verde para um concerto ao vivo, que terá lugar no Restaurante Sol-Posto.

A Old Blues Band é uma banda oriunda do Barreiro, formada em 1997, que interpreta standards do género, citando como influências B. B. King, Eric Clapton, Robert Johnson, entre outros.

Para os amantes dos blues, uma boa proposta, amanhã à noite em Castro Verde.


quarta-feira, dezembro 08, 2004

Feriado Holland 

Audições do "Improvisos Ao Sul" neste feriado:


Pat Metheny - "Question And Answer"
[Verve, 1990]

Pat Metheny (guitarra), Dave Holland (contrabaixo) e Roy Haynes (bateria).


Dave Holland Quintet - "Not For Nothin´"
[ECM, 2001]

Chris Potter (saxofones), Robin Eubanks (trombone), Steve Nelson (vibrafone e marimba), Dave Holland (contrabaixo) e Billy Kilson (bateria).

terça-feira, dezembro 07, 2004

Programação Onda Jazz Dez04 



Aqui fica a programação do clube "Onda Jazz" (Arco de Jesus, n°7, em Alfama - junto ao Campo das Cebolas), para o que resta deste mês de Dezembro:

9 de Dezembro (Quinta-feira)
Quarteto de Marta Hugon
Marta Hugon (voz), Filipe Melo (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

10 e 11 de Dezembro (Sexta-feira e Sábado)
Zero
Rita Martins (voz), Nuno Ferreira (guitarra), João Custódio (contrabaixo) e João Rijo (bateria).

16 de Dezembro (Quinta-feira)
Quarteto de André Fernandes
André Fernandes (guitarra), João Paulo Esteves da Silva (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

17 e 18 de Dezembro (Sexta-feira e Sábado)
In a Mellow Trio
Filipe Melo (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

23 de Dezembro (Quinta-feira)
Trio de Paulo Bandeira
Afonso Pais (guitarra), João Custódio (contrabaixo) e Paulo Bandeira (bateria).

30 de Dezembro (Quinta-feira)
DJ Johny e Jorge Reis (sax).

Mais informações em http://www.ondajazz.com ou através do e-mail contact@ondajazz.com.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

OJL - Concerto de apresentação  

Depois de aqui se ter dado conta da criação da Orquestra de Jazz de Lagos, com direcção musical de Hugo Alves, já é conhecida a data do concerto de apresentação desta orquestra, que terá lugar no próximo dia 27 de Janeiro de 2005, no Centro Cultural de Lagos.

Já agora refira-se que o quarteto de Hugo Alves apresenta-se já depois de amanhã, quarta-feira 8 de Dezembro, em Faro, no Festival Internacional de Jazz de Faro "Jazz no Inverno".

Para mais informações sobre a OJL consultar o sítio http://www.geocities.com/orquestradejazzdelagos

domingo, dezembro 05, 2004

All Jazz 11 

Passados quase 6 meses sobre a saída do número 10 da corajosa "All Jazz", única revista portuguesa de jazz, não mais esta deu sinais de vida.

Ou melhor, o seu nome vai aparecendo aqui e ali no apoio a alguns concertos e festivais mas nada mais.

O próprio blogue (http://alljazz.blogspot.com/) entretanto criado nunca funcionou realmente.

Com as enormes dificuldades com que a revista certamente se debate para sobreviver, será que vai aparecer o n.º 11?

O "Improvisos Ao Sul" espera que não se extinga este meritório projecto. Apesar de tudo, constitui-se como um elemento aglutinador para todos os que apreciam o jazz em Portugal.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Xavier & Carter in NYC 



Já está à venda o novo CD que junta o guitarrista português Joel Xavier ao histórico contrabaixista norte-americano Ron Carter. O CD chama-se "Joel Xavier & Ron Carter, In New York" e foi gravado a 24 de Setembro de 2004 num dos míticos estúdios de Manhattan.

Joel Xavier nasceu com a liberdade a 25 de Abril de 1974, em Lisboa. Começou a estudar guitarra como autodidacta, aos 15 anos, e gravou o seu primeiro disco dois anos depois. Em 1993 venceu o concurso de guitarra da "Namm-Show", em Los Angeles, num total de 70 guitarristas, tendo sido considerado pela crítica americana, como um dos 5 melhores guitarristas do ano nos Estados Unidos. Dando sequência ao seu interesse pelo fado, gravou "Sr. Fado", o seu segundo disco.

Gravou "Latin Groove" no estúdio particular de Arturo Sandoval em Miami com a participação especial de Paquito D`Rivera, Michel Camilo, Larry Coryell e do próprio Sandoval. Tocou, a convite de Chucho Valdês, no Festival Internacional de Jazz de Habana "Jazz Plaza 2000" ao lado de nomes como Herbie Hancock, Nicholas Payton, Roy Hargrove, Chucho Valdés, Danilo Perez, Kenny Barron, Chano Dominguez, etc..

Em 2003 gravou "Lisboa" continuando o projecto musical iniciado em "Lusitano" e convida Toots Thielemans e Carlos do Carmo a participarem nele.

A propósito desta experiência com o jovem guitarrista português, afirmou Ron Carter ".. I have been on hundreds of recording sessions, but not many have been as much fun, or rewarding musically as recording with Joel Xavier."


quinta-feira, dezembro 02, 2004

Enrico Rava 


Enrico Rava (foto de Jos Knaepen)

Até Fevereiro, em Portalegre!

Jazz ao Centro 2004 – II parte 



Começa hoje a segunda parte dos "Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra 2004", que decorrerá até ao próximo dia 4 de Dezembro (sábado) no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, numa organização do JACC (Jazz ao Centro Clube).

Depois da na primeira parte dos Encontros, que decorreu em Março, terem passado por Coimbra os quartetos de Whit Dickey e Dennis Gonzalez e o trio de Michael Blake, nesta segunda parte vão estar presentes mais quatro formações importantes do jazz contemporâneo, três das quais pela primeira vez em solo nacional.

Marcarão presença em Coimbra o trio do acordeonista Will Holshouser, o quarteto de Adam Lane, com John Tchicai (gravou com John Coltrane "Ascension" e com Albert Ayler "Ney York Eye and Ear Control", e é membro fundador do grupo "New York Contemporary Five"), Paul Smoker e Barry Altschull, o pianista Bernardo Sassetti a solo (que continua a apresentar o seu excelente "Indigo") e, na última noite, pela primeira vez em Portugal, os Spring Heel Jack, acompanhados pelo trompetista e compositor Wadada Leo Smith, formação que funde a modernidade electrónica com o jazz, e que goza do aplauso da crítica internacional.

Os concertos integrados na segunda parte "Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra 2004", que terão lugar no Teatro Académico Gil Vicente são os que se seguem:

2 de Dezembro (15h00)
Will Holshouser Trio (concerto didáctico)
Ron Horton (trompete), David Phillips (contrabaixo) e Will Holshouser (acordeão).

2 de Dezembro (21h30)
Adam Lane Quartet
John Tchicai (saxofone tenor), Paul Smoker (trompete), Adam Lane (contrabaixo) e Barry Altschull (bateria).

3 de Dezembro(18h00)
Apresentação do livro "Poezz", por José Duarte (foyer do TAGV).

3 de Dezembro(21h30)
Will Holshouser Trio
Ron Horton (trompete), David Phillips (contrabaixo) e Will Holshouser (acordeão).

Bernardo Sassetti "Piano Solo"
Bernardo Sassetti (piano).

4 de Dezembro (21h30)
Spring Heel Jack com Wadada Leo Smith
Wadada Leo Smith (trompete), John Coxon (guitarra, piano), John Edwards (contrabaixo), Mark Sanders (bateria) e Ashley Wales (electrónica).

O passe para os 3 dias custa €25,00.

Nos dias 3 e 4 haverá after-hours no "Quebra-Club" junto ao rio Mondego com o Adam Lane Quartet.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

O tempo de Joshua 



Um dos discos que o "Improvisos Ao Sul" mais tem escutado nestes últimos tempos é "Passage Of Time", do quarteto do saxofonista norte-americano Joshua Redman.

Nascido em Berkeley, na Califórnia, a 1 de Fevereiro de 1969, Joshua Redman, filho de um dos monstros-sagrados do saxofone, Dewey Redman, conheceu a popularidade no início da década de 90, sendo considerado o último elo de uma longa cadeia de jovens músicos altamente explorados do ponto de vista comercial, por parte da poderosa indústria musical.

Apadrinhado pela imprensa, Redman surgiu na cena internacional com todas as credenciais para o sucesso: um estilo fortemente influenciado pela escola hard-bop, boa aparência, educação em Harvard, tradição jazzística.

Apesar de tudo o que foi dito a seu respeito, as influências de Joshua Redman nunca se centraram na figura do seu pai, com quem contactava irregularmente, mas mais na sua mãe, que sempre o encorajou a prosseguir uma carreira musical. Foi, aliás, a mãe que o matriculou no Berkeley's Centre For World Music, com apenas 5 anos de idade, para estudar música indiana e indonésia.

Apesar de ter começado bem cedo os estudos musicais, Redman começou por revelar poucas intenções em enveredar por uma carreira profissional na música. Concentrando-se mais numa carreira académica, frequentou a Universidade de Harvard, onde estudou na área das ciências sociais. Foi precisamente aí que começou a escutar e a estudar mais atentamente os grandes mestres do saxofone do pós-guerra. Começou a passar as férias do Verão em Boston, com estudantes do Berklee College Of Music.

Após a conclusão do curso com notas brilhantes, em 1991, Joshua Redman aceitou um lugar em Yale, mas decidiu tirar um ano para se aventurar na borbulhante cena jazzística nova iorquina. Começou a participar em jam sessions e a tocar como sideman. É no Outono desse mesmo ano que Joshua Redman vence o prestigiado "Thelonious Monk International Saxophone Competition", que o catapulta para uma carreira musical, que tantas vezes não havia considerado.

Tornou-se assim numa das novas coqueluches da cena jazzística norte-americana, tocando ao lado de nomes importantes como Elvin Jones, Jack DeJohnette, Paul Motian ou Roy Hargrove. Em 1992 venceu o prémio para melhor novo artista de jazz, atribuído pelos leitores da "Jazz Times". Em 1993 seria a vez de vencer o prémio para "Hot Jazz Artist" da revista "Rolling Stone" e de ter ficado em primeiro lugar na categoria "Tenor Saxophonist Deserving Of Wider Recognition", pelos críticos da "Downbeat".

Assinou por uma major, e lançou o seu álbum de estreia, homónimo, em Março de 1993, o qual lhe granjeou críticas muito favoráveis. O seu segundo disco, "Wish", foi gravado com um conjunto de nomes incontornáveis do jazz, como Pat Metheny, Charlie Haden e Billy Higgins, e em 1994 tocou com Joe Lovano. Desenvolveu a partir dessa altura uma carreira que tem dado os seus frutos, apesar de Redman não poder ser considerado propriamente como um inovador nato...

Em 2001, Joshua Redman edita "Passage Of Time", disco gravado em Junho do ano anterior, em Nova Iorque, com o seu quarteto, formado pelo pianista Aaron Golberg, o contrabaixista Reuben Rogers e o baterista Gregory Hutchinson, músicos que já tinham espalhado o seu perfume no disco anterior de Redman, "Beyond".

A curta peça que abre o disco, um pungente solo de saxofone chamado "Before", é um discurso carregado de intensa carga espiritual. Notam-se claras influências da linha Coltrane/Sanders, e também algumas reminiscências dos seus estudos de música oriental. O cd começa a tocar e já estamos a levar o primeiro murro no estômago...

Depois da longa peça de matriz hard-bop intitulada "Free Speech", dividida em duas partes, a inspiração continua com a elegância de "Our Minuet" e o intimismo delicado de "Time". A melhor peça do disco chama-se no entanto "Enemies Within", que conta com um Redman inspiradíssimo no seu tenor, acolitado pelo piano de Aaron Golberg carregado de influências latinas e um excelente trabalho da secção rítmica, especialmente de Hutchinson na bateria.

"After" evoca e transfigura a melodia do tema de abertura e fecha o disco com chave de ouro.

A propósito de "Passage Of Time" referiu Redman: "That´s where much of the inspiration and value of the music lies. Not just in the compositions, not in the songs themselves, or in the individual solos or statements. But in the way we converse and communicate in the moment. As a band, how we improvise collectively – always listening, always reacting, woring together to create something. It´s about flow, about the experience of time, of being in it."

Agora que se aguarda um novo disco de originais de Joshua Redman, ainda sem título, previsto para a Primavera de 2005 pela editora Nonesuch, sabe bem escutar este disco, que considero um dos melhores da sua carreira.