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quinta-feira, setembro 30, 2004

VI Mega Feira Internacional do Disco de Lisboa 

Começa já amanhã a 6ª edição da Mega Feira Internacional do Disco, que vai decorrer em Lisboa, na Gare do Oriente (no piso 2) até à próxima terça-feira (5 de Outubro).

Considerada por alguns expositores estrangeiros como uma das melhores da Europa, a feira funcionará todos os dias entre as 11h00 e as 23h00, excepto no dia 5, em que fechará portas às 20h00.

Segundo a organização, são esperadas algumas dezenas de balcões e milhares de visitantes, repetindo o êxito das anteriores edições, dedicadas a coleccionadores e adeptos de música. Estarão disponíveis milhares de discos em formato CD e vinil, de todos os estilos musicais, estendendo-se a oferta aos DVD de música.

Anuncia-se que estará patente ao público uma exposição de discos raros de jazz. A ver vamos...

O "Improvisos Ao Sul" não poderia deixar de lá dar um salto, em busca daquela pechincha irrecusável...

Angra Jazz 2004 



Arranca já amanhã, dia 1 de Outubro (Dia Internacional da Música), a 6º edição do Angra Jazz, prestigiado festival de jazz que anualmente se realiza em Angra do Heroísmo (ilha Terceira, Açores).

Na edição deste ano merecem forte destaque as presenças de The Herbie Nichols Project, do trio do pianista sueco Esbjörn Svensson e do quinteto de Wycliffe Gordon.

Todos os concertos terão lugar no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.

O programa do Angra Jazz 2004 é o seguinte:

1 de Outubro (sexta-feira, Grande Auditório, 21h30)
Paula Oliveira Quarteto
Paula Oliveira (voz), Rodrigo Gonçalves (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

1 de Outubro (sexta-feira, Grande Auditório, 23h30)
Orquestra Angra Jazz
Pedro Moreira (Direcção), Claus Nymark (Direcção), Ruben Lima (sax alto), Rui Borba (sax alto), Rui Melo (sax tenor), David Corvelo (sax tenor), Luis Sousa (sax barítono), Márcio Cota (trompete), Evandro Machado (trompete), Eduardo Menezes (trompete), Tony Barcelos (trompete), Paulo Almeida (clarinete), Manuel Almeida (trombone), Paulo Aguiar (trombone), Paulo Carlos (trombone), Antero Ávila (piano), Eduardo Enes (contrabaixo), Paulo Cunha (guitarra), Nuno Pinheiro (bateria), Tércio Oliveira (percussão) e Cristina Pamplona (voz).

2 de Outubro (sábado, Grande Auditório, 21h30)
Bireli Lagrene Gipsy Project
Biréli Lagrène (guitarra), Franck Wolf (saxofones), Hono Winterstein (guitarra) e Diego Imbert (contrabaixo).

2 de Outubro (sábado, Grande Auditório, 23h30)
The Herbie Nichols Project
Ron Horton (trompete), Michael Blake (saxofones tenor e soprano), Frank Kimbrough (piano), Ben Allison (contrabaixo) e Michael Sarin (bateria).

3 de Outubro (domingo, Grande Auditório, 21h30)
Mark Murphy Quintet
Mark Murphy (voz), Peter Churchill (piano), Andy Hamil (contrabaixo), Mark Fletcher (bateria) e Simon Morton (percussões).

4 de Outubro (segunda-feira, Grande Auditório, 21h30)
E.S.T - Esbjörn Svensson Trio
Esbjörn Svesson (piano), Dan Berglund (contrabaixo) e Magnus Ostrom (bateria).

4 de Outubro (segunda-feira, Grande Auditório, 23h30)
Wycliffe Gordon Quintet
Wycliffe Gordon (trombone), Seamus Blake (saxofones tenor e soprano), Oscar Perez (piano), Paul Beaudry (contrabaixo) e Alvin Atkinson (bateria).

Como actividades paralelas, decorrerão entre os dias 1 e 4 de Outubro, no Átrio Principal / Sala de Cinema, exposições, venda de artigos Angrajazz, feira do disco com a presença das distribuidoras Trem Azul e Discantus e ainda uma conferência pelo jornalísta Jason Koransky, da revista Downbeat.

Mais informações sobre o Angra Jazz em http://www.angrajazz.com/

quarta-feira, setembro 29, 2004

Dúvida 

Sempre bem informado, o João Moreira dos Santos, no seu blogue Jazz No País do Improviso! lançou a bomba:

"Um dos mais emblemáticos festivais de jazz organizados em Portugal está em vias de extinção! Não, não é felizmente o Estoril Jazz nem o Seixal Jazz. Mas é um festival que tem características únicas e o seu fim, a concretizar-se, será certamente um péssimo sinal."

Também não é o Jazz em Agosto, na Gulbenkian.

Qual será?

Space 2004 # part 2 

Está a decorrer desde 19 de Setembro, nas cidades de Aveiro, Braga, Coimbra e Porto, a segunda parte do Space 2004 - Festival de Música Experimental e Improvisada.

Este festival, que nasceu em 1999, em Coimbra, organizado pela Associação Cultural Rock'n'Cave, vai prolongar-se até 16 de Outubro, procurando abordar os novos rumos da música contemporânea possibilitados pela via da experimentação e da improvisação.

Criado para proporcionar aos músicos portugueses uma plataforma de ensaio de formas e formações musicais.

Programa:

3 de Outubro (domingo, Porto)
Barco Porto Rio (18h00)
Tenaz
Jorge Coelho (guitarra) e Alexandre Soares (guitarra).
Trio de Jorge Queijo

Barco Porto Rio (22h00)
Radio Station, por Fernando Nunes

9 de Outubro (sábado, Braga)
Play Station #2

10 de Outubro (domingo, Porto)
Barco Porto Rio (18h00)
Hedonic2
Albrecht Loops
Play Station #3

15 de Outubro (sexta-feira ,Coimbra, 22h00 - 24h00)
Concerto de improvisação no Corredor da Rádio Universidade de Coimbra RUC 107.9 FM
Radio Station: emissão directa via rádio e internet www.ruc.pt

16 de Outubro (sábado, Porto)
22h00 - ...
Giga Tera Pia

Festa de encerramento do Festival Space 2004.

Pela noite dentro com o colectivo Giga Tera Pia e com a participação de vários músicos, VJs e performers convidados.

Nas 3 Play Stations programadas vão participar aleatoriamente os músicos: Jorge Queijo (bateria), João Guimarães (sax), Rui Macedo (guitarra), João Figueiredo (sax), João Martins (sax), João Tiago (bateria), Gil Carvalho (voz e electrónica), stereoboy (electrónica), DJ Pia, Jonatham Salgado (percussão), Filipe Silva (guitarra), José Miguel Pinto (guitarra), Sérgio Carvalho (guitarra), Albrecht Loops (guitarra), mc De Nunes, rFarinha (electrónica), Henrique (contrabaixo) e Gustavo Costa (bateria).

O Barco-Bar Porto Rio funciona no Barco Gandufe, um barco atracado no Rio Douro muito perto da ponte da Arrábida.

Mais informações sobre este festival em www.rockncave.org.

terça-feira, setembro 28, 2004

Quiet now! 


Oscar Peterson
© Ken Franckling

No final dos anos 50 o "London House" era um sofisticado restaurante e clube do centro de Chicago, na esquina do Wacker Boulevard com a Michigan Avenue. Era um clube frequentado pelas classes média e alta, "European trappings, chandeliers and the like", recorda o pianista canadiano Oscar Peterson, que se apresentava com o seu trio todas as noites no "London House".

Mas o "London House" era também conhecido por ser um local demasiado barulhento, "When I first started playing there, it also had one of the noisiest audeiences in the world." Este facto parecia não incomodar particularmente os proprietários, os irmãos George e Oscar Marienthal, que insistiam em dizer que "The primary mission of this place is to be a good restaurant, and music is secondary. Keep that in mind and you won´t have problems there."

O pianista George Shearing chegou a parar a meio de uma peça, tão distraído que estava com o barulho da sala. No entanto, era hábito que, a pouco e pouco, os presentes se apercebessem da ausência de música, sinal de que algo não estava bem, e fizessem silêncio. Numa passagem de ano, o pianista Don Shirley teve que inclusivamente assobiar furiosamente num apito de polícia para conseguir acalmar a sala!

Certa noite, o barulho na sala era novamente de tal ordem que um resignado Oscar Peterson teve que dizer "You´re obviously not ready to listen, and when you are, we´ll be back a little later."

O trio de Oscar Peterson costumava nessas ocasiões refugiar-se num pequeno café situado nas imediações do "London House". Foi então que dois homens, de porte atlético impressionante, tipo jogadores de futebol americano, se acercaram de Peterson, dizendo um deles "Mr. Peterson, we´ve come a long way to hear you.", ao que este respondeu "Well, the room isn´t ready to hear me."

Perante a resposta conformada do pianista, o homem voltou à carga e disparou "If we get them quieted down, will you come back and play?", "By all means!", foi a resposta.

Voltaram ao clube, e cada um dos homens colocou-se num dos extremos da sala. Um deles disse, alto e bom som "Hey, we´re paying money like you and we came to hear the trio and we want to hear them and we don´t want to hear any noise." Ouviram bem?

Perante a ameaça a sala emudeceu. Oscar Peterson dirigiu-se ao chefe de sala e disse-lhe "You see how that´s done?", ao que o outro retorquiu "Yeah, but I´m not their size, and there´s two of them".

Hoje o local onde outrora esteve o "London House" deve ser propriedade de uma cadeia de fast food ou coisa que o valha... Sinais dos tempos...

[Excertos retirados das liner notes do disco "The Sound of the Trio", ed. Verve Master Edition, 2000]

segunda-feira, setembro 27, 2004

Gismonti em Portugal 


Egberto Gismonti e Olivia Byington

Egberto Gismonti está de regresso a Portugal. O músico brasileiro, genial compositor, pianista e guitarrista, vem apresentar o espectáculo "A Fala da Paixão", acompanhado pela cantora Olivia Byington, também brasileira, mas menos conhecida, apesar de já ter actuado ao lado de nomes como Tom Jobim e Chico Buarque.

Nestes concertos, marcados para Lisboa (Aula Magna, amanhã), Coimbra (30 de Setembro, Teatro Gil Vicente) e Porto (Coliseu, 1 de Outubro), Egberto Gismonti e Olivia Byington propõem uma retrospectiva das canções criadas pelo músico, com letras do poeta Geraldo Carneiro, entre 1971 e 1980.

De entre a vasta discografia deste "monstro sagrado" da música (não é só do Brasil, é mesmo do mundo todo, todo) o "Improvisos Ao Sul" não poderia deixar de destacar, os discos “In Montréal” (ECM, 2001), gravado ao vivo em Julho de 1989 no Festival de Jazz de Montréal, ao lado do contrabaixista Charlie Haden, e "Folk Songs" (ECM, 1981) acompanhado por Charlie Haden e pelo saxofonista Jan Garbarek.

Música popular brasileira, jazz e outras músicas em concertos a não perder.

domingo, setembro 26, 2004

Buzz 



O disco que tem estado no centro das atenções do "Improvisos Ao Sul" durante este fim de semana é "Buzz", o sexto disco como líder do compositor e contrabaixista Ben Allison.

Considerado pela "Downbeat" como um dos "25 rising jazz stars for the future", Ben Allison nasceu em 1966 em New Haven, Connecticut. Tem estado envolvido em diversos projectos, como Peace Pipe, Medicine Wheel, o Kush Trio e o Herbie Nichols Project (liderado em conjunto com o pianista Frank Kimbrough).



Em 1992, com apenas 25 anos de idade, ajudou a formar um dos mais interessantes colectivos musicais ligados ao jazz da actualidade, o Jazz Composers Collective, organização sem fins lucrativos baseada em Nova Iorque, cuja actividade se centra na criação de condições para que os músicos possam desenvolver a sua actividade criativa, de exploração de novos caminhos musicais, e de que é actualmente director artístico e compositor residente.

A estreia discográfica de Ben Allison foi em 1996 com "Seven Arrows", na editora Koch Jazz, a que se seguiram "Medicine Wheel" (1998), "Third Eye" (1999), "Riding the Nuclear Tiger" (2001) e "Peace Pipe" (2002), todos na Palmetto.

Editado em Maio deste ano, "Buzz" é mais um disco do projecto Medicine Wheel, nascido das experiências com o Jazz Composers Collective. Trata-se de um exercício de renovada frescura criativa, construído por músicos de fino recorte estilístico, onde tradição se cruza com modernidade, num todo equilibrado e de grande interesse. Neste disco, ao lado de Allison estão Michael Blake (sax tenor e soprano), Ted Nash (sax tenor e flauta), Clark Gayton (trombone e trombone baixo), Frank Kimbroufg (piano) e Michael Sarin (bateria).

O disco abre com um magnífico "Respiration", onde o piano de Frank Kimbrough desempenha um papel fundamental na construção do edifício melódico. Destacam-se neste disco outros temas, como o excelente "Green Al", com espantosas intervenções de Michael Blake, para além do curioso tema título, no qual são utilizados pequenos "truques" (o buzz é conseguido através de pequenos sacos de sementes atados nas cordas do contrabaixo e de moedas e clips entre as teclas do piano!) e de uma versão de "Erato", de Andrew Hill. A fechar uma outra interessante versão, desta vez de "Across the Universe", da dupla Lennon/McCartney.

Na opinião do "Improvisos Ao Sul" estamos perante um dos melhores discos de jazz de 2004.

Nota: Ben Allison vai estar em breve no nosso país, primeiro no Angra Jazz (a 2 de Outubro) e depois no Festival de Jazz da Alta Estremadura (a 4 de Outubro), ambos com o The Herbie Nichols Project.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Festival de Jazz da Alta Estremadura 2004 

Começa hoje em Leiria o Festival de Jazz da Alta Estremadura, que vai decorrer até ao dia 9 de Outubro, em Leiria e na Marinha Grande.

Destaque para as presenças do veterano guitarrista Jim Hall, do "Jazz Composers Collective", com Ron Horton, Michael Blake, Frank Kimbrough, Ben Allison e Michael Sarin, do pianista Enrico Pieranunzi e do trio "Azul" de Carlos Bica.

O programa das festas, rico e variado, reza assim:

24 de Setembro (Sexta-feira, 22h00)
Maria João / Mário Laginha
Maria João (voz) e Mário Laginha (piano).
Mercado de Sant’Ana - Centro Cultural (Leiria)

25 de Setembro (Sábado, 23h00)
UBU - Quarteto de Saxofones
José Menezes (sax tenor), Jorge Reis (sax soprano), Guto Lucena (sax alto) e Hugo Gaito (sax barítono).
Castelo de Leiria

26 de Setembro (Domingo, 18h00)
"OFJAE" Orquestra do Festival de Jazz da Alta Estremadura
Direcção: Pedro Moreira
Mercado de Sant’Ana - Centro Cultural (Leiria)

30 de Setembro (Quinta-feira, 22h00)
"GrandPianoramax"
Leo Tardin (piano, minimoog, loops) e Norbert Pfammatter (bateria, percussão).
Mercado de Sant’Ana - Centro Cultural (Leiria)

30 de Setembro (Quinta-feira, 23h00)
The Matt Renzi Trio
Matt Renzi (sax tenor), David Ambrosio (contrabaixo) e Russ Meissner (bateria).
Mercado de Sant’Ana - Centro Cultural (Leiria)

1 de Outubro (Sexta-feira, 22h00)
Carlos Bica "Azul"
Frank Möbus (guitarra), Carlos Bica (contrabaixo) e Jim Black (bateria).
Sport Operário Marinhense (Marina Grande)

2 de Outubro (Sábado, 22h00)
Jim Hall / Enrico Pieranunzi
Jim Hall (guitarra) e Enrico Pieranunzi (piano).
Mercado de Sant’Ana - Centro Cultural (Leiria)

4 de Outubro (Segunda-feira, 22h00)
Jazz Composers Collective - "The Herbie Nichols Project"
Ron Horton (trompete), Michael Blake (sax tenor e soprano), Frank Kimbrough (piano), Ben Allison (contrabaixo) e Michael Sarin (bateria).
Mercado de Sant’Ana - Centro Cultural (Leiria)

5 de Outubro (Terça-feira, 18h00)
"AJMI" de Jazz e Música Improvisada (Orfeão de Leiria)
Fausto Corneo (clarinete baixo), Jorge Esperança (guitarra), João Rodrigues (baixo) e Joel Silva (bateria).
Direcção: Carlos Barretto
Sport Operário Marinhense (Marinha Grande)

5 de Outubro (Terça-feira, 19h00)
"OFJAE" Orquestra do Festival de Jazz da Alta Estremadura
Direcção: Pedro Moreira
Sport Operário Marinhense (Marinha Grande)

7 de Outubro (Quinta-feira, 22h00)
Paula Oliveira / João Paulo
Paula Oliveira (voz) e João Paulo Esteves da Silva (piano).
Sport Operário Marinhense (Marinha Grande)

8 de Outubro (Sexta-feira, 22h00)
Trupe Vocal
Fátima Serro, Susana Baldaque, Kiko (voz), Paulo Gomes (piano), José Lima (contrabaixo) e Mário Teixeira (bateria).
Sport Operário Marinhense (Marinha Grande)

9 de Outubro (Sábado, 22h00)
TGB
Sérgio Carolino (tuba), Mário Delgado (guitarra) e Alexandre Frazão (bateria).
Sport Operário Marinhense (Marinha Grande)

No âmbito deste festival vão também ter lugar concertos didácticos em escolas da região pelo Sexteto do Hot Clube de Portugal, composto por Joao Moreira (trompete), Pedro Moreira (saxofones), Claus Nymark (trombone), Bruno Santos (guitarra), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

quinta-feira, setembro 23, 2004

A Love Supreme 

Se fosse vivo, John Coltrane completava hoje 78 anos de idade.





Festival de Jazz do Porto 2004  

Arranca hoje a edição 2004 do Festival de Jazz do Porto.

Pelo palco do Rivoli - Teatro Municipal irão passar nomes importantes do jazz, cá do burgo e de além fronteiras, como Lee Konitz, Greg Osby, Andy Bey, Dee Dee Bridgewater, Bernardo Sassett ou Nuno Ferreira (que irá apresentar, em primeira audição absoluta, uma obra encomendada pelo festival).

O programa de concertos é o que se segue:

24 de Setembro (Sexta-feira)
Bernardo Sassetti "Indigo"

2 de Outubro (Sábado)
Andy Bey Quartet

14 de Outubro (Quinta-feira)
DEP
Peixe (guitarra), Eduardo Silva (baixo) e Hugo Danim (bateria) .

Nuno Ferreira Quinteto
Nuno Ferreira (guitarra), John Ellis (saxofone tenor), Jesse Chandler (piano, orgão Hammond, teclados), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Bill Campbell (bateria).

1.ª audição absoluta da obra encomendada pelo 14.º Festival de Jazz do Porto.

15 de Outubro (Sexta-feira)
Lee Konitz Nonet
Lee Konitz (compositor, saxofone alto), Ohad Talmor (saxofone tenor, clarinete, arranjador), Russ Johnson (trompete), Jacob Garchik (trombone), Dimos Goudaroulis (violoncelo), Denis Lee (clarinete baixo), Bob Bowen (contrabaixo), Ben Monder (guitarra) e Billy Hart (bateria).

16 de Outubro (Sábado)
Dee Dee Bridgewater "J’ai deux amours"
Dee Dee Bridgewater (voz) Louis Winsberg/Patrick Manouguian (guitarra), Marc Berthoumieux (acordeão)Ira Coleman(contrabaixo) e Minino Garay (bateria e percussões).

3 de Novembro (Quarta-feira)
Jacky Terrasson Trio

5 de Novembro (Sexta-feira)
Greg Osby Five
Greg Osby (sax alto), Jason Palmer (trompete), Megumi Yonezawa (piano), Matt Brewer (contrabaixo) e Tommy Crane (bateria).

Todos os concertos serão no Rivoli - Teatro Municipal.

quarta-feira, setembro 22, 2004

O mistério do saxofone 



O programa de televisão "History Detectives" já vai na sua segunda série nas estações PBS nos EUA. Esta série é composta por 12 episódios, que vão para ao ar nas noites de segunda feira.

Os responsáveis pelo programa são quatro investigadores experientes em investigações históricas. Procuram resolver mistérios históricos relacionados com pessoas famosas, objectos interessantes, factos históricos, lendas locais, superstições, etc.. .

Mas o que tem tudo isto a ver com o jazz?

Aqui vai uma história...

The Place: Oakland, California

The Case: A woman owns a beautiful old alto saxophone that belonged to her father and according to family legend was once owned by the legendary jazz musician Charlie "Bird" Parker. Her late father, a white musician, told her that when they lived in Portland, Oregon, Charlie Parker came to a practice session without his horn. The story goes that when her father chided Parker for selling his instrument, Bird said, "If you want the horn so much, here's the pawn ticket." But is the story true? Did these two musicians ever meet? Would Charlie Parker abandon his horn?

History Detectives investigates an original American art form and the life of a troubled musical genius.

[Episódio 11, 2004, "History Detectives", PBS]

Mais informação sobre este misterioso caso, aqui.

Ciclo de Jazz de Oeiras 

Começa esta noite em Oeiras, um Ciclo de Jazz. São várias e interessantes as propostas agendadas, que vão de Filipe Melo (um dos mais interessantes pianistas portugueses de jazz da nova geração) ao guitarrista francês Sylvain Luc, passando pelo pianista Ivan Paduart e pelo prestigiado baterista francês André Ceccarelli.

Outro dos destaques vai para um espectáculo temático sobre a história do jazz, de 1900 a 2000, onde serão apresentados alguns dos mais representativos temas de cada época. A direcção musical deste espectáculo está a cargo do saxofonista Nana Sousa Dias, à frente de uma banda constituída por sete músicos.

O programa do Ciclo de Jazz de Oeiras, que decorre até sábado, é o seguinte:

22 de Setembro (Quarta-feira, 22h00)
"Século de Jazz"
Nana Sousa Dias (saxofones, flauta, direcção musical), João Moreira (trompete) , Vera de Vilhena (voz), Rui Caetano (piano), Vasco Agostinho (guitarra), Hugo Antunes (contrabaixo, baixo eléctrico) e Bruno Pedroso (bateria).

23 de Setembro (Quinta-feira, 22h00)
Trio de Filipe Melo
Filipe Melo (piano), Bruno Santos (guitarra) e Bernardo Moreira (contrabaixo).

24 de Setembro (Sexta-feira, 22h00)
"Sud" - Sylvain Luc Trio
Sylvain Luc (guitarra), Jean-Marc Jafet (contrabaixo) e André Ceccarelli (bateria).

Dia 25 de Setembro (Sábado, 22h00)
Ivan Paduart Trio
Ivan Paduart (piano), Hein Van De Geyn (contrabaixo) e Joost Van Schaik (bateria).

Todos os concertos terão lugar no Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras.

terça-feira, setembro 21, 2004

Bernardo Sassetti lança "Indigo" 

Já aqui tínhamos deixado essa indicação, mas agora fica a confirmação.

O pianista Bernardo Sassetti vai lançar na última semana de Setembro o seu novo disco, intitulado "Indigo" (edição Cleen Feed).

A primeira edição é dupla com a oferta de um cd com sessões de improvisos, a solo, aquando da gravação do "Nocturno", o disco anterior.

Os concertos de apresentação de "Indigo" estão marcados para os dias 24 de Setembro, no Porto (Rivoli), e 1 de Outubro, em Lisboa (Grande Auditório do CCB).

Depois de ter elevado a fasquia com "Nocturno", na opinião do "Improvisos Ao Sul" um dos melhores discos de jazz de sempre gravado por um músicos portugueses, aguarda-se o novo disco com grande expectativa.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Duke sagrado 


Retirada de: www.dukeellington.com

O 7º Festival Internacional de Órgão de Lisboa, este ano indelevelmente marcado pela comemoração do 300º aniversário do nascimento do compositor, organista e cravista Carlos Seixas (1704-2004), inclui esta noite um concerto música sacra da autoria de... Duke Ellington.

Neste imperdível concerto, marcado para as 21h00 na Igreja de São Luís dos Franceses, em Lisboa, estarão presentes o saxofonista Hakan Lewin e o organista Johannes Landgren.

Relembre-se que Duke Ellington criou três concertos de música sacra, entre 1965 e 1973, todos eles editados em disco: "Concert of Sacred Music" (Grace Cathedral, São Francisco), "Second Sacred Concert" (Cathedral of St. John The Divine, Nova Iorque) e "The Majesty of God" (Abadia de Westminster, Londres). Para o autor, estes trabalhos incluem-se entre os seus melhores, incorporando elementos dos espirituais negros, blues, do jazz e da música coral.

Mina de jazz 


Quinteto de Rodrigo Gonçalves
Foto: AB

O III Jazzmin - Festival de Jazz de Aljustrel, que decorreu nesta vila mineira baixo alentejana entre sexta-feira e ontem, recebeu no sábado à noite a vista de um dos mais interessantes pianistas nacionais da nova geração.

Com o objectivo de apresentar o cd "Tribology", Rodrigo Gonçalves, que trocou o piano acústico pelo Fender Rhodes (não sei se devido a limitações do próprio espaço), fez-se acompanhar por um excelente saxofonista alto de Barcelona, de seu nome Liberto Fortuni, que fez esquecer a ausência de Perico Sambeat, pelo sempre inspirado Mário Delgado na guitarra, por um jovem contrabaixista argentino de que, confesso, não consegui apanhar o nome e pelo já experiente baterista Bruno Pedroso.

As peças incluídas em "Tribology", disco de inspiração jazzística clássica mas com os olhos postos na modernidade, apareceram aqui travestidas de uma nova sonoridade, essencialmente assente no som "eléctrico" do Fender Rhodes que conferiu uma aura mais seventies aos originais conhecidos do disco, sem os ferir na sua essência.

O concerto começou com "GBT", o tema que também abre o disco, uma melodia contagiante, excelente trabalho de equipa, com destaque para bons solos de Mário Delgado e Liberto Fortuni.

Seguiu-se a "Barcelona Suite", com os seus três andamentos, "Cuanto Antes", "Que Guay!" (que fabuloso solo de Fortuni!) e "Adeu (em Març)", com um bom apontamento de Gonçalves, e o excelente "Us Two", uma das peças mais interessantes do disco, que resultou muito bem neste contexto ao vivo.

O quinteto apresentou então um tema não incluído no cd, um "Sem Título" ("Por favor ajudem-me a dar nome a este tema!", quase suplicou Gonçalves) que se revelou ser um tema rápido, nervoso, com um Delgado hiper dinâmico.

Continuando a desfilar por ordem os temas de "Tribology", escutou-se um intimista e comtemplativo "ReEvolução" (evolução? revolução? ou apenas uma canção de embalar?) com Mário Delgado a desenhar as linhas melódicas.

"Tribology" é um tema rápido, de matriz hard-bop, que contou com bons solos de Fortuni (outra vez) e de Bruno Pedroso.

Um bom concerto, que encerrou com um standard, já em encore.

Algumas palavras para o comportamento de (algum) do público presente, que insiste em chegar atrasado (culpa do futebol?) e em levantar-se a meio dos temas.

O III Jazzmin terminou ontem à noite com o concerto do Multiphonic Pocket Band.

Para além da corajosa e infindável luta dos mineiros pela reabertura da mina, Aljustrel começa a ficar também no panorama dos festivais de jazz no sul do país.

Esperamos que a quarta edição seja ainda melhor.

sábado, setembro 18, 2004

Rodrigo Gonçalves hoje em Aljustrel 



Depois de ontem à noite ter aberto portas o III Jazzmin – Festival de Jazz de Aljustrel, com a actuação do trio de Mário Laginha, hoje é a vez de Rodrigo Gonçalves subir ao placo do auditório da Biblioteca Municipal para apresentar o disco "Tribology", uma das mais interessantes propostas discográficas nacionais deste ano em matéria de jazz em Portugal.

O "Improvisos Ao Sul" não poderia deixar de estar presente neste concerto em terras alentejanas de uma das jovens certezas do piano jazz nacional. Um concerto a não perder.

sexta-feira, setembro 17, 2004

Estamos no ar! 



Após o habitual interregno estival, o "Improvisos Ao Sul" regressa hoje ao éter alentejano, no horário habitual, entre as 23h e as 24h, na Rádio Voz da Planície (104.5 FM – Beja).

Na agenda de espectáculos desta emissão daremos especial atenção ao “III Jazzmin – Festival de Jazz de Aljustrel”, que arranca esta noite.

Faremos também uma breve resenha de alguns concertos a que tivemos oportunidade de assistir durante o Verão: Clayton-Hamilton Jazz Orchestra (Estoril Jazz), NOW Orchestra (Jazz em Agosto), Orquestra de Jorge Costa Pinto, Randy Brecker-Bill Evans NY Soulbop Band e TGB (Lagos Jazz), Bernardo Moreira Sexteto, Jacinta e do projecto Contra3aixos (Verão em Tavira).

Ouviremos Duke Ellington, Greg Osby, Rodrigo Gonçalves, Clayton-Hamilton Jazz Orchestra, Zé Eduardo, ...

Estão todos convidados para jazzar connosco logo à noite!

Alegre Corrêa com Joe Zawinul 

O "Improvisos Ao Sul" recebeu um simpático e-mail do outro lado do Atlântico. O seu autor é Raul Boeira, de Passo Fundo/RS Brasil, que nos dá conta da presença do guitarrista brasileiro Alegre Corrêa no Joe Zawinul Syndicate.


Alegre Corrêa
Retirado de: www.jazzinaustria.net

Aqui fica o seu texto completo:

Uma guitarra brasileira no Zawinul Syndicate

Joe Zawinul, austríaco, 72 anos, teclista, compositor e arranjador. Um mito do jazz. Na Áustria, estudou em conservatório, mas em 1959 foi para os EUA arriscar suas fichas no jazz moderno. Acompanhou músicos como Ella Fitzgerald, Dinah Washington, Ben Webster e Cannonball Aderley. No final dos anos 60 decidiu enfrentar o desafio de introduzir os teclados eletrônicos no jazz. Com eles teve um papel importante na nova direção que Miles Davis dava em sua música nessa época. De 68 a 70 integrou os famosos grupos fusion de Miles gravando com ele os álbuns Directions, In A Silent Way, Bitches Brew e Big Fun. Em 1971 associou-se ao saxofonista Wayne Shorter e deu início ao Weather Report, o melhor grupo de jazz fusion da época. Pelo grupo passaram alguns dos mais criativos músicos da cena do jazz moderno, tais como os baixistas Jaco Pastorius e Alfonso Johnson, os bateristas Peter Erskine, Omar Hakin e Airto Moreira e os percussionistas Mino Cinelu e Dom Um Romão. De 71 a 85 o grupo gravou 16 discos.

Com a dissolução do Weather Report, criou o Zawinul Syndicate, onde tocaram os guitarristas Scott Henderson e Gary Poulson, os baixistas Abraham Laboriel e Victor Bailey, o baterista Alex Acuña e o percussionista Manolo Badrena. O grupo lançou os álbuns Immigrants (1988), The Black Water (1989), Lost Tribes (1992) e World Tour (1988).

Agora, o velho mestre austríaco convidou o guitarrista Alegre Corrêa para integrar a nova formação do Zawinul Syndicate, que tem ainda Sabine Kabongo (vocal), Karim Ziad (percussão), Arto Tuncboyaciyan (bateria) e Linley Marthe (baixo). Alegre Corrêa tem 44 anos e nasceu em Passo Fundo-RS. Está em Viena desde 1988, aonde vem construindo uma carreira de sucesso e prestígio, já tendo lançado 8 Cds na Europa. É também o guitarrista titular da Vienna Art Orchestra, a mais criativa big band da Europa. Os shows do Zawinul Syndicate, com Alegre Corrêa na guitarra, acontecem nos dias 28 de setembro a 3 de outubro, no Birdland, em Viena. Confira o programa no site www.birdland.at

Colaboração: Raul Boeira – Passo Fundo/RS Brasil (raulboeira@hotmail.com)

Já agora talvez seja interessante espreitar o original sítio de Alegre Corrêa, em http://www.alegrecorrea.com.

O "Improvisos Ao Sul" agradece a excelente colaboração de Raul Boeira e espera que ela não fique por aqui. Continue a mandar-nos notícias do jazz que se vai fazendo (e ouvindo no Brasil)!.

quinta-feira, setembro 16, 2004

III Jazzmin arranca amanhã 

O jazz está (finalmente!...) de regresso a terras alentejanas.

Começa já amanhã a terceira edição do JAZZMIN - Festival de Jazz de Aljustrel, que decorrerá até Domingo na vila mineira.

O programa de concertos é o que se segue:

17 de Setembro (Sexta-feira)

Trio de Mário Laginha
Mário Laginha (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

18 de Setembro (Sábado)

Rodrigo Gonçalves "Tribology"
Rodrigo Gonçalves (piano, Fender Rhodes), Perico Sambeat (sax alto), Jabier Colina (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

19 de Setembro (Domingo)

Multiphonic Pocket Band
Mário Marques (sax e samplers), João Moreira (trompete), Ruben Santos (trombone), Sérgio Carolino (tuba) e Bruno Pedroso (bateria).

No âmbito deste festival, vão também ter lugar no Domingo um conjunto de workshops de vários instrumentos (saxofone, trompete, trombone, tuba, bateria, guitarra, samplers e voz), destinados a proporcionar aos jovens músicos (e não só...) o contacto com a linguagem jazz.

A direcção artística deste festival está mais uma vez a cargo de Adelino Mota.

Os concertos terão lugar no Auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, a partir das 21h30.

Fumos 


Roland Kirk (© Karlheinz Klüter)

Palavras do saxofonista Roland Kirk:

"When I die I want them to play the BLACK AND CRAZY BLUES, I want to be cremated, put in a bag of pot and I want beautiful people to smoke me and hope they got something out of it."

quarta-feira, setembro 15, 2004

Ivey-Divey 



Tem saída prevista para o próximo dia 21 de Setembro o novo disco do clarinetista Don Byron, intitulado "Ivey-Divey", o seu quinto título para a Blue Note.

Nascido a 8 de Novembro de 1958, em Nova Iorque, Don Byron esteve desde tenra idade exposto a um variado leque de estilos musicais. A sua mãe era pianista e o seu pai tocava contrabaixo num grupo de calypso. Começou a dedicar-se mais ao jazz após ter-se matriculado no prestigiado New England Conservatory of Music, em Boston.

Mais tarde, estabeleceu-se em Nova Iorque, tendo aí trabalhado com músicos incontornáveis como David Murray, Marc Ribot, Bill Frisell, entre outros.

Discos como "Tuskegee Experiment", "Music For Six Musicians", "Bug Music" ou "Nu Blaxploitation" são testemunhos da versatilidade de Byron como músico e improvisador.

Neste novo disco, Don Byron escolheu para tocar a seu lado o pianista Jason Moran e o baterista Jack DeJohnette, assumindo a herança do trio de Lester Young, com Nat "King" Cole e Buddy Rich, em meados da década de 40.

Diz Byron “I didn’t want this just to be ‘Don Byron Plays Lester Young”.

O trio cresce para quarteto ou quinteto em algumas faixas, com a entrada do contrabaixista Lonnie Plaxico e do trompetista Ralph Alessi.

O disco inclui 4 temas do repertório de Lester Young, "I Want to Be Happy", "Somebody Loves Me", "I Cover the Waterfront" e "I’ve Found a New Baby", dois de Miles Davis, "Freddie Freeloader" e "In a Silent Way", e ainda quarto temas originais de Byron.

Quanto ao estranho título do disco, trata-se de uma expressão muito utilizada por Lester Young, que, em bom português, significa qualquer coisa como "vamos ver no que dá...".

Zornografia 



John Zorn, Jazzhaus 1992.4.27

Fotografia de Lothar Jung

terça-feira, setembro 14, 2004

As mulheres do jazz 



No jazz, sempre houve espaço para as mulheres.

Muitas delas não ocuparam, ou ocupam, contudo, um espaço qualquer: Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Dinah Washington, Carmen McRae, Betty Carter, Carla Bley, entre outras, são apenas alguns nomes de mulheres que desempenharam um papel fundamental e marcante na evolução da história do jazz.

Para uma melhor compreensão do contributo da mulher para o jazz foi recentemente editado pela Indiana University Press o livro "Jazzwomen: Conversations with Twenty-one Musicians", da autoria de Wayne Enstice e Janis Stockhouse, que aborda o papel da mulher no universo do jazz, compilando 21 entrevistas com jazzwomen, de entre as quais Maria Schneider, Shirely Horn, Regina Carter, Diana Krall, Abbey Lincoln, Cassandra Wilson, Marian McPartland e Jane Ira Bloom.

As entrevistadas falam sobre aspectos da sua vida pessoal, da sua formação musical, principais influências, relações com outros músicos, gravações, sobre a indústria musical, etc. No final de cada entrevista é apresentada uma pequena discografia recomendada.

Instada a comentar o comportamento sexista, a cantora e pianista Diana Krall respondeu assim:

WE: Let’s talk about gender politics. As a woman in jazz, have you been discouraged due to sexist behavior?

DK: If I did, I probably wouldn’t notice it. I probably just would’ve thought that the person had a problem. Lately, I’ve had a problem (chuckles sardonically), because you’re not supposed to be attractive. “You’re only successful ’cause you’re a white, blond, girl-next-door type.” “Girl next door meets sex kitten,” was one quote in the paper. A put-down. I’m frustrated because my photographs in some instances are too glamorous for certain publications. I can’t be a serious artist because of my looks; or I’m only successful because of my looks. Because of that, there’s a prejudice against digging a little deeper. I don’t feel comfortable talking about this because I think that it’s nothing that I can’t deal with. And it’s not a big deal—look at prejudices that people—I mean, uhh.

[Retirado de, "Jazzwomen: Conversations with Twenty-one Musicians", de Wayne Enstice e Janis Stockhouse, Indiana University Press, Junho 2004]

Frase marcante: "I can’t be a serious artist because of my looks; or I’m only successful because of my looks. Because of that, there’s a prejudice against digging a little deeper."

segunda-feira, setembro 13, 2004

Wyatt 



Robert Wyatt foi o motor, o baterista e o vocalista responsável pelos três primeiros álbuns dos Soft Machine, um dos mais importantes grupos britânicos de rock experimental da década de 60. Depois de deixar os Soft Machine trabalhou ainda com os Matching Mole.

Em 1972, um trágico acidente deixou Wyatt paraplégico. Em vez de seguir o caminho mais previsível, o de abandonar o mundo da música, reuniu todas as capacidade físicas que lhe restaram e aliou-as à intocada visão conceptual, para produzir o seminal "Rock Bottom", de 1974.

Seguiu-se um período caracterizado por uma mais vincada intervenção política, essencialmente através de singles como "Shipbuilding”, "Strange Fruit," e "Stalin Wasn't Stallin´".

Em 1997 lançou "Shleep", disco que foi a banda sonora do "Improvisos Ao Sul" durante o passado fim de semana.

Para este disco, Wyatt convidou nomes como Brian Eno (Wyatt considera-o um virtuoso do século XXI), o guitarrista belga Phillip Catherine ou Evan Parker ("There is no more formidable saxophonist playing today.", refere Wyatt). O resultado é absolutamente espantoso e completamente inclassificável, em termos estilísticos. Um caldeirão onde cabem jazz, rock, psicadelismo e música de intervenção política.

Woman wishing for wings
(too large a lump to pass for bird)
hopes that by wishinghard enough
she will cast off the ballast
And the swallows
will politely accept her waving arms
as wings,
as she will join in with them,
as she will rise up with them,
and she will
fly.

[em "September the Ninth", cd "Shleep" de Robert Wyatt (Rykodisc, 1997)]

"Maryan" (com a guitarra perfumada de Catherine), "The Duchess" (Parker excelente no sax soprano) ou "September the Ninth" são temas estranhos, cerebrais, belíssimos. Carregados de uma aura mística, hipnotizadora.

Um disco a revisitar, sempre.

sábado, setembro 11, 2004

Jazzman Set04 

Na edição de Setembro da revista francesa "Jazzman" merece grande destaque "Ambre et Lumière", uma entrevista exclusiva com Alice Coltrane, a misteriosa viúva de John Coltrane. Pianista, harpista, mentora espiritual, entre tantas outras vertentes, regressa aos discos mais de um quarto de século depois com o novo "Translinear Light" (Impulse!, 2004), ao lado dos seus filhos Oran e Ravi, do contrabaixista Charlie Haden e do baterista Jack DeJohnette. Não só pela raridade do acontecimento, como também pela personalidade em causa, uma entrevista a não perder.

A ler também com atenção os artigos com a norte americana Geri Allen, "Geri Allen l´entre deux mondes"), pianista que, como poucos, alia a tradição jazzística a um espírito vanguardista, e com o pianista, compositor e arranjador Enrico Pieranunzi, que gravou recentemente em trio (ao lado do saxofonista Rosario Giulianai e do contrabaixista Marc Johnson), acompanhado por um quarteto de cordas ("Journal d´un fan de chambre").

O blindfold test desta edição é com o saxofonista italiano Stefano Di Battista, que acaba de lançar o disco "Parker´s Mood", assumindo de novo a herança parkeriana.

Em "Passeport" é desta vez analisada a actual cena jazzística do Líbano (Beirute é, há muito, ponto de passagem para inúmeros músicos ligados ao jazz).

Na secção "CD Review" são destacados os discos "Live - A Fortnight in France", da cantora Patricia Barber, "Soul on Top", de James Brown, "Armistice 1918", de Bill Carrothers, "Parker´s Mood", de Stefano Di Battista, Friends Seen and Unseen", do Charlie Hunter Trio, "The Out-of-Towners", de Keith Jarrett, "Blues in Summertime", de Guy Lafitte e "As it Grows", de Russ Lossing/Ed Schuller/Paul Motian. Em debate este mês está "The Out-of-Towners".

Na secção dedicada ao DVD salienta-se a recente edição de "A Bookshelf on Top of the Sky - 12 Stories About John Zorn", de Claudia Heuermann, uma visão muito pessoal sobre a carreira do imparável músico norte-americano.

Noticiário diverso, as habituais secções e a agenda de concertos, rádio e TV completam este número.

O "Improvisos Ao Sul" já está com água na boca para o próximo número, que incluirá um artigo sobre Jan Garbarek...

sexta-feira, setembro 10, 2004

Blue Patricia 


Patricia Barber
Foto retirada de www.patriciabarber.com

Para o "Improvisos Ao Sul" Patricia Barber é uma das melhores vocalistas de jazz da actualidade.

Patricia Barber tem vindo a construir uma brilhante carreira, não só como vocalista e pianista mas também como letrista sofisticada, de grande carga irónica, cheia de amores (e humores) ardentes.

O seu último disco de originais, "Verse" (Blue Note, 2002) é uma verdadeira pérola. Um dos melhores temas chama-se "If I Were Blue" e reza assim:

If I were blue
Like David Hockney´s pool
dive into me and glide
under a California sky
inside your mouth and noseand eyes am I

If I were blue
Like Edward Hopper´s afternoon
lift the sash to air and breeze
let my summer flush your cheek
lie supine beneath the soft and gentle season

would that this were that
this is more like black
dark as darkest indigo
sickly sweet and ripe
like nothing
smothering light

bring on the pelting rain
palpable sensual pain
like Goya in his studio
in the thick of night
absence is
dull and silent

If I were blue
a pale Picasso blue
as beauty is to sorrow
let me cover you in sleep
and in your melancholy
I would give you peace
if I were blue

[Retirado de "If I Were Blue", cd "Verse", Blue Note, 2002]

Patricia Barber acaba de lançar o disco "Live: A Fortnight In France", gravado em Março e Abril de 2004 em clubes de três cidades francesas ("L’Arsenal" em Metz, "La Coursive" em La Rochelle e "La Cigale" em Paris).

Mantém a mesma banda há já vários anos, o que considera uma vantagem: "We trust each other so much that the improvisation has become quite adventurous. Onstage it’s often, “Look, no hands!""!

Quem quiser conhecer melhor a música de Patricia Barber pode consultar www.patriciabarber.com.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Mini Festival de Jazz em Faro 



Hoje e amanhã vai ter lugar em Faro um mini festival de jazz, organizado por duas associações culturais da capital algarvia, a Associação Recreativa e Cultural de Músicos e a Associação Grémio das Músicas.

Segundo a organização do evento, esta iniciativa não contou com qualquer apoio do município, que, em plena semana das festas do dia da cidade, negou apoio a esta iniciativa (porque será?, pergunto eu - penso que a resposta não é difícil...).

Este mini festival de jazz terá a seguinte programação:

9 de Setembro (Quinta-feira)

Lançamento do cd "A Jazzar no Zeca"

Zé Eduardo Unit + Jack Walrath
Jack Walrath (trompete) Jesus Santandreu (sax tenor), Zé Eduardo (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria).

10 de Setembro (Sexta-feira)

NYC Jazz All Stars
John Swana (trompete), Greg Tardy (sax tenor), Alan Ferber (trombone), Jonathan Kreisberg (guitarra), Aaron Goldberg (piano), Matt Panman e Mark Ferber (bateria).

Os concertos terão lugar às 22h30, na Associação de Músicos de Faro.

Em ambos os dias, entre as 19h00 e as 22h00, haverá uma jam session com os alunos participantes no "3º Workshop Jazz em Tavira 2004", com entrada livre.

quarta-feira, setembro 08, 2004

TGB no All About Jazz 



Finalmente, o jazz que se faz em Portugal começa a ser notado lá fora. O sítio All About Jazz publicou em Julho uma crítica ao disco de estreia dos TGB.

Aqui fica o texto, da autoria de Clifford Allen:

"The title TGB is not necessarily a Portuguese translation of “Taking Care of Business,” though it certainly could be. In this case, the acronym only refers to the instrumentation: Tuba, Guitarra y Bateria (tuba, guitar and drums), certainly one of the more original instrumental combinations to occur in the history of improvised music. Joe Daley and Ray Draper, after all, had to rely on much more traditional instrumentation for their rare leadership opportunities (Draper's band including John Coltrane, among others), but the uniqueness of instrumentation naturally yields to a unique and cooperative ensemble voice.

TGB is formed of some of the most uncompromising and acclaimed musicians in Portugal: the young tubaist Sérgio Carolino, guitarist Mário Delgado and drummer Alexandre Frazão. Though they have played a number of concerts in their home country, this is their first recording as a unit. Delgado is probably the most noted improviser in the group; he currently leads a frantic quintet with Frazão and the ubiquitous Carlos Barretto in the bass chair, a group that recalls some of Tim Berne's and Ray Anderson's bands in both instrumentation and feel.

Delgado's guitar playing is an interesting and complicated stylistic hodgepodge of rock, jazz, country and traditional Mediterranean influences, moving from heavily distorted gutbucket shenanigans to the most fleet (yet still dissonant) maneuvers. Carolino is a serious technician, as he parallels (rather than smears along with) Delgado's guitar lines throughout the often freewheeling head arrangements and approaches multiphonics with all the verve of trombonists like Albert Mangelsdorff (see the intro to ”Lilli's Funk”).

There is a rather strong rock element to the proceedings, though the complexity of interaction between the three and the intricacy of the arrangements certainly spells “jazz.” Much of this is, of course, due to the combination of Delgado's pyrotechnics and the insistent propulsion of Frazão, but if it is a jazz-rock hybrid, then certainly it has fallen far from the tree. After all, these elements coalesce to create a balanced whole rather than a dichotomy of influence, and the seamless way in which textural jumps are completed just serves to bolster the TGB manifesto. It is with this in mind that explorations of themes by Ellington, Monk and Powell can stand up alongside a Led Zeppelin cover, funky jaunts and moody freedom, and all the better for it.

What could have seemed on the surface like an experiment in instrumentation over a few choice themes or a lapse into noodling is in reality a prime example of not only a unique and telepathic ensemble unity, but an approach that circumvents all conventions of both rock and improvised music. Delgado, Carolino, and Frazao would probably hate to hear it uttered, but if “fusion” really equals synthesis, then they have created one of the most valuable fusion records of the past thirty years.
"

[Retirado de: http://www.allaboutjazz.com/php/article.php?id=14094]

terça-feira, setembro 07, 2004

Portuguese Dance and Jazz 78 rpm 



Descobri este interessante sítio na internet, da autoria de Norman Field, dedicado ao repertório norte-americano de standards dos anos 20 e 30 disponível em Espanha e em Portugal.

"This page will hopefully present information on the ‘standard’ 1920s/30s (i.e. mainly American) repertoire available widely in Europe, but little-known from Spain, and especially Portugal.

One of the things that has always puzzled us is the lack of information on Iberian issues of American popular music styles in the period 1910 – 1940. Not so much on Spanish or Portuguese local Ragtime, Jazz and Dance bands (though there surely must have been some), but on issues of British and especially American ‘standard repertoire’. That material appeared, to a greater or lesser extent, all over Europe; and indeed also in those parts of the world still under the Imperial control of those countries: e.g. British HMV issues in India.

It may be that there is really no problem to be addressed: Jazz and modern dance music from say 1920 – 1940 did not have to be all the rage everywhere, to be sure. Or it may just have been issued in very small quantities.

There certainly seems to be a dearth of Jazz/Dance discographers in Spain and Portugal, notwithstanding the large numbers of ex-patriate British who now reside there. This would naturally render the later ‘re-discovery’ and listing of the few original issues fairly unlikely.

I decided to make this page, and put down what little I know of such issues (nothing in the case of Portugal!), and ask for information on the Internet. Anything coming in will be added, with credit to the correspondent."

Para uma leitura completa, consultar http://www.normanfield.fsnet.co.uk/iberia.htm.

A Jazzar no Zeca 

Após o sucesso do projecto "A Jazzar no Cinema Português" (onde se incluíam dois temas da autoria de José Afonso, "Grândola, Vila Morena" e "Os Índios da Meia-Praia") e na sequência de toda uma vivência humana e musical, Zé Eduardo teve a ideia de prestar homenagem a José Afonso, um dos mais importantes autores nacionais de todos os tempos e um dos nomes mais importantes da luta anti-fascista e da REVOLUÇÃO – sim, REVOLUÇÃO - de Abril.

Activista confesso, Zé Eduardo foi estudante de arquitectura até 1974, tendo convivido de perto com as movimentações estudantis contra o antigo regime. Tornou-se músico de "estúdio" em 1975 e até 1982 tocou e gravou com alguns dos mais importantes nomes da música portuguesa, como Fausto, Sérgio Godinho, Júlio Pereira, Adriano Correia de Oliveira, Carlos do Carmo, e com o próprio José Afonso. Fundou e foi director da Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal e da Orquestra de Jazz do Hot Clube. Mudou-se para Barcelona, onde viveu entre 1982 e 1995, tendo aí desenvolvido actividade intensa como director do conhecido Taller de Músics. Tocou também com grandes nomes do jazz internacional, como Steve Lacy, Kenny Wheeler, Art Farmer, Harold Land, Tete Montoliu, entre outros. Tem tocado em inúmeros festivais, um pouco por toda a parte. Com o Zé Eduardo Unit gravou dois discos em Espanha, respectivamente em 1989 e 1990. Regressado a Portugal, acentuou a sua vertente pedagógica. Fundou a Escola de Jazz do Barreiro e foi director do Departamento de Jazz da Escola Profissional de Música de Almada, para além de ter leccionado em inúmeros "workshops" e em outras acções formativas. Em 2002 dá início a uma nova fase da sua carreira, com o novo formato do seu Unit, em trio, acompanhado pelo baterista Bruno Pedroso e o pelo saxofonista Jesus Santadreu.

A escolha dos temas incluídos em "A Jazzar no Zeca" (Clean Feed, 2004) ficou a dever-se mais às letras do que propriamente e pela música, "... basicamente pelo que representam e pela força das palavras, campo onde o Zeca era um mestre...", referiu Zé Eduardo, acrecentando ainda que "... é claro que a música do Zeca também faz sentido sem a poesia, mas foi graças à sua união com as palavras que o todo se tornou definitivo nesse momento histórico crucial".

Aqui fica a forma como Zé Eduardo analisa os temas de José Afonso incluídos em "A Jazzar no Zeca":

"Era de Noite e Levaram"
Uma cordial visita da polícia política nas horas de "expediente". Música cinematográfica.

"Grândola, Vila Morena"
No seu tempo um “hino”. Agora uma proposta de uma revolta que vamos adiando porque para avestruzes caminhamos. Música cinematográfica.

"Canto Moço"
Outro “hino” que, há anos - fora do contexto – foi "banalizado" por aqueles a quem estava destinado. Uma pena. Permiti-me fazer dele uma "reggae". Já agora também o banalizo.

"O Que Faz Falta"
Mais um "hino". Muito no estilo "seventies". Últimos anos das "frentes" eleitorais impossíveis e das transições pacíficas... Dele fizemos festa. O Zeca cantava-o como tal.

"Coro da Primavera"
Letra incomodamente actual. Ainda bem que os "media" estão "atentos" para proteger as nossas mentes de todo o pecado. Obrigado.

"Traz Outro Amigo Também"
Um convite para actividades politicamente "incorrectas". Um tema jazzisticamente mais correcto. Puro espírito de contradição, dirão alguns.

"Cantar Alentejano"
Um “requiem” por uma Combatente da Liberdade. Música cinematográfica (mal inspirada alusão às acelerações e desacelerações dos jeeps das forças da ordem nas searas alentejenas de então). Acaba com o funeral e uma "quote" a um "hino" da época. É só mudar o tema de menor a maior. Fica para adivinhar.

"Escandinávia-Bar"
Cantiga de "escárnio e maldizer" de um Zeca que já estava a ver o que lhe (nos) veio a cair em cima. Entretanto já nos caiu mesmo em cima. "Quote" ao velho "blues" seguida de passagem reiterativa. Fica a adivinha.

[Retirado das liner notes do CD "A Jazzar no Zeca", Clean Feed, 2004]

O disco "A Jazzar no Zeca" foi apresentado ao vivo na "Festa do Avante!", no passado Sábado, 4 de Agosto. Neste concerto, Zé Eduardo, bem ao seu estilo, sempre cáustico e irreverente, fez-se acompanhar por Jesus Santandreu (sax tenor), Marc Miralta (bateria) e por um convidado especial, o trompetista norte americano Jack Walrath. Foram interpretados os temas "Era de Noite e Levaram", "Escandinávia-Bar", "Cantar Alentejano", "Grândola, Vila Morena", "Traz Outro Amigo Também" e "O Que Faz Falta".


Zé Eduardo Unit ao vivo na Festa do “Avante!” 2004
Foto: AB

José Afonso, em "Coro da Primavera":

Venha a maré cheia
duma ideia
p´ra nos empurrar

Só um pensamento
no momento
p´ra nos despertar

Eia mais um braço
e outro braço
nos conduz irmão

Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão

Palavras sempre actuais que continuam a incomodar muita gente...

segunda-feira, setembro 06, 2004

Amália e o jazz 



Acaba de ser publicada em DVD uma síntese de 90 minutos do documentário "The Art Of Amalia", dedicado a Amália Rodrigues. Este documentário, realizado por Bruno de Almeida, ex-músico e cineasta português residente em Nova Iorque, tem, na sua versão completa, uma duração de 5 horas.

Em entrevista ao “Expresso” do passado Sábado, Bruno de Almeida, questionado sobre as preferências musicais de Amália, afirma:

"Ficámos amigos, e passávamos horas a falar sobre tudo, sobre todos os tipos de música. Mostrei-lhe gravações do Miles Davis, do John Coltrane, do Frank Zappa… Apesar de nem o rock nem o jazz serem géneros musicais que ela habitualmente escutasse muito, tinha uma intuição que lhe permitia perfeitamente entender e apreciar o que ouvia. Ela tinha, aliás, uma coisa muito em comum com o Miles Davis, no fraseado: ser capaz de estar a cantar atrás do tempo e à frente do tempo, de repente, em duas quadras, cai no tempo, volta para trás, é impressionante. Isso era uma improvisação dentro da estrutura do fado que é extremamente rígida. E ela apercebia-se muito bem dessa identidade de processos entre o que ela fazia e aquilo que eu lhe fazia ouvir do Miles Davis."

[Retirado de: "Expresso", de 2004.09.04]

A ligação de Amália ao universo do jazz fica também consubstanciada no álbum "Encontro - Amália e Don Byas", editado em 1974, onde a fadista é acompanhada pela sonoridade doce do sax tenor de Don Byas. Inesquecíveis as re-leituras de fados clássicos, como "Lisboa Antiga", "Não É Desgraça Ser Pobre" ou "Rua do Capelão".

Com o improviso no sangue, que pena Amália não ter estreitado mais a sua ligação ao jazz...

domingo, setembro 05, 2004

Gozo 


Joe Lovano e Hank Jones

Fotografia de Jos L. Knaepen retirada de http://www.jazzreview.com/

sexta-feira, setembro 03, 2004

Novidades Clean Feed/Trem Azul 

A Clean Feed/Trem Azul, importante editora/distribuidora nacional de jazz, está a mudar-se de armas e bagagens para as suas novas instalações, que ficam junto ao Cais do Sodré (em concreto, na Rua do Alecrim, n.º 21-A), em Lisboa, onde irá brevemente abrir a loja Trem Azul Jazz Store. A abertura deste novo espaço acontecerá lá mais para os finais de Setembro.

Quanto a novos lançamentos discográficos, merecem grande destaque o último de Zé Eduardo, intitulado "Jazzar ao Zeca" e o do brasileiro Ivo Perelman, "Black on White".

Ainda para este mês estão também previstos mais quatro discos novos, designadamente de Laurent Filipe, Jullius Hemphill Sextet, LIP e Bernardo Sassetti.

O "Improvisos Ao Sul" certamente não deixará de visitar este espaço, até porque as novidades são muitas e boas!

FOZJAZZ 2004 



Arranca hoje o FOZJAZZ 2004 - Festival de Jazz da Figueira da Foz, com o seguinte programa de concertos:

3 Setembro (Sexta-feira)
Trio Filipe Melo
Filipe Melo (piano), Bruno Santos (guitarra) e Bernardo Moreira (contrabaixo).

Charles Lloyd Quartet
Charles Lloyd (sax tenor e soprano/flauta), Geri Allen (piano), Reuben Rogers (contrabaixo) e Eric Harland (bateria).

4 Setembro (Sábado)
Quinteto Rodrigo Gonçalves "Tribology"
Perico Sambeat (sax alto e soprano/flauta), Mário Delgado (guitarra), Rodrigo Gonçalves (piano), Paco Charlin (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

Frank Morgan Quartet
Frank Morgan (sax alto), George Cables (piano), Curtis Lundy (contrabaixo) e Billy Hart (bateria).

Os concertos têm início marcado para as 22h00, no Grande Auditório do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Dixieland em Cantanhede 



Começa já amanhã, prolongando-se até Domingo, em Cantanhede, o 1º Festival Internacional Dixieland Cantanhede 2004.

Este festival será o primeiro a ter lugar em Portugal a ser constituído unicamente por bandas de dixieland. Neste festival irão actuar não só bandas portuguesas, como também bandas provenientes do Brasil, de Espanha e da Holanda.

No âmbito deste festival irá também haver animação de rua, concertos e uma street parade pelas ruas da cidade.

O programa das actividades é o seguinte:

3 de Setembro (Sexta-feira)

Mr. Dixie Jazz Band (18h30, Largo de São João)
Scat Cats (18h30, Praça Marquês de Marialva)

Concerto às 22h00, no recinto de espectáculos da EXPOFACIC, com:

Cantanhede Jazz Band
South River Band
New Orleans All Stars
Riverboat´s Jazz Band

4 de Setembro (Sábado)

Riverboat´s Jazz Band (14h30, Largo do Agueiro)
Scat Cats (16h30, Museu da Pedra)
Cantanhede Jazz Band (17h00, Largo dos Covões – Covões)
Riverboat´s Jazz Band (17h00, Largo da Pocariça – Pocariça))
South River Band (17h00, Terreiro do Paço – Ançã)
Mr. Dixie Jazz Band (18h00, Terreiro do Paço – Ançã)
Dixie Gang (18h30, Praça Marquês de Marialva)
Cantanhede Jazz Band (19h00, Largo da Tocha – Tocha)
South River Band (17h00, Largo de Febres – Febres)

Concerto às 22h00, no recinto de espectáculos da EXPOFACIC, com:

Dixie Gringos
Mr. Dixie Jazz Band
Dixie Gang
Scat Cats

5 de Setembro (Domingo)

New Orleans All Stars (10h30, Largo de Febres – Febres)
South River Band (11h00, Largo da Tocha - Tocha)

Cantanhede Street Parede (16h00), com:

Dixie Gang
New Orleans All Stars
South River Band
Mr. Dixie Jazz Band
Dixie Gringos
Riverboat´s Jazz Band
Scat Cats
Banda Filarmónica de Ançã
Banda Filarmónica de Covões
Banda Filarmónica da Pocariça


quarta-feira, setembro 01, 2004

Downbeat Set04 



O número de Setembro da revista norte americana "Downbeat" traz na capa uma fotografia do lendário pianista McCoy Tyner, tirada no clube "Iridium", de Nova Iorque, que remete para um artigo de fundo intitulado "Life with McCoy - Two Weeks on the Bandstand Making New Music with the Piano Giant - Resident Genius".

Mas merecem igualmente destaque outros artigos. Desde logo, um artigo dedicado à comemoração do centenário do nascimento de Count Basie ("A man of sparse notes and few words"), intitulado "Sound Of Oneness", e também "Collective Possibilities", sobre o octeto SFJAZZ Collective (composto pelo contrabaixista Robert Hurst, pelo trombonista Josh Roseman, pelo trompetista Nicholas Payton, pelos saxofonistas Joshua Redman e Miguel Zenón, pelo pianista Renee Rosnes, pelo grande vibrafonista Bobby Hutcherson, e pelo baterista Brian Blade).

Na secção "Review", dedicada à crítica de discos, destaque para "Bluebird", de Benny Green e Russell Malone, "Live At The Village Vanguard" , do trio do pianista Uri Caine, "The Great Divide", do saxofonista Von Freeman, "Accentuate the Positive", do cantor Al Jarreau, "Coral", do saxofonista David Sanchéz e "Haiku", disco a solo do pianista Joey Calderazzo.

Na secção "Riffs" é feita uma referência à edição 2004 do prestigiado festival "Angrajazz" (o qual é também publicitado a meia página), que decorrerá na cidade, património mundial, de Angra do Heroísmo (ilha Terceira - Açores) entre 1 e 4 de Outubro próximo.

A ler também com atenção as secções "Backstage With...", desta vez com o pianista e compositor Denny Zeitlin, e o sempre interessante "Blindfold Test", com o pianista Paul Bley.

As habituais secções "Chords & Dischords", "Vinyl Freak", "The Question", "The Archives", entre outras, completam esta edição.