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terça-feira, novembro 30, 2004

Encontros com o Jazz 2004 

A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha vai promover, nos próximos dias 4 e 5 de Dezembro, a quinta edição dos "Encontros com o Jazz", que se irá realizar no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha.

Após um ano de interregno, os “Encontros com o Jazz” contarão este ano com a presença de nomes importantes do jazz actual como sejam o pianista Rodrigo Gonçalves, o guitarrista Mário Delgado, o baixista Miguel Amado ou o baterista Alexandre Frazão.

O programa dos "Encontros com o Jazz 2004" é o seguinte:

4 de Dezembro (18h00)
FourJazz Quarteto
Fausto Corneo (clarinete baixo), Jorge Esperança (guitarra), João Rodrigues (baixo eléctrico) e Joel Silva (bateria).

4 de Dezembro (21h00)
Rodrigo Gonçalves "Tribology"
Rodrigo Gonçalves (piano Fender Rhodes), Mário Delgado (guitarra), José Pedro Coelho (sax tenor), Paco Charlín (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

5 de Dezembro (21h00)
Quarteto de Miguel Amado
Miguel Amado (baixo e composição), Alexandre Manaia (guitarra), Ruben Alves (teclados) e Vicky (bateria).

Para além dos concertos, está prevista a realização de concertos e de um workshop de bateria e baixo.

segunda-feira, novembro 29, 2004

3º Festival Internacional de Jazz de Portalegre 

Já se conhece o cartaz do 3º Portalegre JazzFest - Festival Internacional de Jazz de Portalegre, que decorrerá naquela cidade norte-alentejana, entre 23 e 26 de Fevereiro de 2005.

Contando mais uma vez com a direcção artística a cargo de Carlos Barretto, esta edição do Portalegre JazzFest contará, para além da presença da dupla Maria João e Mário Laginha, que continuam a apresentar o seu mais recente disco “Tralha”, com a participações do quinteto do trompetista italiano Enrico Rava e o trio do pianista norte-americano Mulgrew Miller.

O programa do 3º Festival Internacional de Jazz de Portalegre reza assim:

23 de Fevereiro (Quarta-feira – 22h00)
WORK'IN JAZZ - Big Band do Workshop de Jazz, sob a direcção de Carlos Barretto
Auditório do Instituto Politécnico de Portalegre

24 de Fevereiro (Quinta-feira – 22h00)
Maria João & Mário Laginha
Maria João (voz) e Mário Laginha (piano).
Cine-Teatro Crisfal

25 de Fevereiro (Sexta-feira – 22h00)
Enrico Rava Quintet
Enrico Rava (trompete), Gianluca Petrella (trombone), Andrea Pozza (piano), Rosario Bonaccorso (contrabaixo) e Roberto Gatto (bateria).
Cine-Teatro Crisfal

26 de Fevereiro (Sábado – 22h00)
Mulgrew Miller Trio
Mulgrew Miller (piano), Derrick Hodge (contrabaixo) e Karriem Riggins (bateria).
Cine-Teatro Crisfal

Nos dias 24, 25 e 26 haverá jam session no Café Alentejano, a partir da meia-noite.

Ainda como actividades paralelas, decorrerá, entre 21 e 26 de Fevereiro (segunda-feira a sábado) um workshop de produção de espectáculos, dirigido a jovens, estudantes e profissionais interessados na área da produção de espectáculos, técnicos de som e/ou luz, e outros agentes na área dos espectáculos (aberto a 15 participantes).

De 1 a 24 Fevereiro terá lugar o Workin'Jazz (workshop de jazz), dirigido por Carlos Barretto, na Escola de Artes do Norte Alentejano.

Haverá também uma feira do disco e da revista jazz, organizada pela Clean Feed/Trem Azul, no átrio do Cine-Teatro Crisfal.

Retomando a saborosa iniciativa lançada na edição anterior, haverá uma mostra de vinhos regionais de Portalegre, queijos e enchidos, também no Cine-Teatro Crisfal.

Propostas mais do que suficientes para marcar já na agenda os dias 23, 24, 25 e 26 de Fevereiro de 2005 e... rumar a Portalegre, para um festival que já tem um lugar entre os mais interessantes que se vão realizando neste país.

sábado, novembro 27, 2004

Cadeira Eléctrica 


Bessie Smith

Send Me To The ´Lectric Chair

Send Me To The 'Lectric Chair
Judge you wanna hear my plea
Before you open up your court
But I don't want no sympathy
'Cause I done cut my good man's throat

I caught him whith a trifling Jane
I warned him 'bout before
I had my knife and went insane
And the rest you ought to know

Judge, judge, please mister judge,
Send me to the 'lectric chair
Judge, judge, good mister judge,
Let me go away from here

I wanna take a journey
To the devil down below
I done killed my man
I wanna reap just what I sow

Oh judge, judge, lordy lordy judge
Send me to the 'lectric chair
Judge, judge, hear me judge
Send me to the 'lectric chair

I love him so dear
I cut him with my barlow (?)
I kicked him in the side
I stood here laughing o'r him

While he wallowed around and died
Oh judge, judge, lordy judge
Send me to the 'lectric chair
Judge, judge, sweet mister judge
Send me to the 'lectric chair
Judge, judge, good kind judge
Burn me 'cause I don't care

I don't want no one good mayor
To go my bail
I don't want to spend no
Ninety-nine years in jail
So judge, judge, good kind judge
Send me to the 'lectric chair

sexta-feira, novembro 26, 2004

Audições 

A banda sonora do "Improvisos Ao Sul" para o fim de semana passará por aqui:



Chris Potter - Travelling Mercies
[Verve, 2002]

Chris Potter (sax tenor, clarinete baixo, flauta, samples, órgão, voz), Elizabeth Dotson Westphalen (voz), John Scofield (guitarra), Adam Rogers (guitarra), Scott Colley (contrabaixo), Kevin Hays (piano, teclados), Bill Stewart (bateria) e David Binney (samples).



David Binney - South
[ACT, 2003]

David Binney (sax alto e soprano), Chris Potter (sax tenor), Adam Rodgers (guitarra), Uri Caine (piano), Scott Colley (contrabaixo), Brian Blade (bateria) e Jim Black (bateria).

Duas peças de filigrana do jazz actual.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Nelson Cascais 


Nelson Cascais

É um dos mais interessantes e activos contrabaixistas nacionais da nova geração.

Chama-se Nelson Cascais e nasceu em Lisboa31 anos.

Desenvolveu estudos musicais formais quer na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, onde trabalhou com alguns dos mais importantes contrabaixistas nacionais, como Carlos Barretto e Bernardo Moreira, quer no Conservatório Nacional. Em 1994, como finalista da escola do Hot representou Portugal no encontro anual da International Association of Schools of Jazz, em Nova Iorque, onde estudou com Reggie Workman e Dave Liebman.

Em 1995, foi convidado para integrar o corpo docente da Escola de Jazz do Hot, onde passou a leccionar as disciplinas de contrabaixo, piano complementar e combo. A sua actividade docente estende-se igualmente ao curso de jazz no Conservatório da Madeira.

Desde então tem desenvolvido uma carreira diversificada como sideman, tocando com nomes como John Ellis, Aaron Goldberg, Troy Davis, Hal Singer, Llibert Fortuny, Andrzej Olejniczak, Perico Sambeat e também com os portugueses Jorge Reis, Bernardo Sassetti, Carlos Martins, Nuno Ferreira, entre muitos outros. Estudou ainda com Phil Markovitz e Frank Möbus.

Como forma de exprimir o seu lado compositor, criou o seu próprio quinteto em 1999, com o trompetista Avishai Cohen, o saxofonista Jesus Santandreu e dois outros nomes emergentes na nova cena jazzística nacional: o pianista Rodrigo Gonçalves e o baterista Bruno Pedroso.

Em Maio de 2001 entra em estúdio para gravar aquele que seria o seu disco de estreia como líder, o excelente “Ciclope” (Tone of a Pitch, 2002).

Integrou a orquestra do Guimarães Jazz 2001, dirigida por Maria Schneider, tendo tocado nos mais prestigiados festivais nacionais de jazz, como o “Jazz em Agosto”, Loulé, Matosinhos e Serralves.

Participou também nos discos de Nuno Ferreira e da sua Companhia dos Sons “Spin” (Tone of a Pitch, 2002) e do quarteto do saxofonista Jorge Reis, “Pueblos” (Tone of a Pitch, 2003). Em 2004 grava “A Luz”, com o trompetista Laurent Filipe.

Com provas dadas, Nelson Cascais é um músico jovem, versátil e de grande talento. “Ciclope” é uma excelente forma de o começar a descobrir.

Mais informações sobre Nelson Cascais, aqui.


quarta-feira, novembro 24, 2004

Jazz in the Club 

Jazz in the Club (© Debra Hurd, retirado de http://www.debrahurd.com)


Azul é o mar 



Carlos Bica, Frank Möbus, Jim Black, Ray Anderson, Maria João.

Disco em audição intensiva por estas bandas.

segunda-feira, novembro 22, 2004

Jazz no Inverno 2004 

Perante o eterno dilema de prosseguir, contra tudo e (quase) todos, ou pura e simplesmente acabar, aí está a 9ª edição do "Jazz no Inverno", festival que se realiza em Faro (Teatro Lethes), entre 8 de 11 de Dezembro próximo.

Segundo palavras de Zé Eduardo, responsável pelo festival, "Podemos evitar assim a morte por asfixiamento, o arrastar-se, moribundo, aos olhos de todos e gáudio de alguns, até a um final anunciado."

A juntar à presença do trio do acordeonista norte-americano Will Holshouser quebrando-se assim um jejum de 4 anos sem nenhuma participação do outro lado do Atlântico, o destaque vai para as participações do pianista Bernardo Sassetti, a promover o seu mais recente disco "Indigo", do trompetista Hugo Alves e do sexteto "The Saxophone Mob".

Aqui fica a apresentação do "Jazz no Inverno 2004", pelo próprio Zé Eduardo:

"Esta 9ª edição do "Jazz no Inverno" põe-nos perante o eterno dilema: prosseguir, contra tudo e (quase) todos, ou acabar com o Festival, de pé, com a cabeça erguida. Podemos evitar assim a morte por asfixiamento, o arrastar-se, moribundo, aos olhos de todos e gáudio de alguns, até a um final anunciado. Decidimos - mais uma vez - arriscar. Somos, definitivamente, incorrigíveis. Uma confluência de parceiros, tanto inesperada como planeada, deu-nos novo alento. Pelo menos por agora. Com eternos problemas económicos, dramaticamente agravados com as mudanças políticas que os eleitores escolheram para o nosso país, o Festival levava 4 (???) longos anos sem nenhuma participação do outro lado do Atlântico. No fim de contas, embora o Jazz seja actualmente uma música universal, foram os americanos que o inventaram. Assim como são eles, com o resto do mundo, que o mantêm vivo, investigando, criando, traçando os seus novos caminhos. A proposta que fiz à editora lisboeta Clean Feed - Trem Azul da gravação de um concerto - ao vivo - no festival deu os seus frutos. O trio do acordeonista Will Holshouser, um artista que grava para eles, foi a proposta que surgiu. Companheiros de editora, já lhe conhecia o trabalho, que desde logo me surpreendeu. Empreendidas as inevitáveis negociações, com uma pré-disposição recíproca para o entendimento, este surgiu quase imediatamente. É assim que vamos ter de novo uma banda americana. Desta vez com uma componente muito grata ao Algarve: é um acordeonista que a lidera. Junto com os seus companheiros Ron Horton no trompete e David Phillips no contrabaixo, este grupo vai ser uma fantástica surpresa no dia 11, para encerrar o Festival. Mas não é tudo: a abrir a esta 9º edição, no dia 8, vamos “ouver” a “Estranha Natureza” do Hugo Alves e do seu quarteto. Um exemplo a seguir pelos músicos algarvios -contra os “velhos do Restelo”- aqui da terra, o Hugo subiu e subirá pela corda até onde quis ou quiser, não desistindo onde muitos conterrâneos seus arrearam. O seu rápido percurso e reconhecimento no jazz nacional é a prova mais evidente. Continuemos: sempre foi nossa política dar uma oportunidade aos novos. É assim que, desta vez, inventei um “summit” que reúne três das mais relevantes jovens promessas. A “Saxophone Mob”, sexteto que reúne os jovens Desidério Lázaro, Enrique Oliver e Wenzl McGowen nos saxofones, acompanhados pelo Giotto Roussies Trio, vão dar-nos a ouvir, no dia 9, o Jazz que a juventude está a fazer aqui pelas bandas do sul da península. É extremamente gratificante saber que a maioria desta gente ainda não fez vinte anos! Vai ser, asseguro-o, uma grande surpresa. Por fim, e na minha modesta opinião, o maior pianista de jazz português: Bernardo Sassetti. O Destino quis que nunca se tivesse proporcionado a sua vinda ao nosso Festival. Desta vez foi possível: Sassetti vem a solo, apresentar o seu novo trabalho: o CD duplo “Indigo”, uma obra incontornável para qualquer amante de Música. Note-se que digo Música e não Jazz, porque esta obra magnífica transcende qualquer catalogação. No dia 10, sentado sozinho diante da negritude do seu piano, o Bernardo vai-nos levar consigo para o mundo dos Sons. O mundo da Beleza. À laia de conclusão: ainda não desistimos, mas andamos a jogar com a Sorte. Por quanto tempo? Aceitam-se apostas ;-))
Zé Eduardo
"

Deveras aliciante, o menu para esta 9ª edição do "Jazz no Inverno" é, pois, o que se segue:

8 de Dezembro
Hugo Alves "Estranha Natureza"

9 de Dezembro
The Saxophone Mob

10 de Dezembro
Bernardo Sassetti "Piano Solo"

11 de Dezembro
Will Holshouser Trio
Will Holshouser (acordeão), Ron Horton (trompete) e David Phillips (contrabaixo).

Paralelamente ao festival irá decorrer um workshop com o Will Holshouser Trio, com o próprio em acordeão, Ron Horton (trompete) e David Phillips (contrabaixo), nos dias 9 e 10 de Dezembro, no Estúdio da ACTA (Companhia Teatro do Algarve) na rua Cunha Matos, 23, em Faro. As aulas serão das 15h00 às 20h00.

Qualquer informação adicional pode ser obtida na Associação Grémio das Músicas, R. Gonçalo Barreto, 2, 8000-360 Faro, pelo tel./fax: 289 812 576, pelo telemóvel: 963 947 846, pelo e-mail ideamusic@mail.telepac.pt ou no sítio www.gremiodasmusicas.org.

domingo, novembro 21, 2004

Centenário de Coleman Hawkins 


Coleman Hawkins

Comemora-se hoje, 21 de Novembro, o centenário do nascimento de uma das figuras mais importantes da história do jazz, o saxofonista Coleman Hawkins.

Hawkins nasceu em St. Joseph (EUA) a 21 de Novembro de 1904. Os seus primeiros contactos com o jazz deram-se na adolescência, durante as regulares viagens a Kansas City e a Chicago.

Em 1922, Mamie Smith descobriu-o nos "Jesse Stone and his Blues Serenaders" em Kansas City, tendo se tornado membro membro dos "Mamie Smith's Jazz Hounds". Depois, em 1924, juntou-se à orquestra de Fletcher Henderson, uma das mais influentes e marcantes da época, onde esteve cerca de uma década, parte da qual ao lado de Louis Armstrong. Nesta fase é especialmente recordado pelo seu famoso solo em "Stampede", que o consagrou na pele de solista. O papel do sax tenor nunca mais seria o mesmo…

Para além do seu trabalho com Henderson, gravou com os "McKinney's Cotton Pickers"e com os "Red McKenzie's Mound City Blue Blowers" em 1929.

Tinha gostos extravagantes e caros. Gostava de vestir impecavelmente e de conduzir carros desportivos.

Em 1934 veio para a Europa, onde permaneceu durante 5 anos, primeiro tocando com a "Jack Hylton's Orchestra", em Inglaterra, e depois viajando e tocando por todo o continente europeu. Em 1937 gravou uma célebre sessão com Benny Carter, Django Reinhardt e Stephane Grappelli.

Após regressar aos EUA, após o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, gravou aquela que é considerada a sua obra máxima e um dos mais importantes registos de toda a história do jazz, a sua versão de "Body And Soul".

Se medo de arriscar e de se aventurar por territórios mais ousados, alinhou com a revolução be-bop em 1943, com um sexteto onde pontificavam nomes como os do trompetista Benny Harris e do pianista Thelonious Monk. Muitos ainda hoje afirmam que nunca se deu o devido destaque ao papel “inspirador” que Hawkins desempenhou nos pioneiros do be-bop.

Durante os anos que se seguiram tocou com os nomes de vanguarda do jazz que se fazia: Dizzy Gillespie, Miles Davis, Fats Navarro e Max Roach, entre outros

Até aparecer um génio chamado Lester Young, com uma abordagem mais leve e etérea, mais cool, Hawkins era o nome incontestado do sax tenor, com a sua sonoridade cheia, encorpada e profundamente negra.

Apesar das inovações de Young e de Charlie Parker terem feito vacilar a modernidade do som de Kawkins, o facto é que, nos anos 50 e 60, apesar de contar de contar com uma sólida carreira, Coleman Hawkins nunca se acomodou e continuou a explorar novos caminhos.


Apareceu em diversas gravações com Thelonious Monk, Max Roach, Ben Webster, Eric Dolphy e John Coltrane. Em 1963 gravou com o sempre aventureiro Sonny Rollins.

Durante os anos 60 tocou ainda com Duke Ellington e com o Jazz At The Philharmonic.

Ficou conhecido pelas alcunhas de "Hawk" e de "Bean".

Morreu a 19 de Maio de 1969, em Nova Iorque.

Na data em que se celebra o seu centenário, não tendo conhecimento de nenhuma iniciativa que evoque a sua memória, o "Improvisos Ao Sul" tem escutado, em jeito de homenagem:






sexta-feira, novembro 19, 2004

Bouncin´ Blanchard 


Terence Blanchard (foto retirada de: www.terenceblanchard.com)

O “Improvisos Ao Sul” não teve oportunidade de ver e ouvir recentemente o trompetista Terence Blanchard nem em Guimarães nem na Culturgest.

Para minimizar o dano causado, tem andado a escutar intensivamente “Bounce”, disco Blue Note de 2003.

Para além da trompete de Blanchard, podemos escutar no disco os saxofones de Brice Winston, a guitarra e a voz de Lionel Loueke, o Hammond -3 e o Fender Rhodes de Robert Glasper, o piano de Aaron Parks, o contrabaixo de Brandon Owens e a bateria de Eric Harland.

"On The Verge", "Azania", "Transform" ou “Footprints” são os temas favoritos.

"Nothing can beat being a jazz musician, playing a club, playing a concert. (…) “When I stood next to Sonny Rollins at Carnegie Hall and listened to him play, that was it for me".

Um disco a ouvir, repetidamente.


quinta-feira, novembro 18, 2004

Ron Carter 

Ron Carter (foto de Michael Kurgansky, retirada de www.jazzreview.com)

Uma das lendas vivas do contrabaixo toca já amanhã, 19 de Novembro, em Guimarães, no Guimarães Jazz 2004.

A seu lado vão estar Stephen Scott (piano), Payton Crossley (bateria) e Steven Kroon (percussão).

Que bom seria se Guimarães não fosse lá tão longe...


Ainda a cultura em Beja (ou Recordando Duke) 

O nosso amigo Carlos A. A. recorda no seu Ideias Soltas a iniciativa levada a cabo em Beja, intitulada “Recordando Duke”, que teve como objectivo celebrar a música de Edward Kennedy “Duke” Ellington, a propósito do centenário do seu nascimento, que se comemorou há 5 anos.

Nesta iniciativa, que englobou dois concertos e duas mesas redondas nos dias 7 e 8 de Outubro de 1999, só se ouviu e falou sobre Duke Ellington, tendo contado com a participação do crítico e divulgador José Duarte, e, na música propriamente dia, com o trio do guitarrista Pedro Madaleno e o quarteto de Fátima Serro. Sobre as peripécias (para ser brando...) que a organização deste evento acarretou ler tudo aqui. Quando assim é algo vai mal na cultura que por aqui se vai fazendo.

Juntando a minha voz à do Carlos, e perante a iminência da re-abertura do Pax Julia, sobem as expectativas no que à cultura em Beja diz respeito, cultura essa que terá necessariamente de passar por um envolvimento descentralizado e crescente dos diversos agentes intervenientes, no sentido de captar e formar novos públicos, mais atentos e exigentes, e de construir uma nova dimensão cultural para a nossa cidade.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Surpresa 


Andrew Cyrille (retirado de:
www.drummerworld.com)

Andrew Cyrille tem estado sempre no pelotão da frente do jazz. Tem tocado com locomotivas como Coleman Hawkins, John Coltrane, Roland Kirk, Cecil Taylor, Anthony Braxton, Muhal Richard Abrams, entre muitos outros.

Poucos dias após ter completado 65 anos, Cyrille afirma que o jazz não pode nunca ser dissociado do elemento surpresa.

"Where the element of surprise is not there, it doesn´t seem like there´s too much happening."

E acrescenta:

"I remove as much of any barrier as I can. I aim for for the heavens, and always try to have something that will surprise not only myself but the musicians I am playing with and the audience thet listens."

[Citações retiradas da revista "Downbeat", Novembro de 2004]


terça-feira, novembro 16, 2004

Pax-Julia e a cultura em Beja 

Apesar de ainda estarem em curso as obras no Cine-Teatro Pax Júlia, vão decorrer uma série de iniciativas que pretendem servir de base para uma reflexão que urge fazer sobre a política cultural que queremos para aquele espaço e para a cidade de Beja.

No âmbito destas iniciativas, que terão lugar no auditório da Biblioteca Municipal José Saramago, em Beja, estarão entre nós nomes importantes da programação cultural do nosso país, que importa de sobremaneira escutar.

Para hoje, 16 de Novembro, está prevista, para as 18h30, uma Conferência subordinada ao tema "Programar: o quê? para quem?", que contará com as presenças de Miguel Lobo Antunes (Director Artístico da Culturgest) e de João Aidos (Director Artístico do Teatro Aveirense).

As iniciativas que se seguirão são:

7 de Dezembro (18h30)
Conferência “A transformação cultural de cidades médias, segundo os seus agentes culturais”, que contará com a presença do professor universitário e ex-Ministro da Cultura, Augusto Santos Silva.

18 de Janeiro (21h00)
Debate que terá como mote “Pax-Julia – um Pólo Cultural para o Município e para Região”, onde se prevê que participem agentes culturais, associações, autarquias, escolas e público em geral.

22 de Janeiro (15h00)
Visita guiada ao Cine-Teatro Pax-Julia

Sabe-se que, pelo menos numa primeira fase, a Câmara Municipal de Beja, proprietária do imóvel, será responsável pela gestão daquela que é uma das maiores salas de espectáculos do sul do país. Depois fala-se numa empresa municipal criada especialmente com esse propósito.

Contudo, não se conhecem as linhas mestras orientadoras de uma política cultural para a cidade, em geral, e para aquele espaço cultural, em particular.

O "Improvisos Ao Sul" faz votos para que estas iniciativas contribuam para uma reflexão profunda em termos destas e de outras questões ligadas à cultura na nossa cidade, que tão carenciada está de iniciativas desta natureza.

A reabertura ao público do Cine-Teatro Pax-Julia está prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Fire and Passion 



A história do jazz é feita de vários Sonny. Sonny Rollins, Sonny Stitt, Sonny Criss e... Sonny Clark.

Sonny Clark, de seu verdadeiro nome Conrad Yeatis Clark nasceu a 21 de Julho de 1931, em Herminie, uma pequena cidade mineira a cerca de 20 Km de Pittsburgh, onde viveu até aos 12 anos, altura em que se mudou para Pittsburgh.

Tal como outras luminárias do jazz, Charlie Parker, Clifford Brown ou Fats Navarro, Sonny Clark morreu cedo, em 1963, com apenas 31 anos de idade.

Fortemente influenciado por pianistas como Bud Powell, desenvolveu um intrincado estilo próprio, caracterizado por um apurado sentido de detalhe harmónico, o que o tornava um dos pianistas mais requisitados pelos saxofonistas e trompetistas do seu tempo.

A pretexto de visitar uma tia, por apenas alguns meses, partiu para a costa oeste, onde encontra Wardell Gray e Oscar Pettiford em São Francisco, onde se estreia em gravações. Pouco depois junta-se à formação liderada pelo clarinetista Buddy DeFranco.

Sendo um músico oriundo da costa este que partiu para o outro lado do continente americano, não deixa de ser interessante averiguar as diferentes existentes entre os músicos das duas costas dos EUA. A este propósito refere Sonny Clark "The fellows out on the West Coast have a diferrent sort of feeling, a different approach too jazz. They swing in their own way. (...) The eastern musicians play with so much fire and passion."

Focou conhecido acima de tudo pelas suas sete gravações para a Blue Note, onde tocou, como líder ou sideman, com nomes como John Coltrane, Art Farmer, Donald Byrd, Jackie McLean, Hank Mobley, Art Taylor, Paul Chambers, Wilbur Ware, "Philly" Joe Jones, entre outros. Entre os discos mais importantes da sua carreira contam-se também "Cool Strutin´" (o preferido de muitos) e "Sonny´s Crib", com John Coltrane. Clark também tocou com Dinah Washington, Serge Chaloff e Sonny Criss.

Considerado por muitos um dos pianistas mais importantes do hard bop, Sonny Clark nunca obteve o devido reconhecimento pelo seu trabalho, nem o sucesso comercial que merecia.

Assumiu-se como líder em 1957. Este disco é o primeiro que Sonny Clark gravou em formato de trio. Conta apenas com versões de standards, não evidenciando desta forma o lado compositor de Clark. A seu lado neste disco estão Paul Chambers no contrabaixo e "Philly" Joe Jones na bateria, ambos soberbos no suporte rítmico e com um vincado papel na construção dos temas.

Neste disco, gravado nos estúdios do incontornável Rudy Van Gelder a 13 de Outubro de 1957, destaque para os trepidantes "Be-Bop" e "Two Bass Hit" (ambos de Dizzy Gillespie), passando pelas deliciosas versões de "Tadd´s Delight" (de Tadd Dameron), "Softly As In A Morning Sunrise", contemplativamente inventiva, e pelo piano solo de "I´ll Remember April", uma balada assombrosamente bela. "Everybody usually plays this tune so fast, but it´s pretty, it´s essentialy a ballad.", conta Clark.

Em minha opinião, estamos perante um disco magnífico, mas estranhamente sub-valorizado e pouco referenciado.

Sonny Clark morreu a 13 de Janeiro de 1963 em Nova Iorque. Cedo demais.

[Excertos retirados das liner notes de "Sonny Clark with Paul Chambers e "Philly" Joe Jones", de Leonard Feather, reed. Rudy Van Gelder Edition, Blue Note, 2002]

domingo, novembro 14, 2004

XV Galp Jazz 


Mulgrew Miller (foto de Franco Cattina retirada de www.jazzozieri.com)

Já é conhecido o cartaz para do XV Galp Jazz.

No próximo dia 11 de Dezembro, subirão ao palco do Grande Auditório do Centro Cultural de Belém o pianista Mulgrew Miller e o vibrafonista Steve Nelson, dois nomes importantes do panorama do jazz actual.

A primeira parte estará a cargo do Sexteto de Jazz da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), do Porto.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Jazz na Culturgest Nov04 


Greg Osby (foto retirada de www.gregosby.com)

Novembro é mês de jazz na Culturgest.

Iniciando uma série de concertos em parceria com o Guimarães Jazz, a proposta para esta noite é o concerto de uma big band dirigida por Kenny Wheeler.

Há ainda a juntar as presenças do trompetista Terence Blanchard, da Vienna Art Orchestra e de Greg Osby, um dos mais interessantes saxofonistas norte americanos da actualidade.

O cartaz completo da parceria Culturgest/Guimarães Jazz é o seguinte:

12 Novembro (21h30 - Grande Auditório da Culturgest)
Kenny Wheeler Big Band
Kenny Wheeler (direcção), Norma Winstone (voz), Markus Stockhausen (trompete), Nathalie Loriers (piano), Martin France (bateria), Fulvio Maras (percussão), Bernardo Moreira (contrabaixo), Nguyên Lê (guitarra), Tomás Pimentel (trompete), João Moreira (trompete), Henry Lowther (trompete), Miguel Gonçalves (trompete), Claus Nymark (trombone), Christophe Schweizer (trombone), Rui Gonçalves (trombone), Carlos Gonçalves (trombone baixo), Pepa Païvinen (sax barítono), Julian Argüelles (sax tenor e soprano), Mário Santos (sax tenor e soprano), Perico Sambeat (sax alto e flauta), Riccardo Luppi (sax tenor e flauta) e Jorge Reis (sax alto e soprano).

13 Novembro (21h30 -Grande Auditório da Culturgest)
Terence Blanchard
Terence Blanchard (trompete), Brice Winston (saxofones), Lionel Loueke (guitarra, voz), Aaron Parks (piano), Derrick Hodge (contrabaixo) e Kendrick Scott (bateria).

17 Novembro (21h30 - Grande Auditório da Culturgest)
Vienna Art Orchestra
Anna Lauvergnac (voz), Thorsten Benkenstein (primeiro trompete), Matthieu Michel (trompete), Thomas Gansch (trompete), Jürg Engels (trompete), Adrian Mears (trombones), Robert Bachner (trombone), Christian Muthspiel (trombone), Ed Partyka (trombone baixo e tuba), Klaus Dickbauer (clarinete si bemol e mi bemol, sax tenor e alto, flauta), Heinrich v. Kalnein (clarinete baixo, barítono, alto e sax tenor), Harry Sokal (sax soprano e tenor, flauta), Andy Scherrer (sax tenor), Herwig Gradischnig (clarinete baixo, sax barítono e tenor), Martin Koller (electrónica, percussão), Alegre Correa (percussão, guitarra), Georg Breinschmid (baixo), Mario Gonzi (bateria), Mathias Rüegg (maestro), Ronald Matky (desenho de som), e Alexander Horl (desenho de som).

19 Novembro (21h30 - Grande Auditório da Culturgest)
Greg Osby Five
Greg Osby (sax alto), Jason Palmer (trompete), Megumi Yonezawa (piano), Matt Brewer (contrabaixo) e Tommy Crane (bateria).

Mais informações, aqui.


quinta-feira, novembro 11, 2004

Harlem Renaissance 



(© William H. Johnson)

Vanderblog 


Ken Vandermark (foto de Todd Ambrosini)

Ken Vandermark tem também um cantinho na blogosfera. O seu blogue "Vanderblog – Notes from the Road and Elsewhere", contém um registo pessoal de viagens e concertos e pode ser visitado aqui.

A propósito. Relendo uma já muito velhinha entrevista de Vandermark ao sítio okkadisc.com , em que o músico é apelidado de "The Hardest Working Man in Chicago" não resisto a transcrever um pequeno excerto:

Chum: "I mean, most people know as much as Miles Davis and Charlie Parker and performers like that - and they’re great, of course - but at the same time, they’re more listenable. Are you introducing people to more esoteric types of jazz?"

Responde Ken Vandermark: "[thoughtful] I don’t know... I know a lot of people who have come to see us play [say], "You know, I don’t really like jazz, but I like this." And to me, I see what I’m doing as being part of this jazz tradition. I consider myself to be a jazz musician. To me the word "jazz" doesn’t have negative connotations, but like you say, there are a lot of people who are intimidated by it, because there’s this monolithic history they’ve gotta be aware of, and these weird musical languages that don’t make sense to anybody else but [the musicians] and all that. But, I think that it’s just music... it’s like anything else. When we’re playing and we’re playing well, it doesn’t matter that it’s improvised; or that it’s "jazz"; or that it’s "rock"; or that it’s "classical": all those breakdowns don’t mean anything anymore. It’s about this music that’s happening now, and either you get caught up in that vitality, or you don’t. The thing that’s cool about improvised music is that it’s about right now. When music is being played well in an improvised way, it will never sound that way again. It’s there, right in front of you. You won’t hear that tune the same way twice. To me, that’s the greatest thing about it. Every night I play, I can try anything; I can try something different. And there are a lot of people that have come back to see us again for that reason. It’s not like, "Oh, we’ve heard this tune before..." And that’s something that I think a lot of people - if they weren’t intimidated - that they would kind of get into. With a rock band, one of the drawbacks is - to my mind - that they’ll have like, twenty tunes, and you go and see them three times, and you know the set. One a good night, it’s cool, but the sense of surprise is not continuous. The thing that’s cool about improvised music is that you can go back and hear the same tune and it’s different. That’s why I like playing it. I’m not forced to be relegated to fulfilling set things every time I play."

[Retirado de: okkadisc.com, entrevista de Dan Kelly, "Ken Vandermark: The Hardest Working Man in Chicago", 1995]

quarta-feira, novembro 10, 2004

Guimarães Jazz 2004 



Arranca já amanhã a edição 2004 do Guimarães Jazz, com um cartaz tão rico quanto diversificado. Ora vejam bem: Kenny Wheeler a dirigir uma big band recheada de estrelas nacionais e internacionais, Cecil Taylor, Terence Blanchard, Ron Carter, Mark Turner, Dewey Redman, Vienna Jazz Orchestra,... um luxo! A parceria com a Culturgest continua a dar frutos.

O programa do Guimarães Jazz 2004 é o que se segue:

11 Novembro (22h00 - Auditório Universidade do Minho)
Kenny Wheeler e Big Band
Kenny Wheeler (direcção e solista), Nathalie Lorriers (piano), Martin France (bateria), Fulvio Maras (percussão), Bernardo Moreira (contrabaixo), Nguyên Lê (guitarra), Tomás Pimentel (trompete), João Moreira (trompete), Henry Lowther (trompete), Miguel Gonçalves (trompete), Nicolas Nijholt (trombone), Christophe Schweizer (trombone), Rui Gonçalves (trombone), Carlos Gonçalves (trombone baixo), Julian Arguelles (saxofone tenor e soprano), Mário Santos (saxofone tenor e soprano), Perico Sambeat (saxofone alto e flauta), Riccardo Luppi (saxofone tenor e flauta), Jorge Reis (saxofone alto e soprano), Pepa Païvinen (saxofone barítono).

12 Novembro (22h00 - Auditório Universidade do Minho)
Terence Blanchard
Terence Blanchard (trompete), Brice Winston (saxophone tenor), Lionel Loueke (guitarra), Aaron Parks (piano), Derrick Hodge (contrabaixo) e Kendrick Scott (bateria).

13 Novembro (17h00 – Espaço Oficina)
Sei Miguel Quarteto
Sei Miguel (trompete de bolso), Rafael Toral (electrónica), Fala Mariam (trombone alto) e César Burago (percussão).

13 Novembro (22h00 - Auditório Universidade do Minho)
Cecil Taylor - Tony Oxley - Bill Dixon
Cecil Taylor (piano), Bill Dixon (trompete) e Tony Oxley (bateria).

16. Novembro (16h00 – Auditório Universidade do Minho)
Orquestra de Jazz de Matosinhos

17 Novembro (22h00 - Auditório Universidade do Minho)
Mark Turner + OAM Trio
Mark Turner (saxofone tenor), Omer Avital (contrabaixo), Aron Goldberg (piano) e Marc Miralta (bateria).

18 Novembro (22h00 - Auditório Universidade do Minho)
Vienna Art Orchestra 04 “Big Band Poesie”
Anna Lauvergnac (voz), Thorsten Benkenstein (trompete), Matthieu Michel (trompete), Thomas Gansch (trompete), Jörg Engels (trompete), Adrian Mears (trombone), Robert Bachner (trombone), Christian Muthspiel (trombone), Ed Partyka (trombone baixo e tuba), Klaus Dickbauer (saxofone alto, clarinetes e flauta), Florian Bramböck (saxofone alto e tenor, clarinete baixo e barítono), Harry Sokal (saxofone tenor e soprano, flauta), Andy Scherrer (saxofone tenor), Herwig Gradischnig (clarinete baixo, saxofone baritono e tenor), Alegre Correa (guitarra e percussão), Martin Koller (electrónica e percussão), Georg Breinschmid (baixo), Mario Gonzi (bateria).Mathias Rüegg (direcção e composição).

19 Novembro (22h00 - Auditório Universidade do Minho)
Ron Carter “Foursight”
Ron Carter (contrabaixo), Stephen Scott (piano), Payton Crossley (bateria) e Steven Kroon (percussão).

20 Novembro (22h00 - Auditório Universidade do Minho)
Dewey Redman
Dewey Redman (saxofone tenor), Michel Bisceglia (piano), Werner Lauscher (contrabaixo) e Lieven Venken (bateria).

As jam sessions que irão decorrer no final de cada concerto serão dirigidas por Mark Turner e o OAM Trio, que serão também responsáveis pela oficina de jazz, entre os dias 15 e 19.

Paralelamente, decorrerá igualmente uma exposição de fotografia intitulada "12 Vezes Jazz", espalhada por diversos locais da cidade.

Que bem que o "Improvisos Ao Sul" dava um saltinho ao berço da nação para ouvir tanto e óptimo jazz!

terça-feira, novembro 09, 2004

Downbeat Nov04 

O destaque principal do número de Dezembro da revista norte-americana "Downbeat" vai para um artigo que centra atenções na redescoberta da carreira do baterista Buddy Rich - "Combustible! - Fanning the Flames on the Legacy of Buddy Rich". Artigos nas páginas centrais, "Raging Brilliance". Opiniões de músicos que tocaram com Rich ao longo da sua carreira.

Outro dos pontos de interesse deste número vai para a secção “Vynil Freak” que se debruça este mês sobre um acetato de Charlie Parker com Miles Davis, do início da década de 50, intitulado "In Person". Os acetatos eram a forma primitiva de gravar, de forma caseira por exemplo, emissões de rádio, muito antes das cassetes ou dos CD´s.

A ler com interesse artigos com o veterano contrabaixista Charlie Haden, "We Play For Peace", (relembre-se que Haden tem no mercado o novo "Land of the Sun", com direito a recensão na secção "Reviews") e com o percussionista Andrew Cyrille ("True Professional").

A questão do mês é "What political statements can musicians make through their music?" Respondem o trompetista Dave Douglas, os pianistas Mulgrew Miller e Andrew Hill e o director de orquestra Butch Morris.

Sobre James Brown pergunta-se "Godfather of... Jazz?" Para mim, a resposta é fácil... Atenções voltadas para a big band, criada por Brown em 1969, que contou com a presença de nomes como Louie Bellson e Oliver Nelson.

No artigo "Taking Control - Maria!", Maria Schneider conta como utiliza um novo método para distribuir a sua música.

Ainda a propósito das recentes eleições nos EUA, vale a pena ler o artigo "Vote Swing! - Jazz Meets The President in Downbeat´s Archives", com opiniões curiosíssimas sobre a opinião de vários ex-Presidentes sobre o universo do jazz. Será que George W. Bush saberá mesmo o que é o jazz, pergunto eu? Será música tradicional dos kosovários?

Na secção "Reviews" os discos em destaque são "Translinear Light", de Alice Coltrane, "Live in Tokyo", do pianista Brad Mehldau, "Ivey-Divey", de Don Byron e "Wake Up (To What´s Happening)", de Matt Wilson´s Arts & Crafts.

A vítima do blindfold test deste mês é o baterista Jeff "Tain" Watts.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Orquestra de Jazz de Lagos  


Orquestra de Jazz de Lagos (foto de Francisco Castelo)

O "Improvisos Ao Sul" acaba de receber a notícia da criação da Orquestra de Jazz de Lagos.

A orquestra, que conta com Direcção Musical de Hugo Alves, é composta por 16 músicos, quase todos oriundos daquela cidade barlaventina:

Trompetes: Dina Cintra, Alexandre Rodrigues, Bruno Rodrigues
Trombones: Ion Jelihovschi, Henrique Cintra, Luciano Santos, José Silva (Trombone Baixo)
Saxofones: Ian Carfree (alto), Tó Zé Flosa (tenor), António Lucas (alto), José dos Santos (tenor), João Glória (barítono)
Secção Rítmica: James Mellor (piano), Duarte Costa (baixo) e José Ribeiro (bateria)
Direcção Musical: Hugo Alves

Embora já estivesse a ser pensado há algum tempo, o salto em frente só aconteceu após o sucesso do Lagos Jazz do último Verão. "Ainda decorria o evento e já alguns músicos lacobrigenses dados a estas coisas do jazz falavam-me: "Eh pá! Uma Big Band aqui é que era..." A pulga ficou atrás da orelha e tive de indagar se haveriam músicos. Já não sou conhecedor do meio. Já de lá saí há um bom par de anos. Mal regresso a casa depois do Lagos Jazz e telefonam-me a "descarregar" com mais de vinte nomes. Era o Duarte Costa, companheiro de muitos anos de música. Há matéria prima! Monte-se a fábrica! A ver...”, conta Hugo Alves.

Relembre-se que Hugo Alves começou as suas aventuras numa big band em 1995, com a "Big Band Jazz na Filarmónica", em Faro, sob a direcção de Zé Eduardo, durante cerca de 5 anos. Entretanto foi convidado para ingressar na "Orquestra de Jazz de Matosinhos", onde permaneceu até Maio de 2004 sob a direcção de Pedro Guedes e Carlos Azevedo. Em 2003, é convidado a integrar a orquestra do maestro Jorge Costa Pinto, com o qual o vimos actuar em Agosto último.

Objectivos da Orquestra de Jazz de Lagos? "Formar o melhor possível os músicos constituintes da agora Orquestra de Jazz de Lagos, passar-lhes em primeiro lugar toda a informação necessária e que reuni na minha memória, para que possam tocar jazz, e não outro estilo qualquer. Espero que consiga transmitir e estar á altura. Depois o céu será o limite, mas prevejo convites a músicos de renome, nacional e internacional para ajudar a formá-la ainda melhor e a dar-nos muito Jazz, muita Música!".

Mais informações sobre a recém-criada Orquestra de Jazz de Lagos, aqui.

E já agora, quando a máquina estiver oleada, passem aqui por Beja, ok?

domingo, novembro 07, 2004

Stitt & Redman 

Os discos a rodar no leitor de CD´s do "Improvisos Ao Sul" neste fim de semana são:

Sonny Stitt - "Stitt Plays Bird"



Dewey Redman - "The Ear of The Beherarer"



sexta-feira, novembro 05, 2004

Jazz em Estremoz 


Wishful Thinking Quartet

O Estremoz In Loco informa que o jazz está de regresso a este cidade norte-alentejana.

Esta noite sobe ao palco do Até Jazz Café o Wishful Thinking Quartet, composto por Johannes Krieger (trompete), Alípio Neto (saxofones), Ricardo Feitas (baixo eléctrico) e o estremocense Rui Gonçalves (bateria).

Quem estiver por perto, não perca.

quinta-feira, novembro 04, 2004

King Bolden 

Esta é a única fotografia conhecida de Charles "Buddy" Bolden (1877 - 1931), o primeiro "rei" da corneta de Nova Orleães.


A banda de Bolden em 1905
(Imagem retirada de: http://www.redhotjazz.com)
(Bolden é o segundo, de pé, a contar da esquerda)

É considerado o primeiro músico a tocar música improvisada dentro dos parâmetros daquilo que viria a ser o jazz.

A sua banda começou a tocar por volta de 1895, em festas, paradas e... funerais, tendo-se tornado numa das mais populares de Nova Orleães. Tocou com outros nomes míticos dos alvores do jazz, como Bunk Johnson, Freddie Keppard, Sidney Bechet ou Frankie Dusen.

A sua saúde começou a deteriorar-se em 1907, tendo passado o resto da sua vida numa instituição para doentes mentais.

Não deixou nenhum registo gravado.

Se quisermos encontrar um "pai" verdadeiro para o jazz, Bolden é um série candidato.

Manuel Mota edita “Quartets” 


Manuel Mota
(imagem retirada de: http://rep.no.sapo.pt)

O Eduardo Chagas, no seu Jazz e Arredores, dá conta de que está prestes a ser lançado o novo disco do guitarrista Manuel Mota, intitulado "Quartets".

O disco, que foi apresentado no passado dia 30 de Outubro na Galeria Monumental, em Lisboa, é o primeiro do guitarrista no formato de quarteto e o sétimo no catálogo da Headlights, editora que fundou em 1998). Nele participam Fala Mariam (trombone alto), Margarida Garcia (contrabaixo) e César Burago (carrilhão).

Manuel Mota nasceu em 1970. Entre 1989 e 1997 estudou e experimentou abordagens vanguardistas com guitarra preparada (quase sempre acústica). Desde então tem centrado a sua actividade no desenvolvimento de uma linguagem para guitarra eléctrica fingerstyle.

Em entrevista a Rui Eduardo Paes (que se pode ler na íntegra aqui) afirmou: "Gosto de confrontar o meu trabalho com os de outros músicos, mesmo que muitas vezes os resultados não sejam muito evidentes... É um risco, mas é também enriquecedor. Existe um pacto de confiança e de união, de responsabilidade repartida. É essa a principal diferença em relação ao solo - aí temos o músico, o seu instrumento e os seus demónios".

quarta-feira, novembro 03, 2004

Ellingtonfone 



Ronnie Scott´s 



O Ronnie Scott´s, o mais emblemático clube de jazz londrino e um dos mais prestigiados do mundo, a par do Village Vanguard e de poucos mais, acaba de completar 45 anos de existência

Por lá passaram, ao longo de todos estes anos, nomes como Coleman Hawkins, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Charles Mingus, Sonny Rollins, Stan Getz, Thelonius Monk, Ben Webster, entre muitos outros.

Situado no bairro do Soho, o Ronnie Scott´s abriu portas em 1959, fundado pelos saxofonistas Ronnie Scott e Pete King.

Foi lá que, na noite anterior à da sua morte, Jimi Hendrix tocou com Miles Davis, numa actuação de contornos míticos.

Com a morte de Ronnie Scott, em 1996, a situação do clube começou a piorar. No último Verão, tudo se precipitou com o espaço a mudar de proprietários. Entre os seus novos donos está o actor norte-americano e habitual frequentador do espaço, Kevin Spacey.

Toda esta situação está a lançar o pânico nos habituais frequentadores do clube, que temem perder este lugar histórico de fruição jazzística.

Será que o Ronnie Scott´s vai acabar transformado num restaurante de hamburgueres? Ou será de frango frito?

Quem quiser conhecer melhor a história do Ronnie Scott´s pode visitar www.ronniescotts.co.uk

terça-feira, novembro 02, 2004

No errar... é que está o jazz 


Lester Bowie ( foto retirada de: http://aacmchicago.org/members/Bowie.html)

Lester Bowie em discurso directo:

"Jazz is so difficult. A lot of people think once they've learned these licks they can get up and play them for the rest of their life. But that's not being truthful to the music 'cause it's not developing. Cats you hear that don't make no mistakes? They ain't trying to do nothing. everything they hear is on the mark, but they've played it so many times... I've built a whole career out of making mistakes!".