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sexta-feira, abril 30, 2004

Programa de hoje 


Hoje é sexta-feira, dia de ir para o ar mais uma edição do "Improvisos Ao Sul", na Rádio Voz da Planície (104.5 FM - Beja), entre as 23h00 e as 24h00. Nesta emissão, para além das habituais notícias, agenda de espectáculos, sugestões, etc., vamos ouvir Wynton Marsalis, John Abercrombie e muito mais jazz! Na segunda parte, tendo como pretexto o disco "Boss Tenor" (Prestige, 1960), dedicaremos alguma atenção à carreira do saxofonista Gene Ammons. Estão todos convidados para jazzar na RVP logo à noite!

quinta-feira, abril 29, 2004

Toots 

Jean "Toots" Thielemans é um músico raro. Escolheu como instrumentos a guitarra, o acordeão e, especialmente, a harmónica, elevando mesmo este instrumento à categoria de instrumento solista no jazz. A sua sonoridade viva e cheia de swing, foi inspirada originalmente na do seu compatriota Django Reinhardt. Tocou com Charlie Parker, no Festival de Jazz de Paris, em 1949, e também com Benny Goodman, George Shearing, Oscar Peterson e Dizzy Gillespie, entre muitos outros. Acompanhou a grande Elis Regina no fantástico "Aquarela do Brasil" (Phillips, 1969). Clifford Brown disse-lhe um dia "Toots, the way you play the harmonica they should not call it a miscellaneous instrument". Nasceu em Bruxelas, faz hoje 82 anos.

O regresso de Alice 


A pianista, organista e harpista Alice Coltrane, viúva de John Coltrane, actualmente com 67 anos, entrou recentemente em estúdio para gravar aquele que será o seu primeiro disco de jazz em 28 anos (o último foi "Eternity" (Warner Bros, 1976)). Na cadeira de produtor está sentado o seu filho, Ravi Coltrane, que também toca saxofone tenor. As sessões de gravação têm contado com as participações de Charlie Haden, no contrabaixo, e Jack DeJohnette, na bateria. Alice estudou jazz com Bud Powell e tocou, entre outros, com Kenny Burrell, Johnny Griffin, Lucky Thompson e Yusef Lateef. Em 1966, substituiu McCoy Tyner na banda de John Coltrane, um ano após ter casado com este. A sua influência ficou especialmente marcada em "Live In Japan". Depois da morte de John em 1967, Alice liderou os seus próprios grupos e encorajou a carreira de diversos músicos, tais como Pharoah Sanders e Rashied Ali ( antigos companheiros de John Coltrane), ou Joe Henderson. Tem sido ao longo dos anos muito criticada, essencialmente por assumir uma postura mais espiritual do que propriamente musical. O novo disco deverá conhecer a luz do dia lá mais para o final do ano.

quarta-feira, abril 28, 2004

7º Festival de Jazz da Guarda 

Continuam a ser conhecidos os cartazes dos diversos festivais de jazz que vão tendo lugar um pouco por todo o país. Desta vez, tivemos conhecimento do cartaz do 7º Festival de Jazz da Guarda, que é o seguinte:

9 de Maio
Arto Lindsay
Arto Lindsay (voz e guitarra), Micah Gaugh (saxofones, teclas e samples) e Melvin Gibbs (baixo).

13 de Maio
John Abercrombie
John Abercrombie (guitarra), Mark Feldman (violino), Marc Johnson (baixo) e Joey Baron (bateria).

19 de Maio
Maria João & Mário Laginha
Maria João (voz) e Mário Laginha (piano).

Todos os concertos terão lugar no Auditório Municipal. Paralelamente, decorrerão exposições, conferências, apresentação de livros e filmes musicados ao vivo.

terça-feira, abril 27, 2004

Papa Hawk 

No seu livro "Jazz Masters of the Thirties" (ed. MacMillan, 1972), o trompetista Rex Stewart escreveu:

"Hawk [alcunha do lendário saxofonista Coleman Hawkins] started falling into the joint every night, immaculate, sophisticated, and saxophoneless. The tension continued to build - is this the night he will play? Coleman just sat there sipping, a simrk on his face as they all paraded their talents before him. And from time to time they all had their inings - Illinois Jacquet, Chu Berry, Don Byas, Dick Wilson, and so on - all leading tenor men. Then came the second liners, tooters like Julian Dash, "Big Nick" Nicholas, Bob Carroll, and Elmer Williams, while Hawk still sat there and sipped, evidently enjoying the drama he was creating."

Downbeat Mai04 

Já recebi o número de Maio da revista norte americana Downbeat. O tema de capa vai para o trio do momento: The Bad Plus. No interior, um artigo sobre os autores do recente "Give", intitulado "Making It Personal", onde o baterista David King afirma: "We have that luxury in that what we play together so much and everyone cares about each other´s music that we can tell stories to each other". A ler também uma entrevista com a cantora e pianista (cada vez menos...) Diana Krall, "Who´s That Girl?" que tem com pano de fundo o novo disco "The Girl In The Other Room". Muito interessante é o artigo "Why I play what I play", onde alguns dos mais importantes guitarristas de jazz falam sobre o seu som, o equipamento que usam, etc.. Merecem também destaque um artigo sobre o lendário contrabaixista Percy Heath ("Leader At Last") e um outro sobre a dupla Monty Alexander/Ernest Ranglin, um basckstage with... Stefon Harris e ainda um blindfold test com Paquito D´Rivera, para além das habituais secções: "Chords & Discords", "The Beat", "The Question", "Vinyl Freak", "Master Class", etc.. Com este número, é distribuído um sempre útil guia para os festivais internacionais de jazz que terão lugar no Verão que se aproxima um pouco por toda a parte.

segunda-feira, abril 26, 2004

A Hora Mágica 

Saí da loja. Voltei a entrar. Rondei-o. Qual cão, farejei-o. Raramente tive tantas dúvidas quanto à aquisição de um disco. Finalmente, lá me decidi: vou levar "The Magic Hour", o novo disco do quarteto de Wynton Marsalis, em estreia para a Blue Note. Wynton Marsalis é um músico que gera muita polémica à sua volta. Não pela ousadia da sua música ou das suas posições sobre o jazz. Pelo contrário, pelas reticências que habitualmente coloca às novas tendências (tal como em "Jazz", série televisiva da autoria de Ken Burns, exibida recentemente pela RTP2). No outro prato da balança está o facto de se tratar, sem dúvida, de um extraordinário músico, com um papel pedagógico muito importante (desenvolvido no Jazz@Lincoln Center). O disco tem 8 temas, com Marsalis (trompete) a ser acompanhado por Eric Lewis (piano), Carlos Henriquez (contrabaixo) e Ali Jackson (bateria). O já um pouco gasto Bobby McFerrin canta em "Baby, I Love You". A sublime Dianne Reeves deslumbra em "Feeling Of Jazz", um fantástico tema com sabor a blues. Retenho também a forte ambiência bop de "Free To Be" e a calmaria da balada "Sophie Rose-Rosalee". As liner notes estão, como não poderia deixar de ser, a cargo de Stanley Crouch, outra das opiniões dominantes em "Jazz". Está uns furos abaixo de "Blue Interlude" (em formato septeto), o meu preferido, mas, ainda assim, sem preconceitos, considero-o, realmente, um bom disco.

Jazz em finlandês 

Ao jeito de "Critics Poll", a revista finlandesa de jazz "Jazzrytmit" divulgou recentemente a lista dos melhores músicos finlandeses de jazz, nas diversas categorias, no ano 2003. Ora aqui vão os seus nomes:

Melhor disco: "High Standars", do Trio Töykeät
Melhor formação: Ilmiliekki Quartet
Melhor compositor: Eero Koivistoinen
Piano: Iiro Rantala
Trompete: Verneri Pohjola
Sax tenor: Juhani Aaltonen
Sax alto: Jukka Perko
Sax soprano: Jukka Perko
Sax barítono: Pepa Päivinen
Guitarra: Teemu Viinikainen
Flauta: Juhani Aaltonen
Contrabaixo: Ulf Krokfors
Bateria: Teppor Mäkynen

Muito prazer em conhecê-los!

domingo, abril 25, 2004

Viva o Jazz! Viva o 25 de Abril! 

Na data em que se comemora o Dia da Liberdade, e com a devida vénia ao autor, tomo a liberdade de transcrever o seguinte texto:

"Endereço: Exmo. Sr. Director da Rádio Renascença (Escritório e Estúdios)

Remetente: Exmos. Srs. Correios

Rogo o Vosso auxílio na defesa da Música Portuguesa e repúdio do infame e anti-Português-Jazz-Batuque.
Agradece o vosso Daniel Luiz Sampaio.

Texto: Venho pedir a V. Ex. que a Rádio Renascença não colabore com os idiotas propagandistas do Jazz-Batuque, pois além de ser um género de Música bárbara e subversiva de pretos americanos, é também um género de Música-Batuque, anti-Portuguesa, fora da índole e do sentir do nosso Povo, pois somos um Povo Latino. Os idiotas do Jazz-Batuque tudo têm feito para corromper o Povo Português, mas até hoje, só têm conseguido arrastar parte de alguma desvairada juventude, sem brio português, para um género de Música, anti-Portuguesa que os pretos insurrectos praticam há mais de 100 anos na América, mas que as pessoas sem dignidade pela verdade e pela sua condição de portugueses, teimam em afirmar que o Jazz-Batuque é música do nosso tempo. Os idiotas, que tal afirmam, são gente de baixa mentalidade e de alma negra incapaz de apreciar e sentir a beleza da Música verdadeira e digna do género humano.
Exmo. Sr. Director, peço-lhe a Vossa ajuda na defesa da nossa Música e dos Músicos Portugueses.
Muito grato lhe fica o vosso, Daniel Luiz Sampaio. Novembro de 1972"


(in "João Na Terra do Jaze", de José Duarte, Ed. A Regra do Jogo, 1981)

Mais palavras para quê?

VIVA O JAZZ! VIVA O 25 DE ABRIL!

sábado, abril 24, 2004

John Zorn´s Electric Masada amanhã 

John Zorn e o projecto Electric Masada actuam amanhã, pela 22h00, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. Refira-se que este projecto surgiu na sequência da criação de um outro, Masada, inspirado na tradição musical judaica, que evoluiu depois para o Masada Quartet. Da formação que vem a Lisboa fazem parte, para além do próprio Zorn (saxofones), Marc Ribot (guitarra), Trevor Dunn (baixo), Janie Saft (teclas), Ikue Mori (electrónica), Cyro Baptista (percussão) e Kenny Wolleson e Joey Baron (bateria). A liberdade criativa, o experimentalismo e o pós-free da John Zorn´s Electric Masada, em concerto vivamente recomendado.

sexta-feira, abril 23, 2004

"Improvisos Ao Sul" hoje à noite na RVP 

Como habitualmente, vai hoje para o ar entre as 23h00 e 24h00 mais uma edição do "Improvisos Ao Sul", na Rádio Voz da Planície (104.5 FM - Beja). Nesta emissão teremos as habituais notícias, agenda de espectáculos, sugestões, etc.. Vamos ouvir Stefon Harris, Kiko, Dave Douglas, Companhia dos Sons, etc.. Contamos com todos vós logo à noite!

Livros jazz 

Comemora-se hoje o Dia Mundial do Livro. Embora confesse não ser especial adepto deste tipo de datas, o "Improvisos Ao Sul" não quer deixar de sugerir 2 livros, em português, dedicados ao universo do jazz, não só para todos aqueles que nele desejem aventurar-se (mas não saibam ainda muito bem como...) como também para quem queira aprofundar os seus conhecimentos:

"Jazzarte 2", de Jorge Lima Barreto (ed. Hugin, 2001)
"Histórias de Jazz", de José Duarte (ed. ACJ/Jazztel, 2001)


Boas leituras e bom jazz!

quinta-feira, abril 22, 2004

Encontro de "Jazzarations" em Vilamoura 

Vai ter lugar no "Vilamoura Jazz Club" (junto ao cinema de Vilamoura) no próximo Sábado, dia 24 de Abril, pelas 22h00, um concerto com Júlio Resende & Moreiras 4teto, que, por se tratar de um encontro de gerações jazzísticas, foi designado por "Jazzarations". Em palco, aos consagrados Pedro Moreira (sax tenor) e Bernardo Moreira (contrabaixo) juntar-se-ão os mais jovens Júlio Resende (piano e teclados) e João "Fofes" Rijo (bateria), no que se antevê ser um interessante cruzar de experiências jazzísticas. Este concerto marcará ainda o regresso de Pedro e Bernardo Moreira a palcos algarvios, depois de alguns anos de ausência. Bom jazz para escutar a sul!

Parabéns, Mingus! 


in downbeat.com

Se fosse vivo, completava hoje 82 anos aquele que, a meu ver, é o mais genial contrabaixista e um dos melhores compositores e arranjadores da história do jazz... Charles Mingus. Julgo que a melhor maneira de lhe prestar homenagem é escutar, compreender e divulgar a sua obra.

Hugo Alves em acção 

O trompetista algarvio Hugo Alves, um dos mais interessantes músicos nacionais da nova vaga, tem previstos para o mês de Maio diversos concertos:

7 Maio, Braga, Classic Jazz Bar - "Estranha Natureza"*
8 Maio, Braga, Classic Jazz Bar - "Estranha Natureza"*
10 Maio, Lisboa, Teatro Aberto - Orquestra de Jorge Costa Pinto
15 Maio, Guarda - "The Kid"
21 Maio, Minde - Festival de Jazz de Minde - "Estranha Natureza"
31 Maio, Salamanca (Espanha) - Mostra de Jazz Português - "Estranha Natureza"
* concertos comemorativos do 15º aniversário do programa "Só Jazz", da Rádio Universitária do Minho.

Excelentes oportunidades para ver e ouvir Hugo Alves ao vivo, a tocar temas do excelente "Estranha Natureza". Se estiver por perto (e se não estiver, faça um esforço...), não falte.

quarta-feira, abril 21, 2004

Euro Jazz 2004 

Vai ter lugar em Tomar, entre 7 e 9 de Maio, o Euro Jazz 2004, iniciativa que pretende assinalar o Dia da Europa, que se comemora a 9 de Maio. A ideia é juntar os actuais e futuros membros da União Europeia num festival internacional de jazz. Neste evento irão participar grupos de jazz provenientes de 16 países. A iniciativa tem o apoio da Câmara Municipal de Tomar e direcção artística de Rui Neves. O programa é o seguinte:

7 de Maio
Bernardo Moreira Sexteto "Ao Paredes Confesso" - Portugal
(Cine Teatro Paraíso, 21h30)
João Moreira (trompete), André Fernandes (guitarra eléctrica), Nuno Ferreira (guitarra eléctrica), Bernardo Moreira (contrabaixo), André Sousa Machado bateria) e Quiné (percussão).

Jazzpression - Hungria
(Cine Teatro Paraíso, 22h30)
Sándor Tóth (saxofone tenor, soprano), Sárik Péter (piano), Lutz János (contrabaixo) e Ferge Béla (bateria).

Trio Grande - Bélgica
(Lagares d’El Rei, 00h30)
Laurent Dehors (saxophones, clarinetes), Michel Massot (tuba, trombone) e Michel Debrulle bateria).

8 de Maio
Tilt - Eslovénia
(Sala Scriptoria, Convento de Cristo, 11h00)
Tao G. Vrhovec Sambolec (electrónica, laptop) e Tomaz Grom (contrabaixo).

Florian Ross/Mathias Erlewein - Alemanha
(Biblioteca Municipal, 12h30)
Florian Ross (piano) e Mathias Erlewein (saxofone tenor).

Matthew Bourne - Reino Unido
(Cine Teatro Paraíso, 16h00)
Matthew Bourne (piano solo).

Jesus Santandreu Quintet - Espanha
(Cine Teatro Paraíso, 17h00)
Jesus Santandreu (saxofone tenor), Perico Sambeat (saxofone alto), Abe Rábade (piano), Paco Charlín (contrabaixo) e Ramón Angelrey (bateria).

Vertigo Quintet - República Checa
(Cine Teatro Paraíso, 18h00)
Marcel Bárta (saxofone alto, soprano, clarinete baixo), Vojtech Procházka (piano), Oskar Török (trompete), Rastislav Uhrík (contrabaixo) e Daniel Soltis (bateria).

Vilnius-Jazz Quartet & Neda - Lituânia
(Cine Teatro Paraíso, 19h00)
Vytaubas Labutis )saxofones, teclados), Oleg Molokoyedov (piano), Eugenijus Kanevicius (contrabaixo) e Gediminas Laurinavicius (bateria) e Neda Malunaviciute (voz).

Jazz It Up - Roménia
(Cine Teatro Paraíso, 21h30)
Sebastian Burneci (trompete), Catalin Milea (saxofone alto), Sorin Romanescu (guitarra eléctrica), Andrei Tudor (piano, teclados), Sebastyén Jóo (baixo eléctrico) e Gabi Pai (bateria).

Ialsax Quartet - Itália
(Cine Teatro Paraíso, 22h30)
Cristiano Carrano (saxofone alto), Andrea Pace (saxofone tenor), Marco Guidolotti (saxofone barítono), Gianni Oddi (saxofone soprano).

RinneRadio - Finlândia
(Lagares d’El Rei, 00h30)
Tapani Rinne (saxofone soprano), Verneri Lumi (teclados), Pekka Kuusisto (violino) e Juusonik (percussão).

O Estardalhaço da Geringonça - Portugal
(animação de rua, 10h30 - 12h30 - 15h30)
António Morais (trompete), José António Santos (clarinete), Mário Marques (saxofones), Rúben Santos (trombone), Sérgio Carolino (tuba), Mário “Netinho” (banjo) e Luis Cascão (percussão).

9 de Maio
Hasse Poulsen - Dinamarca
(Sala Scriptoria, Convento de Cristo, 11h00)
Hasse Poulsen (guitarra acústica solo).

Matthew Bourne - Reino Unido
(Biblioteca Municipal, 12h30)
Matthew Bourne (piano solo).

Florian Ross Quintet - Alemanha
(Cine Teatro Paraíso, 17h00)
Florian Ross (piano), Mathias Erlewein (saxofone tenor), Dietmar Fuhr (contrabaixo), Claus Stötter (flugelhorn) e Hans Dekker (bateria).

Pink Freud - Polónia
(Cine Teatro Paraíso, 18h00)
Wojciech Mazolewski (baixo eléctrico, loop, sampler), Tomek Zietek (trompete), Slawomir Jaskulke (piano), Kuba Staruszkiewicz (bateria) e DJ Lenar (gira-discos).

ZooLoup - França
(Cine Teatro Paraíso, 19h00)
Denis Leloup (trombone) e Zool Fleischer (piano).

David Kweksilber Quartet - Países Baixos
(Cine Teatro Paraíso, 20h00)
David Kweksilber (clarinete), Benjamin Herm (saxofone alto), Tony Overwater (contrabaixo) e Martjin van Duynhoven (bateria).

O Estardalhaço da Geringonça - Portugal
(animação de rua, 10h30 - 12h30 - 15h30)
António Morais (trompete), José António Santos (clarinete), Mário Marques (saxofones), Rúben Santos (trombone), Sérgio Carolino (tuba), Mário “Netinho” (banjo) e Luis Cascão (percussão).

Trio DEP lança CD de estreia 


O trio DEP, constituído por Peixe (guitarra), Eduardo Silva (baixo) e Hugo Danin (bateria), cujo som o "Improvisos Ao Sul" teve a oportunidade de conhecer por alturas do Festival de Jazz de Portimão 2003, lança hoje à noite, pelas 21h30, no Pequeno Auditório do Rivoli, no Porto, o seu CD de estreia, intitulado "Esquece Tudo o Que Aprendeste". Este CD, composto por oito temas produzidos por Mário Barreiros, foi gravado em Dezembro do ano passado e Fevereiro deste ano, e conta com as participações especiais de Maria João e do saxofonista espanhol Perico Sambeat. O "Improvisos Ao Sul" conta em breve dizer mais sobre este disco.

terça-feira, abril 20, 2004

Adeus tristeza mas... até quando? 

"The blues occurs when the Negro is sad, when he is far from his home, his mother, or his sweetheart. Then he thinks of a motif or a preferred rhythm and takes his trombone, or his violin, or his banjo, or his clarinet, or his drum, or else he sings, or simply dances. And on the chosen motif, he plumbs the depths of his imagination. This makes his sadness pass away - it is the Blues."

(Ernest Ansermet, 1918, citado por LeRoi Jones em "Blues People", Payback Press, 1963)

segunda-feira, abril 19, 2004

A evolução segundo Stefon Harris 


Pouco mais de um ano depois do aclamado "The Grand Unification Theory", é lançado amanhã no mercado o novo CD do vibrafonista Stefon Harris, intitulado "Evolution", o 5º como líder para a Blue Note. O "Improvisos Ao Sul" tem estado a aguardar este disco com alguma expectativa, já que vai ser interessante saber qual vai ser o passo seguinte de Stefon Harris, se vai dar continuidade (ou não) ao fôlego conceptual (por alguns considerado desmesurado para um músico tão jovem...) do disco anterior. Harris parece seguir, contudo, uma direcção completamente diferente, estreando uma nova formação, os Blackout, de que fazem parte o saxofonista Casey Benjamin, o teclista Marc Cary, o baixista Darryl Hall e o baterista Terreon Gully. A julgar pela imprensa internacional, o som combina jazz com elementos R&B e hip hop, num híbrido electro-acústico, que se deverá aproximar do desenvolvido por outros músicos, como Roy Hargrove. Harris em discurso directo: "We grew up listening to music that thumped. We love jazz and respect it and we think jazz should thump." Resta-nos ficar a aguardar como será a evolução.

domingo, abril 18, 2004

Rosenwinkel e o uso da luz 

Às voltas com relatórios, directivas e normas, papéis e mais papéis, passei uma boa parte desta tarde cinzenta a escutar o disco "The Next Step" (Verve, 2000), do guitarrista norte americano Kurt Rosenwinkel, acompanhado por Mark Turner (sax tenor), Ben Street (contrabaixo), Jeff Ballard (bateria). Confesso que ainda não lhe tinha dedicado toda a atenção que, percebo-o agora, lhe é devida. Momentos: "Minor Blues", "Path Of The Heart", "Filters". Mas "Use Of Light" é mesmo um tema fabuloso.

sábado, abril 17, 2004

Cerrar fileiras 

Deve estar a ter início por esta altura, no Parque de Feiras e Exposições de Beja, a actuação de um conhecido nome da música ligeira nacional (ligeiríssima, diria eu). Segundo me foi dito, foram vendidos alguns milhares de bilhetes, o que fará deste, provavelmente, o concerto com maior assistência de sempre na cidade. Vieram autocarros de vários locais. Até em Lisboa vi cartazes alusivos. A cidade entrou em transe.
Surpreendido com esta situação? Infelizmente, não.

Resignado? Jamais!

sexta-feira, abril 16, 2004

Maria João & Mário Laginha hoje 


A dupla Maria João (voz, dança, sensualidade,...) e Mário Laginha (piano, cérebro,...) actuam esta noite, pelas 22h00, no Cine-Teatro Municipal de Castro Verde, naquele que será o concerto de abertura da "Quinzena Cultural de Castro Verde". A não perder!

Matosinhos em Jazz 2004 

Realizado pela primeira vez em 1997, é um dos mais interessantes festivais nacionais de jazz. Mora em Matosinhos. A programação completa do Matosinhos em Jazz 2004, que terá lugar no Auditório da EXPONOR, é a seguinte:

20 de Maio
"Quinteto de Rodrigo Gonçalves"
"Michael Brecker Quartet"

21 de Maio
Jacinta
"Rufus Reid Quintet"
Rufus Reid (contrabaixo), John Stetch (piano), Montez Coleman (bateria), Rich Perry (saxofone) e Freddie Hendrix (trompete).

22 de Maio
"The Three Guitars - Featuring: Larry Coryell, Badi Assad, John Abercrombie"
Shemekia Copeland

Paralelamente ao festival irá decorrer o "Matosinhos Jazz Awards", promovidos pela Câmara Municipal de Matosinhos, que tem como objectivo principal estimular a criação e a produção musicais, na área do jazz.

quinta-feira, abril 15, 2004

Jazz from outer space 

A julgar pelas palavras de Sun Ra, o jazz não se confina ao nosso belo planeta azul:

"The outer space beings are my brothers. They sent me here. They already know my music.".

Querem ver que um destes dias ainda iremos a um festival de jazz em Neptuno?

Olhão Jazz Festival 2004 

O Algarve tem mais um festival de Jazz. O programa do Olhão Jazz Festival 2004 é o seguinte:

16 de Abril
"Maria Viana Jazz"

17 de Abril
Exposição, debate e jam session

23 de Abril
Matt Lester

30 de Abril
"Quinteto Latino"

Os espectáculos terão lugar na Sociedade Recreativa Progresso Olhanense, com início às 22h. A entrada (e a saída...) é livre. A organização está a cargo da Câmara Municipal de Olhão, com o apoio da Sociedade Recreativa Progresso Olhanense. Para mais informações consultar este sítio.

quarta-feira, abril 14, 2004

Estranha libertação 

Tenho nas mãos um disco fantástico. É o mais recente de Dave Douglas, um dos mais interessantes e inventivos trompetistas e compositores de jazz da última década. Chama-se "Strange Liberation" (Bluebird-RCA/MG, 2003) e, ao escutá-lo, sente-se isso mesmo: uma sensação de liberdade e de arrojo criativo, com um pé na tradição e outro na reinvenção das formas e dos sons. Acompanhado por Bill Frisell (guitarra), Uri Caine (Fender Rhodes), Chris Potter (sax tenor e clarinete baixo) , James Genus(baixo eléctrico e acústico) e Clarence Penn (bateria e percussão), Douglas apresenta-nos grandes momentos de jazz em peças como "Just Say This", "Mountais From The Train", "Seventeen", "Rock Of Billy", "The Frisell Dream", ou no absolutamente genial "Skeeter-ism". Um dos melhores discos que ouvi nos últimos tempos.

terça-feira, abril 13, 2004

Ciclo "Jazz nos Dias de Hoje" 

Começou no passado dia 8 de Abril, na FNAC do Fórum Almada, um ciclo subordinado ao tema "Jazz nos Dias de Hoje". No dia de abertura, teve lugar um debate sobre a temática do ciclo, que foi moderado pelo nosso amigo João Moreira dos Santos e que contou com as presenças de António Curvelo, Rui Neves e Rodrigo Amado (Trem Azul).

Com a devida vénia ao João Moreira dos Santos, aqui se apresentam as principais conclusões extraídas deste debate:

- O jazz em Portugal, no que toca aos músicos, vai bem e recomenda-se, mas são necessários mais clubes para criar um circuito que permita adquirir endurance;

- O jazz não tem espaço na televisão, muito embora o jazz tenha muito espaço para a estética televisiva;

- O jazz não tem espaço na rádio, com honrosas excepções;

- Cada vez há mais festivais, o que é bom, e mais descentralizados face a Lisboa;

- Os festivais não têm, regra geral, falta de público, mas têm falta de marketing e de promoção;

- O jazz tradicional ainda vende pouco porque não passa na rádio, nem na televisão e muito pouco aprece na imprensa;

- As editoras promovem pouco o jazz e o que promovem vive muito da imagem e da embalagem, com honrosas excepções;

- É preciso informar correctamente o público sobre o elenco de cada festival para que não haja lugar à frustração de expectativas;

- As grandes superfícies devem promover mais iniciativas de debate sobre o jazz e de formação de públicos, desenvolvendo parcerias com os meios de comunicação social;

- Há salas que têm público fiel que não se desloca a outros espaços, independentemente do cartaz que aí se exiba. Há o público do CCB, da Culturgest, da Gulbenkian, etc.


A iniciativa prossegue hoje com a comemoração do 2.º aniversário da revista "All Jazz" (a única revista portuguesa de jazz), onde serão apresentados os melhores concertos e CD's nacionais e internacionais de 2003, e ainda um blindfold test ao vivo com a cantora Maria Viana.

Profundo Prez 

Enquanto passava os olhos pelo livrinho que acompanha o CD "Lester Young with the Oscar Peterson Trio" (gravação de 1952, reed. Verve Master Edition, 1997), li a seguinte afirmação do guitarrista Barney Kessel: "Of all the musicians in jazz that I´ve heard on any instrument, Lester Young is the most profound". Basta escutar a fabulosa versão de "I Can´t Get Started" para percebermos logo o significado de tal afirmação.

Tuba, Guitarra & Bateria 

O "Improvisos Ao Sul" está muito curioso para conhecer o disco de estreia dos TGB - Sérgio Carolino (tuba), Mário Delgado (guitarra) e Alexandre Frazão (bateria), uma das mais interessantes e invulgares combinações do jazz nacional. O disco novo, editado pela Clean Feed, foi apresentado ao vivo no passado dia 5 de Abril, no Pequeno Auditório do CCB. Para além dos temas já conhecidos da maqueta ("Lili´s Funk", de Carolino, "3, 4, 7", de Carlos Barretto, "Só", de Jorge Palma e "Black Dog", dos Led Zepellin) e dos concertos ao vivo, o novo disco incluirá temas como "Inércia", de Frazão, e "Pascoal Joins The Dark Force", de Mário Delgado. Espera-se originalidade e audácia, imagens de marca desta formação, que já actuou em Beja por duas vezes, uma das quais a convite do "Improvisos Ao Sul".

segunda-feira, abril 12, 2004

Scofield em Portugal 

Fiquei muito satisfeito com a notícia da vinda ao nosso país do guitarrista John Scofield e da sua banda, mais concretamente a Tondela, no dia 13 de Maio (aqui vão os parabéns do "Improvisos Ao Sul" para todos aqueles que têm colocado esta cidade beirã no mapa do jazz nacional). Músico versátil e de horizontes abertos (é por isso muitas vezes criticado...) conta com um currículo vasto, quer como líder quer como sideman, do qual se destacam os três anos na banda de Miles Davis. A data aparece integrada numa digressão por alguns países europeus de promoção ao álbum "Überjam" (Verve, 2002) -em tempo oportuno devidamente destacado nas nossas emissões. Acompanham Scofield nesta digressão, Avi Bortnick (guitarras e samples), Mark Kelley (baixo) e Adam Deitch (bateria). Oportunidade para escutar ao vivo temas de "Überjam" (espero que sejam tocados "Tomorrow Land", "Polo Towers" e "Lucky for Her", os meus preferidos do disco) e, certamente, alguns clássicos da carreira de Scofield. Para quem não conhece o disco transcrevo as palavras de Scofield a quando do lançamento de "Überjam" : "Almost every interviewer asks me about my past experience with Miles Davis. Out of all the albums I´ve made, I think this is the one that Miles would have enjoyed the most. He was always looking to take jazz to a new place". Água na boca? Concerto vivamente recomendado, em especial para os mais apreciadores do chamado jazz eléctrico e de fusão, mas, acima de tudo para quem queira ver em acção um dos grandes guitarristas da actualidade.

domingo, abril 11, 2004

Jazz na Rússia 

Todos os que tenham curiosidade em conhecer melhor o panorama jazzístico da Rússia, podem começar por visitar o sítio Jazz in Russia (escrito, se bem que numa pequena parte, em inglês, o que convenhamos dá algum jeito, o nosso russo já não é o que era...)! O sítio está a ser remodelado no sentido de passar a conter um sumário actualizado em inglês, que contenha um cartaz de espectáculos e de festivais na Rússia, um guia de rádio e televisão, links para sítios de músicos russos, discos, livros sobre jazz (dicionários, história do jazz, biografias), etc.. Quem estiver mesmo muito curioso e tenha questões adicionais sobre o jazz na Rússia (artistas, festivais, clubes, editoras, etc.), pode sempre contactar o editor do sítio, o jornalista moscovita Cyril Moshkow. Moshkow é também responsável pelo sítio da Boheme Music, a única editora russa de jazz, onde é possível encontrar muita informação interessante (incluindo a encomenda de discos russos). Estes são apenas alguns dos pontos de interesse deste sítio a visitar.

sábado, abril 10, 2004

Aquisições recentes 

A mais recente visita às lojas de discos da baixa lisboeta resultou em algumas aquisições:

Charles Mingus - "Mingus Mingus Mingus Mingus Mingus"
Este é um dos discos onde, em minha opinião, Mingus revela toda a dimensão das suas qualidades como contrabaixista, compositor e arranjador. Gravado em 1963, contém 8 temas, um dos quais ("Freedom") não faz parte do LP original. Fazendo-se rodear de excelentes músicos (Jaki Byard, Eric Dolphy, Don Butterfield, Booker Ervin, Quentin Jackson, Charles Mariano, etc.), Mingus apresentam-nos temas originais como "I X Love", "Celia" ou "Theme for Lester Young" (composto na noite em que Mingus soube que Young tinha morrido). O disco contém também uma interessante re-leitura de "Mood Indigo" (de Ellington).

Sonny Stitt - "Stitt Plays Bird"
Procurei este disco durante bastante tempo. Apenas agora consegui encontrá-lo. Trata-se de uma reedição, integrada na colecção "Atlantic Jazz Masters", de um disco originalmente lançado em 1966, em que Sonny Stitt presta tributo a Charlie Parker. Acompanhado por John Lewis (piano), Jim Hall (guitarra), Richard Davis (contrabaixo) e Connie Kay (bateria), Stitt reinventa temas históricos da carreira de Bird, como "Ornithology", "Scrapple From The Apple", "Confirmation", e os blues "Parker´s Mood" e "Hootie Blues" (da autoria de Jay McShann, cuja alcunha era Hootie). A propósito de ser considerado um dos poucos saxofonistas capazes de recriar a música de Bird em toda a sua plenitude, conta-se que, algumas semanas antes de morrer, Parker terá dito a Stitt "Man, I´m not long for this life. You carry on. I´m leaving you the key to the kingdom".

David Holland Quartet - "Conference Of The Birds"
Disco essencial. Tinha-o em cassete gravada a partir de um velho vinil. Encontrei-o agora a preço especial, integrado na colecção "ECM - Discoveries From The 70´s". Não hesitei! Dave Holland (contrabaixo e composição) é majestosamente acompanhado por Sam Rivers e Anthony Braxton (sax, flauta) e Barry Altschul (percussão, marimba). Temas como "Four Winds", "Conference Of The Birds", "Interception" ou "See-Saw" são fundamentais. A propósito deste disco diz Holland "During the summer around 4 or 5 o´clock in the morning, just as the day began, birds would gather here one by one and sing together, each declaring its freedom in song. It is my wish to share this same spirit with other musicians and communicate it to the people".

sexta-feira, abril 09, 2004

Emissão de hoje 

Por ser sexta-feira, é dia de ir para o ar mais uma emissão do "Improvisos Ao Sul", entre as 23h e as 24h, na Rádio Voz da Planície (104.5 FM - Beja). Para além das habituais secções (noticiário diverso, agenda de espectáculos, etc.), dedicaremos a segunda parte do programa a fazer o rescaldo da "2ª Festa do Jazz do São Luiz", que decorreu no passado fim de semana naquele teatro lisboeta (ilustrada com algumas novidades musicais...). Estão todos convidados a ouvir!

quinta-feira, abril 08, 2004

7º Festival de Jazz de Valado dos Frades 

Continuam a surgir os programas dos diversos concertos e festivais de jazz, que vão tendo lugar um pouco por todo o país. Desta feita, tomámos conhecimento do programa do Festival de Jazz de Valado dos Frades, que já vai para a sua 7ª edição. Ora aqui vai:

6 de Maio
Paula Oliveira / João Paulo "Quase Então"
Paula Oliveira (voz), João Paulo (piano).

7 de Maio
"Quinteto de Carlos Martins"
Carlos Martins (sax), Nuno Ferreira (guitarra), João Paulo (piano), Nelson Cascais (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria).

8 de Maio
"Trio de Mário Laginha"
Mário Laginha (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

13 de Maio
"Quinteto de Pedro Moreira" (acompanhado por um quarteto de cordas)
Gravação de CD ao vivo
Pedro Moreira (sax), João Moreira (trompete), André Fernandes (guitarra), Bernardo Moreira (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria).

14 de Maio
"Multiphonic Pocket Band"
Mário Marques (sax), João Moreira (trompete, melofone), Ruben Santos (trombone), Sérgio Carolino (tuba), Bruno Pedroso (bateria).

15 de Maio
Pedro Madaleno "Underpressure"
Pedro Madaleno (guitarra), Lukas Frohlioch (trompete), Miguel Amado (baixo eléctrico), Vicki (bateria).

Os concertos decorrerão na sala do Clube R. B. Valadense, a partir das 22h30.
Mais informações sobre este evento, aqui.

Dá-lhe com a alma! 

A cantora Norah Jones, filha do célebre Ravi Shankar, está, a meu ver, e à semelhança de muitos outros músicos, numa posição de fronteira no universo musical, a meio caminho entre o jazz e a chamada música pop. Se bem que todas as fronteiras musicais tendem a esbater-se (que me desculpem os mais puristas...), o facto faz com que estes músicos sejam, muitas vezes, olhados com desconfiança pelos dois lados (cedência a facilitismos, por um lado, e a pretensiosismos, por outro) sem se atender, amiúde, às qualidades musicais evidenciadas pelo artista em causa. Vem esta breve reflexão a propósito da posição que Norah Jones tomou junto da sua editora, a Blue Note, pedindo que esta não lance no mercado discográfico uma remistura dançável do seu tema "Don´t Know Why", incluído no seu álbum "Come Away With Me" (Blue Note, 2002), por considerá-la demasiado comercial. Disse: "Não assinei contrato com uma editora de jazz clássico para fazer não importa o quê".

quarta-feira, abril 07, 2004

Programação Hot Clube Abril 04 

Lista dos concertos previstos para o Hot Clube de Portugal (Praça da Alegria, 39, Lisboa) durante o mês de Abril:

7 de Abril
Rodrigo Gonçalves "Tribology"
Perico Sambeat (sax alto), Mário Delgado (guitarra), Rodrigo Gonçalves (piano), Paco Charlín (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

8, 9 e 10 de Abril
Lucía Echagüe / Sara Serpa "Sons Transversais"
Lucía Echagüe e Sara Serpa (voz), Diogo Vida (piano), Rodrigo Monteiro (contrabaixo), Gualdino Barros (bateria) e Tico Marquez (percussão).

15, 16 e 17 de Abril
"Quinteto de António Pinto"
Jorge Reis (sax alto), António Pinto (guitarra), Rodrigo Gonçalves (piano), Nelson Cascais (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).

22, 23 e 24 de Abril
Paula Oliveira / João Paulo
Paula Oliveira (voz) e João Paulo (piano).

28 de Abril
"Reunion Big Jazz Band"
Claus Nymark (trombone e direcção), E. Caramelo, J Reis, M. Lourenço, F. Soares, F. Magalhães (saxs), J. Krieger, T. Pimentel, ª Rocha, R. Pinto, E. Santos (trompetes), P. Wetherill, L. Cunha, H. Rodrigues (trombones), R. Caetano (piano), F. Costa Reis (guitarra), R. Silva (contrabaixo) e L. Varatojo (bateria).

29 e 30 de Abril e 1 de Maio
"Pequenos Mundos"
André Matos (guitarra), Seb Pipe (sax alto), Leo Genovese (piano), Demian Cabaud (contrabaixo) e João Lencastre (bateria).

Para mais informação consultar o sítio do Hot Clube de Portugal.

Jazzman Abr04 

A edição de Abril da revista francesa "Jazzman" tem, como habitualmente, diversos motivos de interesse. Desde logo, uma entrevista com o clarinetista e saxofonista francês Louis Sclavis, a propósito do seu último trabalho discográfico, intitulado "Napoli´s Walls" (ECM, 2002). Também a ler com atenção é o artigo de Enrico Pieranunzi sobre o pianista Bill Evans, onde escreve, em jeito de conclusão:

"L´autodestruction, l´échec sur le plain humain furent le prix qu´il crut devoir payer pour son accomplissement artistique".

Destaque também para o novo disco de Diana Krall, as reflexões do baterista Aldo Romano e uma interessante análise ao panorama jazzístico dinamarquês. Esta edição completa-se com as habituais secções (noticiário europeu e norte americano, críticas a CD´s e DVD´s, agenda de espectáculos, rádio e TV, debate à volta de um disco, etc.) merecendo especial a secção "At Home", este mês com a cantora Tierney Sutton.

terça-feira, abril 06, 2004

O jazz e as pessoas 

O jazz e as pessoas, as pessoas e o jazz. Palavras de Duke Ellington:

"I am trying to play the natural feelings of a people.... Some of the people of the music which has been written will always be beautiful and immortal. Beethoven, Wagner and Bach are geniuses; no one can rob their work of the merit that's due it, but these men have not portrayed the people who are about us today, and the interpretation of these people is our future music."

JazzIn´ Tondela 

Entre 9 e 12 de Junho irá decorrer, pela primeira vez, o JazzIn´ Tondela, um festival integrado na programação do Novo Ciclo ACERT, em parceria com o Centro de Estudos e Tecnologias Musicais de Viseu. O programa provisório deste evento (o definitivo está prometido para breve) é o seguinte:

9 de Junho
Matthew Shipp Solo (EUA)
Orquestra de Jazz de Matosinhos (Portugal)
Workshop: Mario Pavone Quintet

10 de Junho
Quinto Elemento (Portugal)
Mario Pavone Quintet (EUA)
Workshop: Mario Pavone Quintet

11 de Junho
Jonathan Kreisberg Trio (EUA)
Defunkt (EUA)
Workshop: Defunkt

12 de Junho
Workshop: Jonathan Kreisberg

segunda-feira, abril 05, 2004

Festa rija! 

Durante o passado fim de semana, o jazz esteve em festa, pelo segundo ano consecutivo, no Teatro Municipal de São Luiz (ao Chiado), em Lisboa. Sob a direcção artística de Carlos Martins, passaram pelos diversos espaços do Teatro grandes músicos do jazz nacional (e não só...), durante mais de 24 horas, repartidas pelos dois dias da iniciativa.

A tarde de sábado foi preenchida, no Jardim de Inverno, com a participação de diversas escolas de música, designadamente o Orfeão de Leiria, sob a coordenação musical de Carlos Barretto, a Escola de Jazz de Torres Vedras, o Conservatório Escola das Artes do Funchal, a Escola de Jazz Luís Villas Boas, do Hot Clube de Portugal, com orientação de João Moreira, e a Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, do Porto. É bom ver tanta juventude a tocar assim! Cerca das 19h00 começou o primeiro concerto da noite de sábado, no qual a Tora Tora Big Band apresentou um repertório variado, com sonoridades dos quatro cantos do mundo, de África às Caraíbas, passando pelo Médio Oriente, pelos sons brasileiros e pelo tango (com o multifacetado Jorge Reis a tocar violino). Grandes músicos: Jorge Reis, Claus Nymark, Johannes Krieger, etc.. Retive particularmente a peça "Silent" (tema novo, numa toada mais calma) e "Valsa da Mouraria", peça muito bem disposta, tocada já em encore. No Café dos Teatros foi depois possível jantar ao som de Rui Caetano (piano) e João Custódio (contrabaixo). Pouco depois das 21h30 foi a vez de subir ao palco da Sala Principal o Ensemble Festa do Jazz, grupo propositadamente criado para esta ocasião, composto por um lote de músicos extraordinários: Jorge Reis (sax alto e soprano), Jesus Santandreu (sax tenor), João Moreira (trompete), Nuno Ferreira (guitarra), Jesse Chandler (piano), Nelson Cascais (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria). Foram interpretadas 7 peças originais, encomendadas especialmente para esta edição da Festa do Jazz e apresentadas em estreia absoluta, das quais apreciei em particular as de Bernardo Sassetti ("Inesperado"), de Carlos Barretto ("Macamuna Tirancuna", ou qualquer coisa que o valha) e de Pedro Moreira ("E Alegre Se Fez Triste"). Teve ainda lugar na Sala Principal o concerto de apresentação de "Tribology", o novo disco do mais recente projecto do pianista e compositor Rodrigo Gonçalves, que esteve muito bem acompanhado por Perico Sambeat (sax alto e soprano), Mário Delgado (guitarra) Paco Charlín (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria). Gostei bastante dos temas "GTB", da suite "Barcelona" e de "Tribology". Uma prestação muito interessante, que deixou água na boca para conhecer melhor o disco (comprei-o logo de seguida e aqui farei brevemente uma análise mais cuidada). Depois da meia-noite ainda havia uma actuação, no Jardim de Inverno, do trio do pianista Filipe Melo, seguida de jam session, a que o "Improvisos Ao Sul" não assistiu.

Na magnífica tarde de sol de domingo, assistiu-se, a partir das 14h00, às actuações da Escola Moderna de Jazz do Seixal, da Escola de Jazz do Barreiro (sob a coordenação de Mário Delgado), do Centro de Estudos e Tecnologias Musicais de Viseu, da RIFF - Escola de Música de Aveiro e da Associação Grémio das Músicas de Faro, com coordenação de Zé Eduardo. É bom ver tanta gente jovem a tocar desta maneira em Portugal! A partir das 19h00 entrou em cena a fantástica Big Band do Hot Clube de Portugal, sob a direcção de Pedro Moreira, que mostrou, mais uma vez, ser uma máquina de jazz muito bem oleada, recheada de grandes músicos. Da sua actuação, destaco a suite "Santa Cruz", "Memória de Un Sueño" (da autoria de Perico Sambeat) e "Low Flame" (com um cheirinho de "All Of Me"). Jazz com aroma dos velhos tempos! Seguiu-se aquele que, para mim, foi o melhor concerto da Festa. Carlos Bica e o seu trio "Azul" brindaram-nos com uma prestação mágica, que se iniciou com "Chão" e "Look What They´ve Done to My Song", e passou por temas como "Password", "O Profeta", "White Wall" (um tema novo), ou o sempre genial "Durme" (com Bica a usar o arco de forma magistral). Uma palavra para o baterista Eric Schaefer (que mais parecia um caixa de música, ao utilizar mil e um acessórios) e o guitarrista Frank Möbus (my old fellow, como lhe chamou Bica, que consegue arrancar sons inimagináveis da sua guitarra) demonstraram serem excelentes músicos. O concertou completou-se com "Delicious Donuts from the Balkans" e "Bela". Inesquecível. Para fechar a noite na Sala Principal actuou o quinteto do pianista e compositor Mário Laginha, acompanhado por Julian Argüelles (sax tenor e soprano), André Fernandes (guitarra), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) - "Quando se tem a oportunidade de tocar com músicos destes, a vida é bela!", exclamou Laginha quando apresentou os músicos. Gostei particularmente de "Walking/3º Dia", "Mãos na Parede" (dedicado a Carlos Paredes) e o belíssimo e mágico "Lugar Bem Situado". A noite terminou com a entrega dos prémios às Escolas vencedoras, resultado da apreciação de um júri formado por Manuel Jorge Veloso, Jorge Costa Pinto e Rui Neves.

Ao longo dos dois dias da Festa decorreram diversas "Masterclasses", destinadas aos alunos das escolas de música participantes, e ministrados por Mário Laginha, Carlos Bica, Alexandre Frazão, Perico Sambeat, Julian Argüelles e Frank Möbus.

Houve também oportunidade para comprar alguns discos, na banca instalada no local pela Trem Azul.

O balanço que o "Improvisos Ao Sul" pode fazer da "2ª Festa do Jazz do São Luiz" é, pois, muito positivo, restando apenas esperar que esta muito saudável iniciativa se repita por muitos anos. É sempre muito gratificante ver lado a lado jovens e menos jovens a apreciar esta música. E crianças que no meio das suas correrias e brincadeiras, param a olhar boquiabertas para o palco. Os amantes do jazz não perderão, certamente, a oportunidade para fazer, de novo, a festa!

sexta-feira, abril 02, 2004

"Improvisos Ao Sul" na RVP 


Hoje é sexta-feira, e por isso é dia de ir para o ar mais uma emissão do "Improvisos Ao Sul", entre as 23h e as 24h, na Rádio Voz da Planície (104.5 FM Beja). Na emissão desta noite teremos as habituais secções: noticiário diverso, agenda de espectáculos, sugestão internet, etc.. Como é também costume, dedicamos a segunda parte do programa a um disco em especial. Desta feita, centraremos atenções no disco "Soul Station" (Blue Note, 1960, reed. RVGEd 1999), de Hank Mobley, um dos grandes nomes do sax tenor hard-bop. o que servirá de ponto de partida para uma breve análise da sua carreira. Estamos a contar convosco!

quinta-feira, abril 01, 2004

1º de Abril 

Aquela do disco de Pat Metheny com Kenny G foi uma brincadeira...

Al & Zoot 

O meu "disco de cabeceira" de ontem à noite foi "You´N´Me", do quinteto liderado pelos saxofonistas Al Cohn e Zoot Sims. Músicos experimentados e com um vasto currículo, de que sobressai a presença nos célebres "Four Brothers", de Woody Herman. Nas liner notes originais do disco, o crítico Leonard Feather escreve:
"TYPE OF MUSIC: Free-swinging modern jazz by two celebrated alumni of Woody Herman´s celebrated "Four Brothers" team, each individually known as a tenor sax stylist."
Este disco, gravado em Junho de 1960 por Cohn e Sims (sax tenor e clarinete), acompanhados por Mose Allison (piano), Major Holley (contrabaixo) e Osie Johnson (bateria), revela uma verdadeira máquina de swing, com os dois tenores a dialogarem em temas como "The Note", "You´N´Me", no irresistível "The Opener" ou no mais relaxante "On the Alamo". Verdadeiramente genial é "Angel Eyes", um tema onde Major Holley vocaliza em uníssono com o contrabaixo tocado com arco, a que se sobrepõe, por overdubbing, uma linha em pizzicato. Cohn e Sims tocam, discretamente, clarinete. O disco encerra com um fantástico "Improvisation for Unaccompanied Saxophones" onde, como o próprio título indica, os dois saxfonistas improvisam, de forma absolutamente assombrosa, sem qualquer acompanhamento. Um disco que o "Improvisos Ao Sul" recomenda.

Duo inesperado 

Vai ser editado um CD que reúne em duo o guitarrista Pat Metheny e Kenny G. O "Improvisos Ao Sul" está muito interessado em saber o resultado.